PARATY/BRASÍLIA
Falha humana é a principal linha de investigação sobre a morte do ministro Teori Zavascki, segundo relato parcial sobre as investigações da morte do primeiro relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), apresentado na quarta-feira, dia 10, pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia. O ministro morreu na queda de um avião no mar de Paraty, em janeiro do ano passado.
Acidente que vitimou ministro do Supremo Tribunal Federal ocorreu em janeiro do ano passado; outras quatro pessoas morreram
Segundo o delegado responsável pelo caso, Rubens Maleiner, a principal linha de investigação leva a crer em falha humana nas manobras de aproximação da aeronave da pista de pouso na cidade da Costa Verde. “Esta é a linha principal”, afirmou. Ele disse que todas as perícias indicam não ter havido sabotagem contra a aeronave.
“A possibilidade de um ato intencional contra aquele voo foi bastante explorada, com diversos exames periciais e atos investigatórios diversos, e nenhum elemento nesse sentido foi encontrado, pelo contrário, os elementos que atingimos até agora, todos conduzem a um desfecho não intencional e trágico, infelizmente, naquele voo”, disse Maleiner, que participou da reunião de quase 1h30min com Cármen Lúcia na manhã desta quarta-feira.
Maleiner disse não haver prazo para a conclusão definitiva das investigações, mas adiantou que está próximo de terminar seus trabalhos. “A investigação está em curso, sempre importante relembrar isso, qualquer coisa que nós digamos aqui é provisório, pode eventualmente ser modificado, mas ela está em estágio bastante avançado.”
Foram abertas três investigações sobre morte de Teori Zavascki, uma pela Força Aérea Brasileira (FAB), uma segunda pelo Ministério Público Federal (MPF) e a terceira pela Polícia Federal (PF). Nenhuma foi concluída até o momento.
Vítimas
O avião bimotor que transportava Teori Zavascki e mais quatro pessoas, incluindo o piloto, caiu no mar próximo a Paraty, em 19 de janeiro do ano passado. Todos os ocupantes morreram.
Teori era relator da Lava Jato no STF, responsável pela análise de denúncias, recursos e delações premiadas no âmbito da operação. Antes de morrer, Teori homologaria as delações.
Entre os mortos estavam Carlos Alberto Filgueiras, que era proprietário do avião e dono do Grupo Emiliano, o piloto Osmar Rodrigues e da massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, e a mãe dela, Maria Ilda Panas.
