BARRA MANSA
Tiveram início nesta quinta-feira, dia 1º de março, as aulas do ensino integral da rede municipal. O assunto tem sido alvo de protestos, principalmente de pais e membros do Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (Sepe), que alegam que as escolas não possuem infraestrutura necessária para manter os estudantes por tanto tempo nos colégios. Os alunos da educação integral ficam nas escolas de 7 às 17 horas. Por outro lado, o projeto também recebe votos de confiança daqueles pais que acreditam que um maior tempo na escola irá proporcionar melhores condições profissionais aos alunos.
O jornal A VOZ DA CIDADE conversou com o secretário municipal de Educação, Vantoil de Souza, que falou um pouco sobre o primeiro dia de aula em cinco das seis unidades que oferecem o horário integral. O único de horário ampliado que ainda não deu início ao ano letivo foi o Colégio Municipal Prefeito Leonísio Sócrates Batista, no bairro Roberto Silveira, que passa por obras de adequação.
Vantoil disse que esses primeiros dias serão de adaptação, tanto para os alunos quanto para os pais e até professores. O secretário destacou que apesar de alguns ajustes, que ainda estão sendo feitos, o primeiro dia de educação integral na cidade foi considerado positivo.
“Alguns pais pediram para entrar e conhecer a estrutura dos colégios, e permitimos. Em alguns estamos instalando as portas dos banheiros, porque elas demoraram a chegar, mas foi bastante positivo esse primeiro dia”, avaliou.
O secretário contou que acompanhou algumas aulas e percebeu a empolgação dos alunos, principalmente com relação às disciplinas de língua estrangeira. “Eles estão super empolgados; então foi bem positivo! Agora nós teremos esse período de adaptação e, além de algumas coisas que já identificamos, queremos o feedback dos diretores das unidades para saber as reais necessidades” disse Vantoil, informando que móveis novos ainda estão sendo entregues.
UNIDADES EM OBRAS
Sobre as unidades em obras, o secretário citou a necessidade de melhorar a luminosidade na Escola Municipal Padre Anchieta, na Vista Alegre, e adequações na Leonísio Sócrates Batista. “No Padre Anchieta percebemos que o colégio é grande demais e que precisamos melhorar a sua iluminação, por ser um ambiente muito escuro. Isso já foi passado para a equipe e será feito, assim como a construção de um terraço com toda estrutura para receber os alunos nos momentos de intervalo, de ócio. Já sobre o Leonísio, o local estava numa disputa judicial, então somente depois da decisão é que pudemos começar as obras. Ali, onde havia um bar, estamos construindo uma cantina; então contará com toda uma estrutura. Por enquanto, nesses primeiros 20 dias, esses alunos do 1º ao 5º ano terão aulas no horário parcial começamos com o horário parcial e depois eles terão a grade completa”, explicou Vantoil.
O secretário aproveitou ainda para pedir paciência aos pais e adiantou: “Só queria que os responsáveis tivessem um pouquinho de paciência, a gente sabe que é necessário alguns ajustes e esse período é de adaptação, porque novas necessidades surgirão”.
PAIS TORCEM PELO ENSINO INTEGRAL
Apesar de toda a polêmica, a maior parte dos pais ouvida pelo A VOZ DA CIDADE disse achar positivo e torcerem para que o projeto dê certo, apesar de se mostrarem reticentes.
Pais acompanharam a entrada dos filhos nas escolas no primeiro dia de aula – Foto: Fábio Guimas
“Se funcionar, vai ser bom. A minha filha ficou empolgada com as aulas de língua estrangeira. Ainda não dá para dizer se é bom ou não, porque hoje ainda é o primeiro dia de aula, vamos ver com as crianças, mas para mim é bom porque acaba tirando elas da rua”, falou a moradora da Vila Coringa, a servente Fernanda Aparecida, que tem a filha de 13 anos matriculada no Centro de Educação Integral (CEI) Saturnina de Carvalho e Vieira da Silva, no Centro.
No mesmo colégio estuda a filha da dona de casa Juliana Landim. Ela também elogiou a ideia, mas espera melhorias. “Se der tudo certo é uma boa, mas ainda está faltando estrutura. Vamos ver. Acho que é bom para que essas crianças e adolescentes saiam das ruas”, comentou.
Por conta do atraso no início das aulas, o ano letivo será estendido, terminando no dia 21 de dezembro. De acordo com a Secretaria de Educação, a educação integral em Barra Mansa atende as exigências do Plano Nacional de Educação (PNE), o qual estabelece que até 2024, 50% das escolas públicas devem oferecer educação em tempo integral.
