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Comerciantes afirmam que Lei Municipal vem prejudicando o turismo de Penedo

Por Carol Macedo
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ITATIAIA

Luana Januário([email protected]

Comerciantes e lojistas de Penedo vêm enfrentando um problema com a diminuição dos turistas no bairro de Itatiaia. Isso porque desde 2017 os ônibus e vans de turismo foram obrigados a seguirem a Lei Municipal nº 806, que estabeleceu uma quantidade de autorizações de entrada de transporte turísticos no município, com uma cobrança de até R$ 1 mil. De acordo com as queixas, a situação se agravou a partir de 2019, quando a lei foi modificada, permitindo apenas 20 veículos e sem a cobrança de taxas. Isso, segundo os relatos, gerou uma desorganização nos agendamentos dos transportes, fazendo com que o fluxo turístico de Penedo caísse em aproximadamente 80%, mesmo com a taxa sendo extinta no ano passado.

A denúncia aponta que o cadastro dos veículos turísticos, que comparecerão ao local, não está sendo feito de forma adequada, o que pode estar prejudicando ainda mais o bairro. Os moradores afirmam que apesar de 20 ônibus estarem agendados, nem a metade desse número comparece, pois há desistências sem avisos prévios. Com isso, outros veículos que tentam agendar a visita, recebem a notícia de que não há mais vagas disponíveis.

O comerciante e síndico do Shopping dos Duendes, Maurício Ribeiro, relatou que na maioria das vezes, dos 20 ônibus agendados, apenas cinco ou quatro comparecem em Penedo. Ele afirma que antes da última alteração, a lei já vinha prejudicando o turismo do município e após a mudança a situação se agravou. “Agendamentos começaram a ser feitos por supostas empresas de excursão, que rapidamente por não haver cobrança alguma, tomavam todas as vagas possíveis. O que aconteceu foi que, como não existe nenhuma previsão de multa pecuniária na lei, somente uma penalidade branda, que é a de suspensão do direito de fazer nova reserva pelo prazo de 30 dias, caso a empresa não venha na data agendada, passamos a ter uma desistência de até 80% nos agendamentos”, denunciou.

‘LEI SECTÁRIA’

Outra queixa é de que a legislação seja sectária, pois prejudica as lojas e restaurantes pequenos, enquanto os hoteleiros e grandes restaurantes continuam lucrando com os turistas que possuem veículos próprios e maior rentabilidade.

De acordo com Maurício, existem três perfis de pessoas que visitam Penedo: moradores de cidades circunvizinhas, que frequentam o local com o intuito de passear se distrair e às vezes consomem bebidas e comida, mas quase nunca compram alguma coisa nas lojas; aquele que vai para os hotéis e pousadas, que geralmente vão somente para descansar; e por fim, o que vai de ônibus/van para conhecer o local e acaba comprando souvenirs para levar como lembrança e também para presentear entes queridos.

O síndico ainda afirma que atualmente existe uma Penedo dividida, na qual alguns são diretamente prejudicados e outros não se incomodam com a situação, pois não necessitam dos turistas que chegam através de excursões. “Uma lei não deve ser parcial e prejudicar um único segmento, pois nós também pagamos impostos e geramos empregos. Hoje, dezenas de empregos estão ameaçados e diversos lojistas e restaurantes estão a ponto de fechar suas portas por causa dessa situação”, declarou.

SEM RESPOSTA


Deste quarta-feira, dia 4, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Itatiaia foi procurada para que o Poder Público se manifestasse a respeito das queixas dos comerciantes. Até a publicação desta nota, nenhuma resposta aos diversos questionamentos foi dada.

Comerciante e síndico do Shopping dos Duendes, Maurício Ribeiro, diz que lei tem que acabar – Divulgação

 

 ‘Lei Municipal deve ser extinta para turismo se reerguer’

De acordo com a opinião dos comerciantes e lojistas, que conversaram com o A VOZ DA CIDADE a Lei nº 806/2017 e a sua difícil implementação, junto às alterações, trouxeram insegurança às empresas de Excursão. Segundo as queixas, diversos ônibus de excursão deixaram de incluir Penedo em sua rota turística por causa do desgaste com a burocracia e desorganização do sistema.

O comerciante Maurício Ribeiro ainda pontuou que para o turismo voltar a ser como era antes, é necessário primeiramente extinguir a legislação. “Depois de tantos desacertos, de tantos desgastes e prejuízos enormes, entendemos que para esta lei, não cabe mais nenhuma tentativa de mudança e/ou alteração, restando apenas o entendimento de que ela não pode vigorar mais”, afirmou.

Ele ainda opinou que deve existir uma organização dos veículos turísticos na cidade, para que não haja uma superlotação, contudo, o luxo de visitantes em Penedo primeiramente deve ser restabelecido para depois haver um projeto que seja justo para todos, sem prejudicar nenhum seguimento do bairro e as empresas de excursão. “Não podemos aceitar uma lei que está exterminando nossos negócios e colocando em risco centenas de empregos. Os prejuízos que ela já causou, só com muito tempo poderão ser recuperados”, finalizou.

COMERCIANTES E LOJISTAS OPINAM

Jonas Martinelli Riboldi, 33 anos

 

“Antes de ser estabelecida a lei, atendíamos aqui de dois a três ônibus cheios no fim de semana, tanto no sábado, quanto no domingo. Agora atendemos apenas um de 15 em 15 dias e, às vezes, apenas um a cada mês”, relatou um dos donos do restaurante Estância Penedo, Jonas Martinelli Riboldi, 33 anos.

 

Giselle Aparecida da Silva Diniz, 22 anos

“Antes dessa lei nós tínhamos um bom lucro, mas agora ele diminuiu em 40%. Entendo que a legislação protege o local, pois Penedo não suporta tantos ônibus assim. Mas ao invés deles resolverem os problemas eles criaram outro e prejudicaram muita gente”, disse a comerciante da doceria Pingo de Mel, Giselle Aparecida da Silva Diniz, de 22 anos.

 

Pedro Henrique da Silva Santos, 28 anos

 

“Minha família tem negócio em Penedo desde 2006 e sempre foi um sucesso. Agora 70% do meu movimento caiu. Houve uma época atípica no bairro que vieram ônibus demais e por isso eles disseram que era necessária a lei, mas ao invés de ajudar, nos prejudicou. Já tive 16 funcionários fichados, hoje eu tenho seis”, ratificou o sócio do restaurante A Mineirinha de Penedo, Pedro Henrique da Silva Santos, de 28 anos.

 

Anônimo, Guia Turístico local

“Recebo mensagens de vários guias turísticos que vinham para Penedo, que não querem mais voltar pela condição que o município oferece para os turistas. Penedo está dividido pelo grupo dos ricos e dos pobres. A lei foi imposta por pressão do grupo dos ricos. Uma parte de elite deu inicio a isso nas redes sociais, dizendo que os ônibus turísticos estavam estragando Penedo. Puro preconceito com quem é mais humilde”, relatou o guia turístico local, que preferiu não se identificar.

 

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1 Comentário

Gilmar Santos 24 de março de 2020, 12:02 - 12:02

Quanto a reclamação dos comerciantes de Penedo RJ.. Não existe remédio bom, todo remédio é ruim.. Vocês não estão vendo TV!? Isso não é um. Problema de Penedo.. E um problema Global! Ou faz isso agora ou vão reclamar por seus mortos amanhã .

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