VOLTA REDONDA
Em cada fala durante reunião entre diferentes coletivos socioambientais, na manhã desta terça-feira, dia 17, de forma remota, na sala do Movimento Pela Ética na Política (MEP), os participantes se mostraram que a preocupação do coletivo é ampla, além das inúmeras questões relacionadas à poluição atmosférica e hídrica na cidade e região. Há também os efeitos negativos do monte de escórias no bairro Brasílândia sobre a saúde da população da cidade.
Os ambientalistas citaram ainda o perigo para as tempestades e vendavais previstas para os próximos dias relacionados à formação de um novo ciclone com força de furacão. De acordo com os participantes, a situação climática preocupa principalmente pelo fato da proximidade das tempestades que poderão ocasionar cheia do Rio Paraíba do Sul, o que deve resultar em grandes problemas.
PREOCUPAÇÃO DO COLETIVO É AMPLA
A mestre em geologia e parte da Equipe Socioambiental do MEP, Sílvia Real, que foi mediadora do encontro, declarou que a preocupação do coletivo é ampla. “Além das inúmeras questões relacionadas à poluição atmosférica e hídrica na cidade e região, há também os efeitos negativos da escória sobre a saúde da população da cidade”, frisou Silvia, lembrando que os presentes no encontro desta terça-feira, citaram o perigo para o mau tempo previsto para os próximos dias.
O grupo está organizando ainda para o mês de junho, dedicado ao meio ambiente, atividades de conscientização nos bairros do entorno da montanha de escória.
AVALIAÇÃO DO ENCONTRO COM PROCURADOR
Durante a reunião de hoje, os ambientalistas avaliaram também o encontro realizado no último dia 10 com o Procurador da República, Jairo da Silva. “As representações dos diferentes segmentos presentes na reunião consideram o encontro positivo no sentido da aproximação do Ministério Público Federal (MPF) com os movimentos socioambientais. Significa também o compromisso do MPF agendar nova reunião dos técnicos para aprofundarmos a questão do TAC”, declarou Sílvia Real.
O coletivo segue aguardando a reunião com o corpo técnico ministerial do Ministério Público para conhecer de perto as tratativas relacionadas à operação do pátio de escória.
Montanha de escória no Brasilândia é tema de reunião com Procurador da República em Volta Redonda
VOLTA REDONDA
Na manhã desta terça-feira, dia 10, diferentes segmentos sociais, acompanhados da presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB.VR, Maria da Conceição Silva Martins, se reuniram no município com o Procurador da República em Volta Redonda, Jairo da Silva. O principal ponto da agenda foi a questão da montanha de escória da Companha Siderúrgica Nacional (CSN), no bairro Brasilândia, processo de 2018.
Debateram também com o Procurador sobre a escória e as consequências danosas à comunidade, representantes da Comissão Socioambiental do Movimento Pela Ética na Política (MEP), o professor Michel Bastos e José Maria da Silva, o Zezinho, a bióloga Adriana Vasconcelos, moradora do entorno da montanha, além da coordenadora da Comissão Ambiental Sul; Jussara, a ambientalista Alexandre Campos, do Coletivo VR Abandonada, e João Thomaz de Araújo, do Sindicato dos Engenheiros (SENGE-VR) durante cerca de uma hora e meia.
INICIATIVA POSITIVA
Adriana Vasconcelos considerou a iniciativa positiva. “O encontro foi proveitoso. A aproximação do Ministério Público Federal com a comunidade ouvindo seus anseios é muito importante. A proposta do encontro com os técnicos para discutirmos os termos do TAC. Para que a gente como população tenha acesso é muito importante”, concluiu a bióloga da Comissão Ambiental Sul.
Após escuta, debate e inúmeras preocupações apresentadas sobre o tema, o Procurador passou algumas informações e esclareceu que a liminar para reduzir a pilha de escórias está em vigor e o local está sendo monitorado. Foi lembrado também que um novo TAC está em discussão. “A liminar para redução da pilha está sendo monitorada, e um novo TAC segue em elaboração com participação dos técnicos ligados ao Ministério Público e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea)”, informou o Procurador Jairo da Silva.
Como desdobramento da reunião, o Procurador acatou a sugestão para a realização de um novo encontro virtual sobre o TAC, com participação de técnicos ligados ao Ministério Público e especialistas representantes dos movimentos.
VOLTA REDONDA
A multa de mais de R$ 10 milhões que a Justiça Federal havia aplicado à Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a empresa Harsco por descumprirem decisão liminar no ano passado para redução de escória acumulada ao lado do Rio Paraíba do Sul, no bairro Brasilândia, em Volta Redonda, foi suspensa pelo desembargador Messod Azulay Neto, do Tribunal Regional Federal da Segunda Região. Messod suspendeu os efeitos da liminar emitida pela primeira instância da Justiça Federal no município, mandando a CSN reduzir o tamanho da pilha de escória localizada perto do bairro Volta Grande IV. A decisão do desembargador suspende também as multas aplicadas à empresa.
