SUL FLUMINENSE
Uma possível paralisação dos caminhoneiros na próxima segunda-feira, dia 16, a partir das 6 horas, vem gerando debates nos bastidores dos sindicatos e entidades que representam os profissionais autônomos. No sábado, houve uma reunião entre membros do setor e a diretoria da Central Única dos Trabalhadores (CUT), no Rio. Um vídeo foi gravado no encontro onde um dos líderes da categoria anuncia a paralisação, cita o apoio da CUT e pede a participação da população.
A razão da reunião seria o descontentamento dos caminhoneiros com o governo federal. A classe critica os reajustes de óleo diesel, a falta de aplicação do código identificador de operação de transporte (CIOT) que agilizaria a Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT) na fiscalização das cargas e posterior constatação do cumprimento do piso mínimo rodoviário, assim como a demora pela votação do Superior Tribunal Federal em definir pela constitucionalidade ou não da lei que instituiu a tabela do frete rodoviário (Lei 13.703/2018).
Em meio aos inúmeros vídeos, mensagens de áudio e reportagens pela internet, a principal liderança regional dos caminhoneiros autônomos no Sul Fluminense ressaltou nesta segunda-feira que o encontro com a CUT foi ato isolado, sem aval do sindicato ou associação. Portanto, repudia e não projeta qualquer ato na Rodovia Presidente Dutra, no dia 16.
De acordo com Francisco Wilde, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas do Sul Fluminense (Sinditac), as entidades que oficialmente representam a categoria seguem em negociação em Brasília. “Não sabemos nada sobre isso (paralisação). O Sinditac não compactua desta informação e outras entidades locais também não. Mantemos nossas lideranças com diálogo aberto junto ao governo federal e o momento é de negociação. Avançamos em diversos aspectos, mas entendemos que é preciso mais, sem dúvida. Porém, o momento é de diálogo. Friso que nossa representação regional não promoverá qualquer ato no dia 16”, afirma Wilde, que concentra mais de nove mil associados em 17 municípios do Sul Fluminense.
Entre os avanços citados constam o anunciou da liberação de R$ 500 milhões para linha de crédito aos caminhoneiros autônomos, com a projeção limite de até R$ 30 mil por motorista, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O governo federal também realizará o investimento de R$ 2 bilhões em rodovias, sendo R$ 900 milhões para manutenção das estradas.
Entretanto, a política nacional de preços dos combustíveis segue como carro-chefe na pauta dos caminhoneiros e o governo, assim como o piso mínimo. “O diesel consome mais de 40% do valor do frete. A tabela do frete acompanha o diesel. O caminhoneiro só quer conseguir sobreviver de sua atividade com dignidade. Porém, não compactuamos de atitudes isoladas e que podem prejudicar todo o trabalho desenvolvido até o momento”, frisa.