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Professores do Bracuí disputam atenção com o tráfico e são alvos de ameaças

Por Mônica Vieira
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ANGRA DOS REIS

Professores da Escola Municipal Áurea Pires da Gama, no Bracuí, procuraram a equipe do A VOZ DA CIDADE nesta manhã para denunciarem que estão sendo vítimas de ameaças na instituição e que a escola, nesta madrugada, foi alvo de vandalismo. “A partir das invasões, nossa integridade física e emocional está ameaçada e chegou ao nível do insustentável, com o sequestro de uma colega ano passado e hoje com essas ameaças escritas”, relatou um professor. A prefeitura informou por meio de nota que já notificou os órgãos de segurança, que já estão cientes da ocorrência.

Funcionários descobriram a ação hoje na parte da manhã e as aulas foram suspensas. “Paredes pichadas, ameaças de morte aos funcionários espalhadas pelas paredes, sala dos professores revirada”, contou um professor, explicando: “As invasões têm acontecido há três anos. Já as ameaças são inéditas!”, completou, contando que o caso foi registrado na 166ª Delegacia de Polícia.

Ainda segundo o professor, o tipo de conversa que os alunos têm alterou com a violência. “Disputamos atenção com o baile do tráfico. A partir das invasões, nossa integridade física e emocional está ameaçada”, disse.

A prefeitura informou por meio de nota que já notificou os órgãos de segurança – Divulgação

O A VOZ DA CIDADE fez contato com a prefeitura, que informou que logo que teve conhecimento do vandalismo, fez contato, por meio da secretaria municipal de Educação, Ciência e Tecnologia, e da direção da unidade escolar, com os órgãos de segurança competentes (Superintendência de Segurança Pública, Polícias Militar e Civil), que já estão cientes da ocorrência. “Lamentamos o vandalismo com o prédio público e, mais ainda, a tentativa de intimidação aos profissionais”, destacou a secretária de Educação, Stella Salomão.

Procurada também pelo A VOZ DA CIDADE, a equipe do 33° Batalhão da Polícia Militar informou que tem feito um reforço constante no policiamento, mas que devido ao fato na escola citada, observará com mais atenção este ponto.


Ação ocorreu na madrugada de hoje – Divulgação

REUNIÃO

Amanhã, os professores da instituição estarão presentes na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) durante um evento que tem como objetivo discutir a reparação da escravidão do Quilombo de Santa Rita do Bracuí e debater a formação da comissão da verdade da escravidão negra de Angra dos Reis. “Estaremos aproveitando a ocasião para realizar um protesto pela insegurança vivida dentro e fora da sala de aula na Escola Municipal Áurea Pires da Gama”, disse o professor, explicando que o evento da OAB discutirá a questão do território quilombola, no qual a escola também está inserida.

MEDO ANTIGO

Professores do colégio já haviam procurado o A VOZ DA CIDADE outras vezes para relatar o medo da classe que trabalha na instituição. Em fevereiro deste ano, eles chegaram a ser intimidados por traficantes armados na porta da escola. Na ocasião, houve uma reunião com a Secretaria de Educação para falar sobre a falta segurança e, também, sobre reivindicações sobre problemas na rede elétrica, limpeza da instituição, melhores condições de trabalho, entre outros. “Eles aceitaram nos ouvir, mas já chegaram no encontro com uma decisão tomada independente do que seria dito no evento”, expôs uma outra professora, que também preferiu não se identificar. “Foi decretado o fechamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) na unidade, com transferência dos alunos para o Frade, pois o poder público admite que não pode garantir a integridade física dos servidores e dos alunos”, disse.

Novamente, os professores se queixaram à reportagem sobre as mesmas questões levantadas em conteúdos anteriores. A prefeitura, em nota, disse que “as reclamações não procedem. A escola passou recentemente por pequenas reformas, foi revitalizada e está sendo atendida com todas as suas demandas tais como limpeza, materiais, entre outros. A parte elétrica está toda correta e está na dependência da Enel trocar o transformador para aumentar a sua capacidade de carga”, argumentou a Prefeitura de Angra dos Reis.

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1 Comentário

Márcio 6 de junho de 2018, 13:14 - 13:14

Meu Deus! Esta escola está abandonada faz tempo.
A prefeitura nao faz nada vezes nada.
Vejo que o prédio esta se deteriorando, nem energia elétrica tem direito.
Não sei porque a escola também não tem vigias? Será porque?
Tudo é muito escuro. Já perguntei o porque e me falaram que a rede elétrica não suporta mais do que algumas luzes acessas. Não podem ter nada que queima tudo.
Não entrei lá ainda mas ouço os alunos reclamarem que tudo é muito velho e acabado.
Ano passado sequestraram e roubaram tudo de uma professora e este ano roubaram o carro dela novamente.
Passo direto ali e nunca vi uma polícia.
Ouvi dizer que muitos professores já estão com sérios problemas de saúde mental. Se não bastasse a escassez e o abandono da prefeitura, agora vem sofrendo com a violência direta.
Em vez de fazer algo a prefeitura acabou com a Eja em pleno ano letivo.
Será que tudo isso é proposital?
A escola deveria ser quilombola, mas a prefeitura não quer para garantir menos conquistas aos remanescentes quilombolas.
Isso por que muita gente grande está dentro destas terras.
Cadê o Ministério Público?
Cadê o poder público?
Será que quanto pior melhor?
A quem interessa isso?
Vão esperar a escola cair dentro daquele rio?
Cadê uma educação de qualidade que é dever a prefeitura?

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