VOLTA REDONDA
O Movimento Pela Ética na Política (mep) realizou recentemente uma reunião virtual com os representantes de diferentes coletivos socioambientais do estado. No encontro, avaliações e novas proposições para continuidade do enfretamento do tema foram debatidas.
Participaram do evento: João Thomaz pela Comissão Ambiental Sul, Alexandre pelo VR Abandonda, Marcelo pela Baía Viva, Renato pela Associação de geólogos, Arimathea, professor do IFRJ, Isabela pelo Pré Vestibular Cidadão (moradora de VG). Além de Irinéia, Silvia e Zezinho pelo MEP.
De acordo com a geóloga, ligada à equipe socioambiental do MEP, Silvia Real, o cenário das movimentações em defesa de um ambiente saudável para morar e viver na cidade vem ocupando espaços importantes nas últimas semanas. “Desde a defesa da importante Pedreira da Voldac como espaço para ’ar puro’, passando por diálogos do Movimento com MPF, MPRJ e INEA sobre o caso da montanha de escória da CSN, também destacando a última pesquisa do MPF sobre a poluição do ar e som de VR, até a passeata popular contra o ‘pó preto’, evidenciam que situação da poluição ambiental em VR é sem dúvida gravíssima”, destaca.
Após levantamento das diferentes movimentações e debate da situação socioambiental em Volta Redonda, o conjunto de participantes apontou proposições para dar continuidade, em especial, todos defenderam em consonância o envolvimento da população no processo.
Uma delas é encaminhar ao MPF ofício valorizando a pesquisa em curso sobre poluição em VR, e sugerir que haja contemplação de participação de todos os moradores de forma geral, não somente os dez bairros listados no questionário. (cf https://forms.gle/rz2Qo2ug7TQDLw1i7).
Outra indicação é promover encontros com especialistas e pesquisadores que trabalham a questão da saúde no município, de forma aberta, de modo a radiografar com dados e fatos os impactos à saúde humana provocados pela poluição. Indicativo para realização em agosto e previsão de participação de pesquisadores ligados à USP, Fiocruz, entre outras instituições acadêmicas.
E por fim, incentivar e denunciar junto ao INEA e MPF as evidências de despejo de ‘escória fina’ na região Sul de VR. Também, as movimentações de caminhões de forma contínua despejando escória bruta, aumentando a montanha de rejeitos (fotos e denúncias dos moradores da região).
Ao fim do encontro, João Thomaz Araújo, diretor da Comissão Ambiental Sul, informou da sua participação no Seminário sobre a crise Hídrica, promovido pela Secretaria de Integração do Município do Rio. “No evento, a questão da montanha de escória e seus os riscos entraram na pauta, a partir de especialistas residentes na cidade do Rio de Janeiro.As preocupações e os alertas para o fato ganham todo Estado”, comenta o engenheiro Thomaz.
CSN
Através de nota oficial a Companhia Siderúrgica Nacional destaca que “prezando pela proteção e redução dos impactos de nossas operações no meio ambiente e na sociedade, a CSN Siderurgia informa que está investindo mais de R$ 300 milhões em equipamentos dotados das mais modernas tecnologias do mundo para controle e mitigação de emissões atmosféricas, em linha com a sua meta de reduzir em 40% a emissão de material particulados por tonelada de aço até 2025. Devido às condições de inversão térmica comuns nesta época do ano, a Companhia adotou medidas emergenciais para mitigar os impactos eventualmente percebidos pela população decorrentes por diversas fontes além da atividade industrial, como o trânsito de automóveis, queimadas, e obras que ocorrem na cidade. Mesmo diante deste cenário, os índices de qualidade do ar mensuradas através das estações de monitoramento foram classificados como bons em 99,63% do tempo, durante todo o mês de junho.
Adicionalmente cabe informar:
- Em 2021, a Companhia dispendeu um total de R$ 544,2 milhões entre custeio e investimentos em projetos e processos de adequação ambiental, montante 29% maior do que o destinado em 2020, quando foram investidos R$ 420, R$ 5 milhões. Até 2024, conforme já explicitado acima, serão também investidos outros R$ 300 milhões especificamente na modernização e substituição dos equipamentos de controle e mitigação das emissões atmosféricas da Usina Presidente Vargas, conforme acordado através do TAC INEA nº 07/2018 – assinado em 19/09/2018, utilizando-se da mais alta tecnologia disponível no mercado mundial.
- Ainda buscando a contínua modernização do seu parque siderúrgico e melhorar a sua eficiência operacional, mais de R$ 6 bilhões serão investidos nos próximos cinco anos na UPV, gerando emprego e renda para a população do município.
- Em paralelo ao seu plano de investimentos, a empresa estabeleceu metas ambientais agressivas, dentre elas: reduzir as emissões de material particulado por tonelada de aço bruto produzido na Usina Presidente Vargas em 40% até 2025. Os investimentos e projetos previstos para alcançar essas metas já foram autorizados e estão em curso e dentro dos prazos previstos.
- Porém, em decorrência do clima muito seco, comum essa época do ano, e a consequente inversão térmica ocorrida nas últimas semanas, potencializou-se uma má dispersão de materiais particulados produzidos por diversas fontes além da atividade industrial, como o trânsito de automóveis, queimadas, e obras que ocorrem na cidade, causando transtornos à parte da população da cidade.
- Diante deste cenário a CSN elaborou um plano de contingência com medidas emergenciais, já em execução, dentre as quais destacam-se:
- a) Duplicação do número de máquinas varredeiras nas vias e pátios das sinterizações e áreas adjacentes;
- b) Ampliação do contingente de limpeza industrial em 25%, atuando nas vias, pátios, estruturas e equipamentos das sinterizações e áreas adjacentes;
- c) Duplicação no número de caminhões realizando aspersão nas vias e pátios internos;
- d) Aceleração do serviço de reparo dos silos das áreas das sinterizações com o objetivo de reduzir as quedas de materiais;
- e) Antecipação das obras de Reparo geral da Sinterização número 4;
- f) Contratação imediata de nova empresa especializada para manutenção dos precipitadores das 3 sinterizações antes das suas trocas definitivas que irão ocorrer até agosto de 2024;
- Por fim, é importante salientar que o município de Volta Redonda conta com a quarta maior rede de monitoramento da qualidade do ar do Brasil, atrás apenas das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Esta rede, implementada pela CSN, é composta por três estações automáticas de monitoramento, cinco estações de monitoramento semiautomáticas, além de uma estação meteorológica. Os dados dessas estações são enviados ao órgão ambiental estadual em tempo real e o índice de qualidade do ar, calculado pelo INEA, é divulgado diariamente no painel IQAr, localizado no município. Tal índice, mesmo diante do cenário adverso provocado também por causas exógenas às operações da Companhia manteve-se classificado como ‘bom’ durante 99,63% do tempo durante todo o último mês de junho.
- Independente desses resultados, a empresa seguirá adotando medidas para aumentar a eficiência dos equipamentos de controle nos processos produtivos, a fim de minimizar eventuais incômodos à comunidade.
