SUL FLUMINENSE
Na última semana, os preços dos combustíveis voltaram a subir no mercado brasileiro, após o novo reajuste da Petrobras nas refinarias. Com isso, outubro se tornou o mês mais caro deste século para os consumidores da gasolina. A expectativa é que a pressão inflacionária se acentue ainda mais em novembro, de acordo com analistas.
De acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o litro do diesel S-10, com menor teor de enxofre, subiu 4,8% em relação à semana anterior, para um valor médio, na bomba, de R$ 5,29. Já o litro da gasolina aumentou 3,15%, para R$ 6,562. Em Barra Mansa, a média dos preços gira em torno de R$ 7,40.
Com isso, os brasileiros não sabem o que fazer em relação aos constantes aumentos. “Um simples passeio com a família precisa ser analisado, planejado por conta desses altos valores, para não pesar tanto no orçamento. A minha opção é ir trabalhar de bicicleta e tentar dar uma economizada no combustível” diz o técnico de informática Euler Mendonça.
O frentista e caixa de um posto de combustíveis, Rogério Costa Diniz, fala das surpresas diárias, tanto dos clientes, quanto do proprietário do posto. “Alguns clientes chegam e falam que somos nós que estamos mudando os preços, nosso patrão, ao comprar o combustível ele também se assusta com as constantes mudanças, e infelizmente, é preciso ajustar na bomba, informa.
PATAMAR MAIS ALTO DO SÉCULO
Para os motoristas que abastecem os veículos flex, a gasolina acumula uma alta de 45,3% no ano, nos postos. De acordo com dados da ANP, o derivado atingiu em outubro um preço médio de R$ 6,341, o patamar mais alto deste século, tanto em valores nominais quanto reais (ajustado à inflação), segundo o monitor de preços do Observatório Social da Petrobras (OSP), entidade de pesquisa ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), ao Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e ao Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos (Ilaese).
Preço dos combustíveis volta a ter dois dígitos após vírgula na bomba
O preço dos combustíveis nos postos voltará a ter apenas dois dígitos após a vírgula, facilitando o entendimento do consumidor. A determinação foi divulgada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre outras medidas.
A medida aprovada foi submetida à consulta e audiência públicas. Ela vem sendo discutida pela ANP desde 2018, com o início da greve dos caminhoneiros. Na ocasião, a agência adotou um conjunto de medidas de flexibilização, excepcionais e temporárias, com o intuito de garantir o abastecimento.
Com prazo para entrada em vigor de 180 dias após a publicação da nova resolução, os preços por litro de todos os combustíveis automotivos comercializados deverão ser expressos pelos postos revendedores com duas casas decimais, em vez das atuais três casas decimais, no painel de preços e nas bombas medidoras, facilitando o entendimento dos consumidores.
Outra mudança é a regulamentação do delivery de combustíveis. Após a execução de criterioso projeto piloto, a atividade de delivery poderá ser exercida a partir de autorização específica da ANP. Nesse momento, tal atividade estará restrita ao etanol hidratado e gasolina C. Para aderir ao programa, o posto deverá estar adimplente com o Programa de Monitoramento da Qualidade da ANP (PMQC) e o delivery deverá ser feito até os limites do município onde se encontra o revendedor varejista autorizado pela ANP.
Também ficou decidida alteração na chamada tutela de fidelidade à bandeira. As novas regras determinam que o revendedor varejista deve informar em cada bomba medidora, de forma destacada e de fácil visualização, o CNPJ, a razão social ou o nome fantasia do distribuidor fornecedor do respectivo combustível automotivo. Caso opte por exibir marca comercial de um distribuidor de combustíveis e comercializar combustíveis de outros fornecedores, deverá exibir, na identificação do combustível, o nome fantasia dos fornecedores.