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Nome não se empresta

Por Franciele Aleixo
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Há um tempo, uma pessoa me pediu ajuda para organizar as finanças. Ela devia um valor de quinze vezes o seu salário, e tinha chegado a essa realidade porque quis ajudar uma amiga. Emprestou seu nome para contrair um empréstimo que nunca foi pago, como também não tinha reservas, ficou inadimplente, e sobre a dívida corria juros e multas. No final da história a amizade acabou, e só ficou o saldo devedor.

No Brasil, esse não é um caso isolado. Uma pesquisa feita esse ano pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil) revelou que entre os brasileiros que limparam seu nome nos últimos 12 meses, 24% se tornaram inadimplentes porque emprestaram o próprio nome para terceiros.


Pior do que ter a vida enrolada por dívidas que você fez é ter que pagar o que não consumiu. É um amigo que pede para passar um novo telefone ou qualquer outro utensílio que esteja precisando no seu cartão, um parente que pede cheques pré-datados para pagar uma obra super necessária na sua casa, ou mesmo um empréstimo pessoal para salvar um negócio ou não deixar de realizar algo que considera muito importante. Todos os pedidos têm em comum uma boa justificativa, é um pedido de ajuda, mas na verdade emprestar o nome pode atrapalhar não só a vida de quem empresta, mas também de quem toma emprestado. Se uma pessoa esgotou todas as oportunidades de crédito é porque ela não pode pagar pela próxima. Tomar mais um crédito vai aumentar o problema que já tem e possivelmente causar transtornos para quem empresta. A mesma pesquisa da CNDL e do SPC Brasil mostrou que apenas 12% das pessoas que emprestaram seu nome teve os pagamentos honrados, e que 94% tiveram o relacionamento estremecido. Se uma pessoa não cuidou de ter o próprio nome limpo, por que cuidaria do seu? Emprestar o crédito que tem não é ajudar, é colaborar para que a pessoa se enrole ainda mais. Você pode ajudar compartilhando com essa pessoa sua rotina para manter as contas em dia.

Crédito na praça é pessoal e intransferível, ele é resultado de bons hábitos de consumo. Não arrisque o seu planejamento para suprir a falta de organização de quem não tem.

 

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