PARATY
Com a união do cinema com a música, o Polo Sociocultural Sesc Paraty inicia a partir do próximo dia 2 de março a Mostra Audiovisual Tambores e Batuques – Sonora Brasil no cinema da unidade Sesc Santa Rita, localizada na rua Dona Geralda, número 320, Centro Histórico.
Ao todo, até o fim do mês serão quatro produções que retratam a tradição cultural de diferentes estados brasileiros, como Rio Grande do Sul (RS), Pará (PA), Amapá (AP) e Bahia (BA). Com isso, em cada exibição, o público poderá conhecer um pouco mais do fazer artístico dos grupos: Alabê Ôni, Samba do Cacete do Vacaria, Raízes do Bolão e Raízes do Samba de Tocos.
Com o intuito de proporcionar a diferentes públicos a oportunidade de conferir os filmes, serão sempre duas sessões semanais, na quinta-feira, às 15h, e aos sábados, às 18h. Todas as sessões são gratuitas e terão limite de público de até 25 pessoas. Após o início da exibição não será permitida a entrada.
A atividade é gratuita e aberta a todo público, com possibilidade de agendamento para instituições educacionais e culturais. Interessados podem entrar em contato pelo endereço eletrônico sescparaty@sesc.com.br.
Sobre o projeto Sonora Brasil
Sonora Brasil é uma ação do Departamento Nacional do Sesc em formato de série audiovisual que difunde expressões musicais identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil, e traz, a cada episódio, apresentações de grupos e artistas tradicionais de diversas regiões do Brasil.
Em Tambores e batuques, foram mapeadas e registradas manifestações da tradição oral presentes em comunidades quilombolas que têm o tambor como um elemento fundamental e, em alguns casos, sagrado.
Utilizando instrumentos fabricados artesanalmente, de acordo com as tradições de suas comunidades, cada grupo apresenta repertório de cânticos que aludem a fatos da vida social, ao trabalho e às crenças religiosas.
O grupo Raízes do Bolão, do quilombo do Curiaú (AP), apresenta o marabaixo e o batuque; o samba de cacete, da região de Cametá (PA), é apresentado pelo grupo Samba de Cacete da Vacaria; o Raízes do Samba de Tocos, da cidade de Antônio Cardoso (BA), apresenta o samba de roda do agreste baiano; e do Rio Grande do Sul vem o único dos quatro grupos que não é formado numa comunidade rural, o Alabê Ôni, que é constituído por músicos, pesquisadores da cultura negra, que recuperam a história do tambor de sopapo originário da região das charqueadas de Pelotas e desaparecido do contexto da tradição oral. O grupo apresenta repertório de maçambiques, quicumbis, alujás e candombes.
Confira a programação completa da Mostra Tambores e Batuques – Sonora Brasil no Sesc Santa Rita:
Tambores e Batuques: Alabê Ôni (RS)
Alabê Ôni é um grupo gaúcho de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, formado pelos músicos e pesquisadores Richard Serraria, Pingo Borel, Mimmo Ferreira, Tuti Rodrigues e Kako Xavier, que se dedicam à recuperação da história do tambor de sopapo — o Grande tambor. O grupo percussivo de raiz africana no sangue, na cultura e na espiritualidade se reuniu para agregar as manifestações dos tambores. Na língua iorubá, Alabê Ôni é uma expressão que significa “nobre tamboreiro” ou “grande mestre dos tambores”. Uma homenagem à ancestralidade da África e que resistiu por séculos em terras distantes.
Datas: 2/3, às 15h, e 4/3, 18h
Tambores e Batuques: Samba de Cacete da Vacaria (PA)
A cantoria e o batuque do grupo Samba do Cacete de Vacaria, da comunidade de Cametá, no Pará, se misturam com a dança e dão o tom num repertório permeado de influências cotidianas. Maria dos Prazeres entoa um canto e Manoel Maria da Cruz discorre sobre suas origens e misturas decorrentes dos escravos e índios. Dessa miscigenação étnica nasce uma fusão sonora multicultural, o samba de cacete que tem origem nos avós do interior das senzalas como forma de diversão.
Datas: 9/3, às 15h, e 11/3, 18h.
Tambores e Batuques: Raízes do Bolão (AP)
O documentário exibe os “sem fins” de riquezas musicais que cabem na música brasileira. Traz Pedro Bolão falando sobre seus ancestrais que participaram da construção da Fortaleza de São José do Amapá, Macapá. Mestre Pedro Bolão define que o “mestre” é aquele que produz e toca o instrumento, e participa das rodas. De família cujo avô matava o boi, tirava a pele, fazia o pandeiro e tocava na mesma noite, os integrantes são tocadores, batuqueiros e falam da força dos batuqueiros cuja comunidade participa dos festejos nas igrejas e nas comunidades. Atualmente esta manifestação folclórica é a maior tradição cultural da região realizada durante os festejos em louvor aos santos padroeiros das comunidades afrodescendentes do Amapá.
Datas: 16/3, às 15h, e 18/3, às 18h
Tambores e Batuques: Raízes do Samba de Tocos (BA)
O programa visita a Fazenda de Tocos em Antonio Cardoso, na Bahia, onde o Samba de Tocos faz parte da tradição, assim como a devoção a São Cosme e São Damião. O grupo Samba de Tocos toca coco, corrido e chula. Roque da Viola fala da tradição dos antepassados e da região em que chove pouco e o povo inventa cantigas para amenizar o sofrimento como o coco, uma chula, um corrido e torna-se cantiga de samba de roda com acompanhamento dos tambores, uma tradição muito antiga.
Datas: 23/3, às 15h, e 25/3, às 18h.
Serviço
Mostra Tambores e Batuques – Sonora Brasil
Datas: de 3 a 25/3/23, com sessões semanais, quinta, 15h, e aos sábados, 18h.
Serão 25 vagas por sessão. Após o início da exibição não será permitida a entrada.
Atividade Gratuita.