ESTADO/SUL FLUMINENSE
Foi aprovada no dia 19, quarta-feira, na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) uma indicação legislativa do deputado Munir Neto (PSD), visando a criação e implantação do Programa Laudo Azul em todo o território estadual. O pedido é voltado para atendimento de portadores de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e seguirá para análise do governador Cláudio Castro.
Segundo o deputado, o programa consiste na disponibilização de um ônibus adaptado, que percorreria todas as cidades, inclusive às localidades mais distantes dos centros urbanos. É composto por uma equipe multidisciplinar de profissionais, como neuropediatra, psiquiatra infantil, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, e equipamentos médicos específicos e necessários à avaliação e consequente concessão do laudo médico confirmando o diagnóstico precoce.
Munir apontou que todos têm o direito ao exercício pleno de sua cidadania e um diagnóstico precoce para o TEA é um desses direitos, mas precisa vir com o laudo. “Ter esse laudo é um desafio para milhares de famílias, principalmente as mais carentes e as que moram em regiões distantes dos grandes centros urbanos. Elas percorrem uma verdadeira via-crucis. Temos de democratizar e facilitar a obtenção do laudo”, explica Munir, completando que muitas famílias não têm condições financeiras de fazer o deslocamento das crianças até o local de atendimento. Lembrou que mesmo quando conseguem pagar pelas passagens de ônibus, enfrentam ainda a dificuldade de levar um autista quando ele tem um quadro maior de complexidade.
E os obstáculos não param por aí. O deputado lembrou que raros são os centros urbanos em que estão todos os profissionais necessários para a concessão do laudo. Há ainda, em muitos casos, a necessidade de deslocamentos intermunicipais. “O Laudo Azul tem um duplo benefício: viabilizar para as pessoas dentro do espectro autista o exercício pleno da cidadania através da concessão do laudo e mostrar à sociedade que os autistas não vivem em seu mundo. Eles vivem no nosso mundo, porque eles pertencem ao mesmo mundo que todo e qualquer cidadão”, completou Munir Neto.