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Pandemia eleva os gastos do consumidor, aponta a CNDL

Por Idel Pinheiro
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SUL FLUMINENSE

Os novos hábitos e costumes ocasionados pela pandemia da Covid-19 mudaram a rotina de grande parte da população, não apenas nas medidas de prevenção e distanciamento social, mas também no orçamento. Segundo recente pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com a Offer Wise, 42% dos brasileiros afirma que a pandemia aumentou o seu nível de gastos.

De acordo com os entrevistados, os principais motivos para o aumento das despesas são os gastos com supermercado (68%), o aumento de preços de produtos e serviços (49%) e o aumento nos gastos com contas básicas, já que 47% deles têm passado mais tempo em casa. “O IPCA, índice de inflação oficial do país, mostrou alta de 0,36% em julho, influenciado principalmente pelo aumento dos preços da gasolina nos transportes, da energia elétrica no grupo de habitação e do aumento dos artigos de TV, som e informática nos artigos de residência”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

Em comparação ao período anterior ao coronavírus, o valor despendido com supermercado (55%) e alimentação delivery (39%) aumentou para a maioria dos entrevistados. Por outro lado, a maioria diminuiu as despesas com vestuário (63%), serviços de beleza (53%), artigos para atividade física (48%) e eletrodomésticos (45%). Desembolso com medicamentos (48%) e jogos e itens para lazer (39%) não se alteraram para a maioria.

Entre os que tiveram redução dos gastos totais no período, 46% tiveram diminuição da renda, 41% estão inseguros com relação a quanto tempo a pandemia vai durar, e 32% tiveram menos despesas com lazer. O presidente da CNDL destaca que a nova rotina dos brasileiros mudou os hábitos de consumo da população e isso se reflete na fatura do fim do mês.“A pandemia pegou todos de surpresa. A rotina teve que se adaptar ao distanciamento seguro, milhões de empresas tiveram que se ajustar ao home office, escolas foram fechadas, assim como comércio e restaurantes. Tudo gerou uma verdadeira transformação no consumo da população. Enquanto as despesas da casa aumentaram, aquelas que eram feitas no comércio e lazer diminuíram”, afirma Costa.


Para algumas famílias no Sul Fluminense o supermercado é o campeão das despesas nesse período de orientação para a quarentena. “A pesquisa vai ao encontro do que realmente percebo desde meados de abril, maio, quando passamos a ampliar a quarentena. Os filhos que trabalham passaram a fazer home Office, o marido foi liberado do trabalho por ser grupo de risco. Então, a casa cheia aumenta a necessidade de alimentos e itens de primeira necessidade. Antes, a compra do mês suportava nossa despensa, agora, com todos em casa é ida e volta ao mercado o tempo todo e o gasto já ultrapassou esse patamar”, comenta a dona de casa resendense, Marcela Barbosa, 59.

COMPRAS ON-LINE SOBEM

A pesquisa indica ainda que em virtude da pandemia os canais de compra utilizados pelos consumidores mudaram. Nesse sentido, ainda que a maior parte dos entrevistados afirme ter feito a maioria de suas compras durante os meses de abril, maio e junho de forma off-line (82%), principalmente nos supermercados (67%), uma parte relevante (47%) comprou por meio da internet, principalmente em sites e lojas virtuais (32%).

A pesquisa também mostra o fortalecimento das redes sociais como canais de compra, seja o WhatsApp (11%), Facebook (5%) ou Instagram (5%). “Confirma a tendência do aumento das compras on-line que já vinha ocorrendo, mas que foi catalisada pelo isolamento social. Os empresários, que sempre venderam mais em suas lojas físicas, já veem acompanhando essas mudanças e vão se adaptar aos novos hábitos do consumidor”, diz José César, que lembra que as redes sociais souberam aproveitar o momento. “As redes sociais foram hábeis em transformar suas plataformas em canais de venda, um movimento natural em um cenário cada vez mais propício à digitalização do comércio”, afirma Costa.

Durante o período de lojas fechadas o empresário Emanuel Edikleber ampliou a divulgação dos produtos de sua loja e também adotou o delivery, lembrando que durante meses a internet foi a ‘única porta’ do estabelecimento. “Estamos apostando em todas as ferramentas, colocando um preço mais acessível em alguns produtos, fazendo entregas sem nenhum custo na região”, afirma.

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