ANGRA DOS REIS
O município registrou mais um caso de febre amarela. O caso foi divulgado na terça-feira, dia 27, pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde, da Secretaria de Estado, através do boletim epidemiológico. Agora são 19 casos confirmados da doença, sendo 10 mortes. Angra é a cidade que tem o maior número de óbitos. O mais recente foi o de um idoso, morador da Ilha Grande, que chegou a ser transferido para o Rio, mas não resistiu.
O secretário municipal de Saúde, Renan Vinícius Santos, enfatizou que a secretaria desenvolveu estratégias de vacinação, criando diversos pontos fixos de imunização nos cinco distritos da cidade, e também há equipes volantes que vão aos locais de difícil acesso, atendendo àqueles que têm dificuldades de locomoção. Essa busca ativa por pessoas que ainda não se vacinaram acontece através de relatórios dos agentes de saúde.
“Estamos indo à casa das pessoas para vacinar aqueles que ainda não se vacinaram, inclusive com uso de botes na Ilha Grande, e caminhonetes da Defesa Civil em áreas rurais ou de difícil acesso. Estamos vacinando os acamados ou pessoas que têm dificuldade de locomoção”, informou o secretário.
Renan Vinícius comentou que diferente do que ocorreu em janeiro, quando as pessoas procuravam a vacinação, hoje a busca pela imunização diminuiu. Por isso, fez um apelo.
“É importante conscientizar a população que o combate ao vírus é uma vacinação efetiva. E esse é o trabalho que estamos desenvolvendo na cidade, um trabalho de convencimento. Já vacinamos uma significativa parcela da população, mas ainda há um temor por parte de algumas pessoas. Por isso eu costumo dizer que se vacinar é um ato não só de proteção à própria vida, como também reduz a chance de propagação do vírus. Então quem se vacina está protegendo aqueles que não podem se vacinar por uma contraindicação qualquer” frisou.
O secretário lembrou ainda que todos os casos de febre amarela registrados em Angra dos Reis ficaram restritos à Ilha Grande, seja por moradores, tanto da ilha quanto do continente, ou turistas que estiveram por lá. Por esse motivo, a secretaria reforçou a vacinação naquela área, onde 98% da população já foi imunizada (a meta é atingir os 100%).
“Nós já conseguimos vacinar 98% da população da Ilha Grande, e 76% das pessoas no continente. Apesar de não ter tido registro no continente, o vírus tem totais condições de vir para Angra dos Reis, porque já foram registrados casos da doença em humanos em Mangaratiba, e em macaco, em Paraty. Então o vírus está em circulação. A mata é uma só”, alertou Renan Vinícius.
Ao todo foram 99 casos de febre amarela silvestre em humanos, sendo 44 óbitos, 24 deles na região. Já os envolvendo macacos foram 10. Sete somente no Sul Fluminense (Angra dos Reis, Barra Mansa, Engenheiro Paulo de Frontin, Miguel Pereira, Paraty, Valença e Volta Redonda).
FIOCRUZ ESCLARECE BOATO SOBRE MUTAÇÕES E INEFICÁCIA DE VACINA
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu nota ontem esclarecendo mensagens que têm circulado nas mídias sociais sobre mutações do vírus e a ineficácia da vacina. Segundo a Fiocruz, houve um estudo para acompanhar possíveis mudanças genéticas no vírus da febre amarela em circulação no país e os resultados foram publicados em 2017. No entanto, não há qualquer impacto destas mutações para a eficácia da vacina.
A Fiocruz destacou que a própria comunicação realizada em 2017 já indicava isso. “Os pesquisadores explicam que o imunizante adotado atualmente protege contra genótipos diferentes do vírus, incluindo o sul americano e o africano. Além disso, as alterações detectadas no estudo não afetam as proteínas do envelope do vírus, que são centrais para o funcionamento da vacina.”.