Por Yuri Melo
O filme do velocista escarlate finalmente chegou e marca o fim do atual universo da DC! Será que em meio a muitas polêmicas o filme conseguiu ser bom? Vem ver o que eu acho!
Que o universo DC é uma montanha russa de emoções nós já sabemos, ele é capaz de nos presentear com filmes como Joker e The Batman, mas ao mesmo tempo faz nossas vistas sangrarem com filmes como Esquadrão Suicida! Mas nem tudo está perdido, esse universo foi para as mãos do grande James Gunn, o queridinho da Marvel! Com um talento indiscutível Gunn promete colocar o DCU nos eixos e para isso ele dá o seu ponta pé inicial com o Flashpoint, um dos maiores eventos dos quadrinhos, onde o velocista corre tão rápido que consegue voltar no tempo e acaba criando o multiverso, isso se encaixa como uma luva para o novo executivo da DC reiniciar esse universo e o fazer sua imagem e semelhança! A ideia é boa, se encaixa bem no momento, mas, será que o filme funcionou? Vamos destrinchar mais isso!
Vou começar falando sobre roteiro e trama do filme, a premissa principal é muito interessante, como esse Barry Allen já foi apresentado no filme da Liga da Justiça esse longa não precisa necessariamente ser um filme de origem, mas com uma jogada muito boa acaba sendo, e isso é um dos pontos fortes do filme, ele consegue explicar a origem do Flash, de seus poderes e se aprofundar nesse personagem, mas sem ser daquela maneira cansativa que não aguentamos mais. O roteiro transita entre a comédia pastelona e o drama de uma maneira sutil e muito boa, você vai dar boas risadas e vai se emocionar também, isso é algo muito difícil de se fazer e é um grande mérito do diretor e dos roteirista que fizeram isso com muita sensibilidade (o talento de Ezra Miller é essencial para isso dar certo, mas falaremos mais disso a frente).
Como é um filme que se trata de multiverso acaba sendo algo um pouco confuso de se explicar, mas os roteiristas fizeram isso bem feito criando suas próprias regras e se apropriando de algumas, mas como na maioria desses filmes a viagem no tempo e o multiverso criando furos e falhas demais, mas em geral isso não me incomodou no filme. O que de fato pra mim ficou ruim é que a trama se torna confusa, muitas das idas e vindas dos personagens parecem forçadas, isso se apoia no fato do Barry ser confuso, mas confesso que não gostei, acaba criando muita conveniência para as coisas acontecerem.
Pra fechar essa parte, algumas coisas que são estabelecidas como muito importante no começo do filme, são completamente descartadas do meio pro final e habilidades que deveriam ser muito difíceis são aprendidas por acaso e dominadas de maneira muito fácil, esses detalhes me tiraram um pouco a imersão do filme e principalmente aquele senso de progressão, de que o protagonista esta evoluindo, tudo parece simples e fácil ao ponto de não ser desafiador.
O destaque da atuação é sem dúvida de Erza Miller que mostra o quão brilhante ele é, com uma time cômico maravilhoso e uma intensidade no drama de tirar o folego ele consegue não deixar o personagem cair na galhofa e sem dúvida sobe uns pontos no filme! Michael Keaton está ótimo revivendo o morcego de Gothan, sua composição traz um cansaço e ao mesmo tempo uma autoridade de quem viveu anos lutando contra o crime, ele é uma dose de nostalgia maravilhosa e muito bem encaixado na trama. Já Sasha Calle não me convenceu como SuperGirl, ela parece o tempo todo estar insatisfeita, brava, incomodada, mas sem me passar o peso que a personagem carrega, na verdade parecia só que ela estava com uma tremenda dor de barriga e doida pra achar um banheiro!
Vou me conter no trio principal por eles já terem aparecido nos trailers e não vou falar de mais nenhum personagem pra não dar spoiler, mas resumidamente todos entregam o que o roteiro pediu, alguns no modo piloto automático e outros donos dos heróis que representam!
Vamos pra maça podre dessa cesta, os efeitos especiais ou melhor defeitos! Fazia muito tempo que um filme não me perdia tanto por conta de efeitos, aqui eles parecem saídos diretamente de um video game dos anos 2000, sem dúvida é o pior ponto do filme e me tirou muito da imersão. O diretor até tentou explicar dizendo que quando vemos pela perspectiva do flash as coisas parecem “plastificadas” mas não colou não, ficou muito ruim. Sem spoiler, a cena dos bebês é umas das coisas mais feias que já vi! Então se você conseguir abstrair isso, sem dúvida sua experiencia será melhor!
Tirando os efeitos especiais a parte técnica vai bem, fotografia é bem bonita, principalmente nos momentos do Barry. Trilha ajuda muito a gente sentir o que o velocista está sentindo e tem um papel importante no filme. Figurinos também estão ótimos, principalmente com as mudanças de décadas que se passa e a atenção da direção de arte para todos os detalhes também foram muito boas.
O novo filme da DCU é um bom filme que serve para finalizar e resetar esse universo que tem sofrido tanto com altos e baixos, o apelo a nossa nostalgia é lindo e o humor interessante! Se você se desapegar dos efeitos sem dúvida vai gostar mais do que eu!
Valeu o preço do ingresso!
P.S.: Tem cena pós crédito!