VOLTA REDONDA
Todos os 30 alunos que iniciaram o curso superior de Administração para pessoas com deficiência em Volta Redonda em agosto passado venceram a primeira etapa e chegaram ao segundo semestre da graduação. A iniciativa da prefeitura municipal, em parceria com o Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), atende estudantes com deficiências auditiva, física e alunos com baixa visão.
O secretário municipal da Pessoa com Deficiência, pastor Washington Uchôa, lembrou que a dificuldade para esses alunos é maior se comparados aos que não possuem qualquer deficiência e estar no segundo semestre significa uma grande vitória para eles. “Assumi a pasta com o compromisso de fazer de Volta Redonda referência neste setor. E este curso de Administração nos coloca nesta posição de destaque. Mas sabemos que todos precisam de apoio para concluir a graduação e mais ainda para estarem preparados para o mercado de trabalho”, afirmou, frisando que a implantação do curso superior para deficientes foi uma das primeiras ações da secretaria, criada no início do ano passado.
DURAÇÃO DE QUATRO ANOS
O curso superior de Administração para pessoas com deficiência do UGB terá duração de quatro anos com aulas presenciais noturnas. Os professores têm o auxílio de dois intérpretes de Libras para facilitar a compreensão das disciplinas pelos alunos.
Além disso, no contraturno, no período da tarde, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência oferece o apoio de intérpretes de Libras e professores para ajudar com o conteúdo das aulas do dia anterior e também com a Língua Portuguesa. “Fundamental para este público”, disse Washington Uchoa. “Temos que adaptar o curso às necessidades dos alunos. O objetivo é que todos cheguem à formatura com o aprendizado necessário para alcançar uma vaga no mercado de trabalho”, acrescentou o secretário, lembrando que 12, dos 27 deficientes, contratados, no ano passado, para atuar na digitalização de documentos da prefeitura pelo Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE) fazem o curso no UGB. “O trabalho temporário já está servindo como estágio”, acredita Washingon Uchoa.
CURSO AMPLIA ACESSIBILIDADE
A coordenadora do projeto e intérprete de Libras, Eliete Guimarães Vasques, acredita que essa é uma oportunidade ímpar, que fará a diferença na vida profissional destas pessoas. “É comum ocuparem vagas para deficientes, as cotas, mas com o diploma terão oportunidade de crescer dentro da empresa. Será um instrumento de mudança”, afirmou.
E ela acrescentou que a mudança está expandindo para toda comunidade universitária. “Com a implantação do curso de Administração para pessoas com deficiência, profissionais do UGB sentiram a necessidade de aprender Libras. Professores, recepcionistas e pessoas que fazem os serviços de secretaria estão cursando Libras para se comunicar com os alunos”, relatou Eliete. “A divulgação da Língua Brasileira de Sinais na sociedade é muito importante para garantir a acessibilidade do surdo e dá continuidade ao trabalho pela inclusão da pessoa com deficiência, que é a prioridade da secretaria”, finalizou.