SUL FLUMINENSE
Realizar despesas e ter dificuldades para quitar com os valores é uma rotina na vida do trabalhador brasileiro e conseguir cumprir o saldo devedor e ficar distante do Serviço de Proteção ao Crédito e Serasa é uma obstinação. Na gangorra das contas e saldo positivo, o Brasil teve pela primeira vez a queda na taxa de reincidência de pessoas com dívidas em atraso desde 2015, segundo a Serasa. Ao menos 42,5% dos brasileiros com dívidas em atraso quitadas em 2017 voltaram a ficar endividados seis meses após regularizarem a pendência. Em 2016, esse indicador atingiu 43,7% e dentre a camada da população mais atingida por faixa etária estão os idosos com 38,2%.
De acordo com o levantamento da Serasa Experian, esta é a primeira queda observada na taxa de reincidência de dívidas em atraso desde 2015 (42,7%). Na segmentação por idade, os dados do ano revelaram que os idosos (61 anos ou mais) são os menos reincidentes (38,2%) dentro de sua respectiva faixa etária, enquanto os adultos entre 36 e 40 anos (44,5%) concentram a maior parcela de pessoas com reincidência de débitos atrasados.
Os dados da pesquisa nacional expressam também a situação de diversos moradores do Sul Fluminense. Afinal, é habitual ouvir relato de pessoas que pagaram contas pra ficar fora do serviço de restrição ao crédito, mas por algum equívoco financeiro adiante, tornou a ficar negativado. Apesar do retrocesso registrado no ano passado, aparecem com os maiores índices de pessoas que voltaram a ficar endividadas os brasileiros entre 36 e 40 anos (44,5%) e entre 30 e 35 anos (44,2%).
A doceira Marizete Maciel, 37, de Resende, auxiliou os filhos emprestando o cartão de crédito que sequer havia pedido ao banco. No fim, o uso coletivo e sem controle deixou a autônoma com o CPF negativado no SPC/Serasa. “Em 2017 eu recebi do banco onde meu marido recebe proventos o cartão com limite de R$ 1.500. Comigo mesma gastei uns R$ 200 e por eu emprestar aos filhos que deixaram atrasar o acerto das faturas fiquei negativada em R$ 4,5 mil. Parcelei e limpei meu nome no início de 2018, mas voltei a ficar negativada, com gasto extra para ajudar uma filha que teve despesas médicas com o meu neto. Ainda não conseguimos nos acertar, mas não quero seguir com restrição”, relata.
No decorrer de todo o período analisado, os brasileiros com 61 anos ou mais responderam pela menor participação de reincidentes dentro de sua respectiva faixa etária, índice que ficou em 38,2% no ano passado.