BARRA MANSA
Diabetes, tireoide, epilepsia, pressão alta. Estamos falando de doenças de humanos? Não! Cada vez mais frequente cães e gatos têm sofrido com patologistas iguais aos humanos.
De acordo com médica-veterinária Rita de Kássia Nunes de Souza cães, assim como humanos, são mamíferos, por tanto o organismo tem o funcionamento igual. “Hoje em dia há uma desordem na cadeia alimentar, estão humanizando os animais, tanto cães quantos gatos, com roupas e manejo errado da alimentação. É preciso ter cuidado”, cita.
A profissional destaca que a alimentação dos animais não deve ser igual ao do ser humano. “Isso sobrecarrega o organismo do animal. Os pets devem comer apenas rações que são balanceadas e desenvolvidas para o organismo deles. O cão é condicionado a rotinas, e se você alimenta, ele sempre vai querer. Se for pra ceder a tentação de dar um alimento ao pet, evitar coisas gordurosas ou condimentadas”, aconselha a profissional.
Em dias de frio, a veterinária, aconselha ao uso fracionado das peças. “Os sapatinhos não são recomendados, pois os pés são os únicos locais onde os animais transpiram. Blusas podem ser usadas desde eu sejam feitas com moderação para não ocasionar problemas na pele”, explica.
A exemplo dos humanos, os animais também devem ter uma rotina de consulta estabelecidas. “Filhotes tem toda uma programação de vacinas que deve ser seguida, o animal adulto a rotina pode ser a cada seis meses, no máximo um ano para realizar check up. Animais idosos devem manter a rotina de consultas a cada seis meses”, explica Rita de Kássia.
PATOLOGIAS MAIS COMUNS
Diabetes
O número de casos de diabetes em humanos está aumentando e o mesmo parece estar acontecendo com os gatos. A estimativa é de que um em cada 200 gatos tem diabetes do tipo 2, um aumento considerável se comparado a três décadas atrás, quando havia um caso de diabetes a cada 900 gatos.
Mas atenção, há muitos gatos gordos que não desenvolvem diabetes. Em alguns casos, tem mais a ver com genética do que estilo de vida.
Em relação a cachorros, cerca de três em cada mil tem diabetes. Os cachorros não têm o tipo 2 de diabetes, mas têm uma tendência maior a ter diabetes tipo 1, quando o sistema imune do corpo o impede de produzir insulina, um hormônio chave que ajuda a armazenar açúcar com segurança.
Problemas de tireoide
Assim como em humanos, essa condição ocorre quando a glândula tireoide, no pescoço, produz hormônios em excesso. Uma forma de tratar uma tireoide superativa é dar uma injeção de iodo radioativo no gato. O iodo acaba se concentrando na glândula tireoide e emite radiação, matando células ativas demais.
Essa é uma boa forma de curar o hipertireoidismo, mas os gatos precisam ser mantidos em isolamento por várias semanas, já que eles podem emitir radiação em suas caixinhas de areia por algum tempo.
Já os cachorros tendem a sofrer do problema oposto. Os donos podem ficar atentos a alguns sinais comuns aos humanos com hipotireoidismo – aumento de peso, preguiça e lentidão. E assim como em humanos, uma terapia de substituição do hormônio da tireoide pode ajudar.
Vírus da Imunodeficiência Felina
O Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV, na sigla em inglês) ataca o sistema imune dos gatos, o que os deixa incapaz de combater outras infecções. Dessa forma, ele é parecido com o efeito do HIV em humanos.
Nos EUA, entre 1,5 e 3% de gatos são infectados com FIV. Febres persistentes, pelos frágeis e perda de apetite são comuns em gatos infectadas. Inflamações nas gengivas e infecções crônicas na pele, olhos, bexiga e vias aéreas superiores são sinais frequentes também.
Epilepsia
Cerca de um em cada 100 cães têm epilepsia. Gatos também podem sofrer da mesma condição, ainda que isso seja menos comum. A epilepsia pode causar convulsões, mas em alguns casos os sintomas não são tão fáceis de perceber. Os animais podem ser tratados com pílulas antiepilépticas, mas elas não funcionam em todos.
Leishmaniose
A médica-veterinária Rita de Kássia Nunes de Souza, destaca que a leishmaniose é uma das patologias mais comuns transmitidas pelos cães aos seres humanos. “A doença é transmitida pelo mosquito palha, e o cão infectado por transmitir a doença ao humano. É preciso repelir o mosquito e vacinar o cão”, destaca a profissional, explicando que a repelência pode ser feita através de coleira especifica ou medicamentos tópicos colocados no pescoço.
No animal, a doença causa problemas de pele, na forma cutânea, insuficiência renal, anemia, problemas hepáticos e morte. Sintomas parecidos em humanos, que tem uma forma mais difícil exames clínicos e de sangue.