BARRA MANSA
A Prefeitura de Barra Mansa, por meio da Secretaria de Saúde, segue trabalhando na luta contra as endemias com a capacitação de 50 novos Agentes de Combate às Endemias (ACE). Os agentes, que já participaram de 40 horas de treinamento teórico no início do mês, estão atualmente em formação prática, promovida pela Divisão de Controle de Vetores do Estado do Rio de Janeiro (DIV-CV). O curso de capacitação foi solicitado pela Secretaria Municipal de Saúde por meio de um ofício.
A veterinária e supervisora da Vigilância em Saúde Ambiental do município, Millena Borges, enfatizou que a prática junta o conhecimento teórico aos desafios que serão enfrentados pelos ACEs no dia a dia. “Os novos agentes estão prontos para aplicar tudo o que aprenderam nas ruas. Após o término do treinamento, nesta quinta-feira, dia 17, eles estarão aptos a realizar o trabalho de campo”, afirmou Millena.
O Agente de Combate às Endemias do Estado, Alexandre Corrêa, destacou a importância das visitas domiciliares, que, segundo ele, representam uma metodologia fundamental para a eliminação e tratamento de focos dos mosquitos transmissores. “Neste treinamento, os agentes estão se familiarizando com as diretrizes de combate à dengue, Zika, Chikungunya e Oropouche. É importante ressaltar que, embora Oropouche não seja transmitido pelo Aedes, mas sim pelo mosquito maruim, a limpeza dos quintais é essencial para prevenir ambos”, explicou.
Durante a capacitação, o agente estadual, Marcelo Paixão, ressaltou que o comportamento dos vetores é diferente em relação ao ambiente. “O Aedes aegypti é intradomiciliar – dentro de casa, enquanto o Maruim predomina no peridomicílio – nos quintais, por exemplo. Por isso, os agentes estão sendo orientados sobre como abordar os moradores e passar as mensagens educativas para conscientizar cada morador sobre o combate a ambos”, comentou.
Os agentes também estão aprendendo a importância da vistoria rápida de 10 minutos, que pode salvar vidas ao prevenir a dengue. Durante as atividades práticas, os ACEs puderam identificar locais propícios para a proliferação dos mosquitos, como depósitos de água parada em garrafas, pneus e bebedouros de animais, que favorecem o Aedes. Além de áreas com matéria orgânica, como fezes de animais e frutos que caem de árvores, que contribuem para o desenvolvimento do maruim.
– A maior dificuldade que nós agentes de endemias enfrentamos é com relação à conscientização dos moradores. Não adianta o poder público investir em capacitação das equipes, em larvicidas e em outros mecanismos de combate, se a população não faz a sua parte. Em todo o estado, em cada 10 residências vistoriadas, pelo menos em metade são encontrados focos. No ano passado nós tivemos um dos piores cenários epidemiológicos de dengue e a Oropouche segue avançando. Por isso, precisamos da ajuda da população, para que todos tenham consciência das ações de prevenção e autorizem a entrada dos agentes, não apenas nos quintais, mas também no interior das residências – disse Alexandre Corrêa.