Você tem o hábito de roer as unhas?

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BARRA MANSA

Você sabe o que é Onicofagia? É o hábito de roer unhas durante períodos de nervosismo, ansiedade, estresse, fome ou tédio. Pode ser também um sinal de desordens mentais ou emocionais. Trinta por cento da população mundial que têm tal hábito. Isso significa que mais ou menos 2,2 bilhões de pessoas roem as próprias unhas. Muitas pesquisas e teorias psicanalíticas tentam explicar a causa deste hábito que, social e/ou esteticamente, não é muito bem aceito. Há quem diga que o hábito de roer as unhas tem efeito relaxante e, portanto, serve para descarregar tensões.

O termo onicofagia crônica é utilizado clinicamente. Tenta-se também definir as características psicoemocionais de quem costuma roer as unhas. Pode ser uma manifestação de grande ansiedade ou medo, insegurança, fome, timidez ou tédio. Muitos começam a roer as unhas quando estão concentrados  em uma  atividade e/ou quando tem que realizar uma tarefa difícil.

De acordo com o dermatologista e professor de Medicina do UniFOA, Henrique Nascimento, às vezes é necessária uma abordagem multiprofissional para tratar o caso. “Essa é uma válvula de escape para um indivíduo que possa estar passando por problemas. A estética é prejudicada, podem acontecem inflamações, infecções, a unha fica fraca. Antes que possa evoluir para algo mais grave, a raiz do problema precisa ser investigada, por isso o trabalho multiprofissional é indicado, o ideal é uma intervenção psicológica, é uma espécie de compulsão”, destaca o dermatologista.

A psicóloga Thais Rodrigues Andrade, diz que o hábito está ligado a ansiedade. “O indivíduo compensa de alguma forma, seja comendo muito, trabalhando demais, se exercitando de forma excessiva ou roendo as unhas, que é a válvula de escape mais próxima do indivíduo. O hábito pode ser tão grave que chega a mutilar os dedos, existem riscos, pode gerar problemas gástricos sérios”, destaca a profissional.

De acordo com ela, uma forma de se tratar é buscar a terapia. “A raiz pode ser a ansiedade ou o Transtorno da Ansiedade Generalizada (tag), se o último for diagnosticado, o paciente é encaminhado à psiquiatria para medicação. Uma das orientações é a busca pelo exercício físico para se gastar energia”, destaca.

A estudante Beatriz Ferreira, 19 anos, é portadora deste hábito desde a infância. “Tenho crises de ansiedade, mas é um hábito que tenho desde sempre. Minha mãe passava em mim esmaltes com pimenta, usava umas receitas caseiras ou simpatias para tentar parar, mas nada adiantou. Não chego a engolir a unha, mas fico com o pedacinho na boca e depois jogo fora, minhas unhas são fracas e vivem pintadas para tentar amenizar a situação”, explica.

Prejuízos à saúde

Roer unhas pode resultar num transporte de germes que vivem embaixo da superfície da unha até a boca. De fato, as ferramentas usadas por manicures potencialmente afetam o humano de modo similar. Se essas ferramentas forem utilizadas em pessoas diferentes, elas podem espalhar fungos, bactérias ou vírus. Como muitos patógenos têm a habilidade de viver dentro da unha, o hábito de roer unhas pode potencializar as chances de danos à saúde.

Um roedor de unhas compulsivo pode roer não só a unha, mas também a pele ao seu redor e a cutícula. Uma pele rompida é suscetível a infecções oportunistas de micróbios e vírus, esses patógenos podem se espalhar entre os dedos pela boca.

Como parar de roer unhas?

Esta é a grande questão. Pode parecer óbvio, mas o primeiro passo é efetivamente querer parar. Esta é a decisão mais difícil, que pode, inclusive, necessitar da ajuda profissional de um terapeuta para ser concretizada.

Depois deste grande passo, há inúmeros artefatos que podem ajudar: mascar chiclete, passar esmaltes com substâncias amargas, colocar unhas postiças, arrumar alguns objetos como bolinhas de borracha, por exemplo, para manter as mãos em movimento ou pintar as unhas e passar a ter por elas um cuidado muito especial.

DICAS

  1. Cobrir as unhas com micropore durante o dia para evitar o contato e só trocá-lo à noite;
  2. Roer as unhas só de uma mão, para comparar os resultados e entender o impacto que o hábito causa;
  3. Fazer a mão em uma manicure (e o importante é que realmente outra pessoa as faça, para evitar machucados com outras armas além dos dentes, como o alicate);
  4. Usar esmaltes atóxicos que têm sabor amargo (o produto, porém, só funciona como um lembrete de que a pessoa se comprometeu a parar de roer as unhas. E atenção: não usar pimenta, especialmente em crianças!);
  5. Usar vitaminas para acelerar o crescimento das unhas, especialmente depois de parar de roê-las.

 

 

 

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