Conforme a decisão, o desembargador reconhece que não há certeza de que a escória gere risco de dano ambiental: “Por outro lado, é de se notar que o risco de dano ambiental que ensejou o deferimento da liminar já era duvidoso quando do primeiro deferimento, vez que, conforme parecer jurídico trazido pela Hasco, há pareceres ambientais que afirmam não haver risco considerável, eis que : I) a atividade é licenciada (embora o ato esteja em fase de renovação); o material não é poluente; III) as pilhas são estáveis; IV) o risco de contaminação atmosférica ou fluvial é baixíssimo; V) o pátio está instalado em local apropriado, segundo o plano diretor do Município de Volta Redonda”.
EXPLICAÇÃO
Na decisão, o desembargador explica ainda que é impossível não observar, ainda que se reconheça toda dificuldade do aparelho estatal, que o Estado deixou de agir, ou agiu com suavidade tal, que não impeliu a CSN ao cumprimento do objeto licenciado, qual seja, a formação de pilhas de escória de no máximo quatro metros. “Ora, é fato que as referidas pilhas já tiveram seis metros, 10 metros e assim por diante, de maneira que não se evitou que a situação chegasse ao estado de coisas atuais. Não sendo sensato, prudente e razoável, agora tomar a medida mais extrema de todas, qual seja, a paralisação das atividades da empresa, com todas as consequências daí decorrentes”, ressalta o desembargador.
NECESSÁRIA INTERPRETAÇÃO
O desembargador afirmou também, na sentença, que não se deve colocar em risco o funcionamento da CSN por causa da questão da escória. “Nessa linha, para além da mera análise fática, se está diante da necessária interpretação responsável da realidade para que se construa decisão com base em critérios substanciais e estáveis. É dizer, não se recomenda a construção da solução sobre elementos mágicos, sem alinhamento a fatores proporcionais aos resultados que se pretendem alcançar para se chegar à melhor saída para a questão apresentada”.
Vale ressaltar que, além de suspender a multa os efeitos da liminar, o desembargador decidiu admitir o recurso que está sendo apresentado pela CSN e Harsco em relação ao processo em andamento em Volta Redonda.
RODRIGO FURTADO LAMENTA SUSPENSÃO DA MULTA
O vereador Rodrigo Furtado (PTC) lamentou a suspensão dos efeitos da liminar. A decisão do desembargador ainda anulou a majoração da multa diária estabelecida à siderúrgica no valor de R$ 20 mil, que passaria a ser de R$ 100 mil. Na ocasião, a sanção foi gerada pela infringência da determinação. O parlamentar afirmou que, na decisão, o desembargador coloca em dúvida o impacto ambiental gerado pela armazenagem do material.
Ainda de acordo com a liminar suspensa, as empresas também deveriam limitar a quantidade de material recebida mensalmente a 100% do volume removido do pátio no mês anterior. Outra providência considerada importante pelo parlamentar, que também segue suspensa, estabelecia o depósito de R$ 900 mil pela CSN e R$ 225 mil pela Harsco, dentro do prazo de 15 dias, à disposição da justiça. Em caso de novo descumprimento, os valores poderiam ser, inclusive, bloqueados das respectivas contas.
Furtado lamentou a decisão. “Não é certo permitir que a armazenagem de escória continue sendo realizada de maneira indiscriminada, como se a população não estivesse sendo severamente prejudicada há anos. Ao invés de reduzir a altura, temos a impressão que as pilhas só aumentam e, agora, recebemos essa informação”, destacou, ressaltando que isso é uma grande irresponsabilidade por parte das empresas. “Vamos continuar acompanhando e cobrando soluções. Medidas rígidas colaboram para que as empresas resolvam o impasse que se arrasta por décadas e geram imensos danos, sobretudo aos moradores dos bairros próximos ao pátio de estocagem. É desta forma que a justiça deve tratar essa questão”, finalizou.
Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj vistoria montanhas de escórias da CSN, em Volta Redonda
VOLTA REDONDA
O deputado Gustavo Schmidt (PSL), presidente das comissões permanentes de Meio Ambiente, de Saneamento Ambiental e de Saúde da Assembleia Legislativo do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), esteve no município na manhã desta sexta-feira vistoriando o depósito de escórias produzidas pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) operado pela empresa Harsco, no bairro Brasilândia. A vistoria, segundo o parlamentar, tem como principal objetivo verificar as condições que se encontram os resíduos armazenados. A comissão não verificou a mudança na altura reduzida a quatro metros, como determinava a Justiça.
Schmidt informou ao A VOZ DA CIDADE, é necessário atualizar as informações sobre a questão para discutir os problemas gerados na cidade. Disse ainda que a vistoria visa ainda verificar o andamento do processo movido em conjunto pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual (MPF e MPE) que obriga a CSN e a empresa Harsco a cumprirem uma série de medidas para amenizar os riscos e danos ao meio ambiente e a saúde da população. Ainda de acordo com o deputado, após a vistoria, um relatório do que foi visto será feito e encaminhado aos órgãos estaduais e municipais competentes. “Mesmo com as decisões judiciais que obrigam os réus a reduzirem a quantidade dos resíduos, vimos claramente que a empresa não conseguiu cumprir essas determinações. A própria CSN afirma que não será possível chegar ao volume determinado pela Justiça”, comentou o parlamentar.
