SUL FLUMINENSE
A Petrobras anunciou nesta terça-feira a mudança na periodicidade para reajustes do valor do óleo diesel. O preço do combustível utilizado principalmente pelos caminhoneiros não poderá ser reajustado em períodos inferiores a 15 dias. Anteriormente, o valor do combustível poderia sofrer alterações até diariamente, conforme ocorre com a gasolina que acompanha as variações do mercado internacional e o câmbio. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do litro do diesel comercializado em Barra Mansa custa R$ 3,740; R$ 3,411 em Resende e R$ 3,763 em Volta Redonda.
A Petrobras afirmou que os preços do diesel nas refinarias da companhia correspondem a praticamente 54% do que o consumidor final paga nas bombas em postos de abastecimento. A estatal frisou que pretende manter a observância de preços de paridade internacional, o que descarta práticas que poderiam caracterizar o exercício de poder de monopólio. A empresa possui 98% da capacidade de refino do Brasil.
A decisão gerou o receio da população para a incidência de nova mobilização dos caminhoneiros, inflamada também pelos rumores de possível combinação de profissionais através de redes sociais combinando mobilização para o próximo dia 30. Porém, segundo a direção do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas do Sul Fluminense (Sinditac), a legislação que assegura o valor do frete mínimo respalda a categoria.
A Lei nº 13.703 de 2018, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas garante o aumento proporcional da tabela do valor mínimo do frete quando houver oscilação superior a 10% no preço do óleo diesel no mercado nacional. “Vamos analisar mais profundamente esta mudança da Petrobras, mas de antemão a situação é essa: a tabela oscila conforme o valor do diesel, uma reivindicação dos caminhoneiros que paralisaram as estradas de todo o país em maio do ano passado”, comenta o presidente do Sinditac, Francisco Wilde. Sobre futuras mobilizações nas estradas, o Sinditac desconhece qualquer movimento na região. “Não fomos informados de nada a respeito, não tem nada previsto”, disse Wilde.
CARTÃO CAMINHONEIRO
A Petrobras também anunciou a criação do “Cartão Caminhoneiro”, que permitirá a compra do combustível a preço fixo nos postos com a bandeira BR. O cartão deve entrar no mercado em 90 dias como opção de proteção da volatilidade de preços, garantindo a estabilidade durante a realização de viagens.