Barra mansa
Quando o assunto é calcinha, os números são assustadores: uma peça não higienizada adequadamente pode conter até dez mil fungos e bactérias perigosas, sabiam? Em um estudo da Faculdade Devry Metrocamp, em Campinas, no interior de São Paulo, pesquisadores descobriram que 92% de calcinhas usadas e coletadas limpas estavam contaminadas com até dez mil micro-organismos. Isso significa que suas donas não sabiam que usavam peças infectadas.
De acordo com a ginecologista Mariana Pimentel a higienização é de suma importância para a saúde íntima. “Calcinhas lavadas de forma inadequada, podem conter, de fato, uma flora complexa, presença de bactérias, fungos e até mesmo de parasitas que poderão causar ou agravar coceira, irritações, ardência, infecção na pele, corrimento e odor fétido no canal vaginal”, afirma.
As calcinhas devem ser trocadas, diariamente ou até mesmo mais de uma vez por dia. Principalmente em casos específicos, como após exercícios, dias muito quentes, jornada de trabalho prolongada, período menstrual e, sobretudo, quando sob algum tratamento de processos irritativos/ infecciosos locais. Outra dica: as calcinhas mais indicadas são de algodão, pois absorvem o suor, têm trama mais larga e ventilam melhor, além de textura mais macia para a pele sensível da região genital.
DICAS
Lavar no banheiro não é tão ruim, já que a roupa deve ser lavada à mão. Mas existem algumas exigências a serem cumpridas. Primeiro, o sabonete comum não tem a capacidade de purificação adequada para a limpeza de tecidos. É preferível usar sabão de coco e neutro, se possível líquido, ou detergentes líquidos destinados a este tipo de roupas. Não é recomendável o uso de sabão em pó ou em barra (só se for neutro). Motivo: esses produtos são mais difíceis de enxaguar e a persistência de seus resíduos pode facilitar irritações locais. Para evitar, mergulhe a peça em uma pequena bacia com água. O amaciante é permitido, até porque o produto realinha as fibras do tecido, deixando-o mais confortável. Mas não se esqueça de enxaguá-lo.
Tudo isso vale também paras roupas íntimas e maiôs novos. Ao adquiri-los faça uma boa lavagem antes de usar.
NEM PENSAR NO BOX
Deixa a calcinha no box? Nem pensar! Essa peça íntima exige um lugar ventilado e iluminado para secar. Por ser muito úmido, o banheiro propicia um ambiente favorável ao desenvolvimento de fungos e bactérias. E nada de estender diretamente ao sol, pois os raios solares podem afetar os tecidos, sua coloração e mesmo a maciez. Ao guardar a peça deve-se dobrar e colocar diretamente dentro da gaveta. Há quem recomende, passar o ferro quente no forro das calcinhas de algodão ou naquelas de tecido sintético apenas com forro de algodão.
COMO SURGEM FUNGOS E BACTÉRIAS
Eles podem nascer das secreções vindas da vagina; das glândulas de suor (sudoríparas) e sebáceas; pelo calor e menor ventilação local, além de resíduos de urina que podem gotejar após as micções e não serem devidamente secas, mantendo umidade no tecido.
Além disso, os genitais femininos externos apresentam muitas pregas – grandes e pequenos lábios, clitóris com seu prepúcio – que são áreas de menor acesso a higienização. A proximidade com a região anal também é um agravante nesta miscelânea de fatores já citados. Isso porque pode ocorrer contato com resíduos de fezes.
PREVINA-SE!
Não deixe de manter os genitais externos bem higienizados e secos corretamente. São bem-vindos lencinhos umedecidos (sem fragrância) durante o dia, principalmente após urinar e mais ainda, se estiver menstruada ou tiver mantido relações sexuais. E evite papel higiênico, pois pela sua aspereza, seja pelos produtos químicos utilizados em sua fabricação ou mesmo pelos fragmentos contendo microrganismos que podem ficar grudados levando a irritações no local.