BARRA MANSA
A cidade, no quesito saúde pública, está avançado cada vez mais no que diz respeito à melhora na qualidade de vida e dignidade da população. Prova disso é que foram iniciados nesta segunda-feira (03), os atendimentos aos pacientes renais na Clínica de Hemodiálise instalada na Santa Casa do município. Já neste primeiro dia de funcionamento, a unidade recebeu sete pacientes. O espaço tem capacidade inicial para atender 84 doentes renais fixos por mês. Em seis meses, a oferta de vaga para procedimento médico será ampliada em 50%. Essa conquista é fruto do compromisso do prefeito Rodrigo Drable e do secretário de Saúde, Sérgio Gomes.
Rodrigo Drable comemorou a conquista e garantiu que esse momento é um dos mais marcantes, dentre seu período como gestor municipal. “Talvez hoje seja o dia mais feliz nesses dois anos e meio como prefeito. Garantir segurança, dignidade e conforto, além da qualidade no atendimento, é um dos nossos maiores compromisso, principalmente a essas pessoas que precisam de um atendimento extremamente específico. Acompanhar de perto essa vitória é emocionante”, declarou.
Drable ainda falou sobre a estrutura e o atendimento da clínica. “Nesse primeiro dia de funcionamento estamos recebendo sete pacientes que estão sendo transferidos de outros serviços. Ao longo da semana, vamos receber de sete em sete até que seja estabelecido um fluxo no atendimento. Cada paciente realiza sua diálise em uma máquina e cada cadeira tem uma TV, para que durante as horas de tratamento ele se distraia”, completou o prefeito, acrescentando que em breve haverá uma cerimônia de inauguração para celebrar a conquista para Barra Mansa e região.
De acordo com o secretário de Saúde, Sérgio Gomes, o novo investimento para o município é fruto de uma conquista sonhada há muitos anos e ocorreu graças ao pagamento das dividas acumuladas com o Centro de Doenças Renais (CDR). “Essa importante conquista beneficiará muitos cidadãos que precisam do tratamento e têm que recorrer a outros municípios para serem atendidos. O prefeito Rodrigo Drable, muito sensibilizado com essa situação, agilizou as obras o máximo que pôde para que o serviço fosse iniciado. Estamos muito satisfeitos com o resultado e esperamos que o espaço atenda o maior número de pessoas e, seja também, um local para a esperança de uma qualidade de vida melhor”, disse.
M.M., 50 anos, moradora do bairro Cotiara, elogiou a estrutura da Clinica. “Há três anos descobri a doença. Algumas vezes tive que buscar pela diálise em outros municípios e isso é muito desconfortante, já que depois do procedimento os sintomas como tontura, mal-estar e fraqueza são comuns”, disse.
Já P.H., 20 anos, morador do bairro Santa Maria II, relatou que descobriu a insuficiência renal em dezembro do ano passado e ainda não está acostumado com a ideia. “Tenho que fazer a diálise três vezes por semana. Algumas vezes me sinto revoltado com a situação, outras agradeço por ter a oportunidade de me tratar próximo de casa”.
COMO FUNCIONA O TRATAMENTO
Quando os rins deixam de realizar sua função, filtrar e eliminar substâncias tóxicas do corpo, os chamados resíduos, é indicada a diálise ou a hemodiálise.
De acordo com a médica nefrologista Rita de Cássia Amaro, os problemas renais são provocados na maioria das situações em função da diabetes e hipertensão. No entanto, outras doenças podem causar problemas renais.
Ainda segundo a nefrologista, o procedimento é realizado em média três vezes por semana, mas há casos em que podem ser feitos todos os dias. “Nas gestantes, por exemplo, reduzimos a quantidade de horas na máquina e ampliamos os dias do procedimento”.
A médica relatou ainda que os pacientes recebem apoio de uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, nutricionistas, enfermeiros de nefrologia e do próprio nefrologista. “O paciente renal necessita passar por mudanças de hábitos, principalmente alimentar. Retirar o sal dos alimentos é de fundamental importância”, alertou.
Durante a hemodiálise o sangue é filtrado em uma máquina que controla a velocidade, a pressão do filtro e o volume de sangue, funcionando como um rim artificial, retirando as toxinas e devolvendo o sangue limpo. Uma pessoa adulta tem aproximadamente cinco litros de sangue e esse volume é filtrado diversas vezes durante a hemodiálise.
Os principais fatores de risco para as doenças renais crônicas são: diabetes do tipo 1 e 2, hipertensão, obesidade, histórico de doença do aparelho circulatório (doença coronariana, acidente vascular cerebral, doença vascular periférica, insuficiência cardíaca), histórico de Doença Renal Crônica na família e tabagismo.
TRANSPLANTE – As chances de cura total para os pacientes renais estão concentradas nos transplantes de rins. O cadastro de cada paciente é feito pela própria clinica de hemodiálise. O grande obstáculo deste procedimento está na compatibilidade do doador. Por isso, a fila de espera, de acordo com a nefrologista Rita Amaro, não segue a ordem de cadastramento. Os Centros de Transplante referência no país ficam em São Paulo, Rio de Janeiro e Juiz de Fora.