NACIONAL
O composto químico petrolato tornou-se o grande vilão da saúde da pele e, consequentemente, mal visto por dermatologistas, cosmetólogos e amantes do universo da beleza. Engana-se quem pensa que nunca viu essa substância nos produtos de beleza. Mas talvez, seus outros nomes, te chamem mais atenção do que a palavra ‘petrolato’, atenção redobrada para: óleo mineral, parafina líquida e vaselina.
Petrolatos são derivados do petróleo cru que, após a desparafinação (retirada da parafina) de óleos pesados, transforma-se em uma substância gelatinosa incolor ou amarelada. É usado em remédios, cosméticos e produtos para cabelos, graças ao seu baixo custo.
O petrolato forma um filme que repele a água na área em que foi aplicado, criando uma barreira física contra a evaporação da umidade natural da pele e também contra microorganismos que possam causar infecções. Ou seja, ele não promove hidratação e nutrição de fato na nossa pele, ele cria apenas uma barreira que evita a perda da umidade.´
Uma questão é que já que as moléculas dos petrolatos não penetram na pele, como elas ajudam na hidratação. A resposta é que enquanto estiverem sobre a pele, formam uma espécie de filme protetor que impede que a água seja perdida para o ambiente. Ou seja: a hidratação permanece até que o produto seja removido do local. A via para o resultado desejado, a grosso modo, é física. Vale dizer que os petrolatos são comedogênicos, então podem obstruir os poros e causar cravos.
Por outro lado, existem cosméticos sem derivados de petróleo que tratam as causas da pele seca. Entre os fatores mais comuns, segundo Lucas, estão a falta de proteínas que mantém a barreira cutânea intacta, o afinamento da pele ou a deficiência de ceramidas e aquaporinas. São produtos com moléculas capazes de penetrar na pele para trabalhar suas necessidades.
O Madesafe, um selo de produtos não-tóxicos americano, inclui os petrolatos na sua lista de proibidos. Os motivos são que os petrolatos podem ser contaminados durante o seu processo de refinamento por Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAPs) que são suspeitos de câncer pelo IARC (International Agency for Research on Cancer).
Além disso, o petrolato pode ser altamente tóxico e alergênico para quem trabalha com a exploração do produto e também há um grande impacto para o meio ambiente, por ser de exploração mineral
Usar ou não usar?
A campanha do site americano SafeCosmetics.org dá uma dica bacana: evite produtos com petrolatos, a menos que a empresa indique na embalagem ou no seu site que o petrolato seja refinado como ‘white petrolatum’ (ou seja, seguro). Uma ótima alternativa para uma boa nutrição e hidratação da pele é dar espaço aos cosméticos que usam óleos vegetais, que são muitas vezes, extraídos de plantas oleaginosas. Eles podem ter efeitos terapêuticos, hidratam, além de serem ricos em ácidos graxos.
Listamos nomes que podem aparecer no rótulo dos produtos de beleza e nada mais são do que petrolato. Os quatro primeiros são os mais comuns: Mineral Oil, Paraffin, Paraffinum Liquidum, Petrolatum, Red Petrolatum, C10-11 Isoparaffin, C13-14 Isoparaffin, C13-16 Isoparaffin, C15-35 Isoparaffin/Isoalkylcycloalkanes, C18-50 Isoparaffin, C18-70 Isoparaffin, C20-40 Isoparaffin, Chlorinated Paraffin, Beta-Methyl-Cyclododecaneethanol, Diisocetyl Dodecanedioate, Dioctyldodecyl Dodecanedioate, Dodecane, Dodecanedioic Acid, Dodecanedioic Acid/Cetearyl Alcohol/Glycol, Copolymer, Dodecanenitrile, Epoxycyclododecane, Ethylene Dodecanedioate, Isododecane, Methoxycyclododecane, Tetramethyl-5-Oxatricyclododecane, C7-8 Isoparaffin, C8-9 Isoparaffin, C9-13 Isoparaffin, C9-14 Isoparaffin, C9-16 Isoparaffin, C10-13 Isoparaffin.