As informações apuradas pelo grupo serão tema de audiência pública, ainda a ser agendada, com a participação da sociedade civil e dos representantes da empresa e dos órgãos fiscalizadores.
O deputado lembrou que mesmo notificadas, as empresas tentam procrastinar ao máximo o cumprimento das ações. “E isso coloca em risco não só a população de Volta Redonda, mas de toda a região no entorno, já que os rejeitos se espalham pelo ar e também estão muito próximos de um rio que passa bem próximo às montanhas”, ressaltou o parlamentar, que realizou a visita ao lado de outros membros da Comissão, como o coordenador do grupo, o advogado Daniel Marques, e de representantes da CSN.
INICIATIVAS QUE ESTÃO SENDO ADOTADAS
Segundo informou a assessoria de comunicação da CSN, o deputado Gustavo Schmidt e técnicos da Comissão de Saneamento Ambiental da Alerj foram recebidos no Centro de Beneficiamento de Agregado Siderúrgico operado pela Harsco Metals. Durante a vistoria, os representantes da Companhia e da Harsco apresentaram ao parlamentar as iniciativas que estão sendo adotadas, entre elas o recente convênio firmado com sete municípios da região, para doação de agregado siderúrgico, bem como a disposição da empresa de firmar novos convênios com municípios e com o Governo do Estado, além dos estudos em andamento para novas destinações para esse agregado.
Os representantes da CSN e da Harsco esclareceram também que o agregado siderúrgico não é tóxico. Ele é um coproduto gerado no processo de refino do aço e usualmente destinado para diversas aplicações, em especial a pavimentação e a terraplanagem. Estas aplicações, mundialmente consagradas, representam ganho ambiental, uma vez que possibilitam a redução de uso de recursos naturais não-renováveis, como os provenientes de mineração de rochas, areias e outros materiais primários.
CPI
Em julho de 2018, os então deputados das comissões permanentes de Meio Ambiente, de Saneamento Ambiental e de Saúde da Alerj instalaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para obterem informações concretas sobre a montanha de escória. A medida foi anunciada depois que os parlamentares vistoriaram o depósito operado pela Harsco, no Brasilândia e adjacências, que fica em uma região onde residem pelo menos 15 mil moradores e a menos de 50 metros da margem do Rio Paraíba do Sul. Na ocasião, a CSN reafirmou que o material não é perigoso e reiterou que doaria parte da escória acumulada para recapeamento de estradas vicinais
CSN deve pagar multa diária de R$ 20 mil por descumprimento de prazos para reduzir montes de escória em Volta Redonda
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Harsco Metals Ltda deverão pagar multas diárias de R$ 20 mil e R$ 5 mil, respectivamente, por descumprimento dos prazos para a redução dos montes de escória no bairro Brasilândia, em Volta Redonda. A determinação é do juiz da 3ª Vara Federal de Volta Redonda, Bruno Otero Nery.
Os amontados de rejeitos com metais pesados, originados dos Altos-Fornos e Aciaria da Companhia, deveriam medir no máximo quatro metros de altura, mas atualmente já ultrapassam os 20 metros. Vale lembrar que os montes já foram alvos de várias denúncias, entre elas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e já foi também tema de Audiência Pública na Câmara de Vereadores de Volta Redonda. O caso tem assustado a população do bairro onde a escória está amontoada e adjacentes.
Conforme afirmou o juiz na decisão, “não houve esforços necessários por parte das rés para a retirada do excedente da escória”. Otero mencionou ainda que enquanto as empresas discutem a melhor forma de retirar o material em excesso, “perpetua-se os riscos de desastre ambiental”. A Harsco alegou, conforme mencionou o juiz, que a retirada da escória em 120 dias, acarretaria danos ambientais, uma vez que, segundo a empresa, seria necessária a movimentação de até 2.235 caminhões, para a retirada de 3,8 milhões de toneladas do produto. O juiz ainda advertiu a CSN sobre “abusos do direito de defesa, com inoportunas petições que tenham o condão de tumultuar o andamento do feito.
Até o fechamento desta nota, a Assessoria da CSN não havia respondido ao A VOZ DA CIDADE sobre o caso.
O vereador Rodrigo Furtado (PTC) informou na manhã desta quarta-feira, 20, que irá solicitar multa ao Ministério Público (MP) para a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a empresa Harsco Metals. A punição, segundo o parlamentar, seria pelo o não cumprimento da liminar fixada pela Justiça Federal no ano passado, que determinou a redução das pilhas de escória estocadas em um pátio no bairro Brasilândia, em Volta Redonda, a quatro metros de altura, entre outras determinações.
Segundo o parlamentar, o prazo para adequação teria expirado no dia 13 de março e por isso, buscará providências junto aos órgãos responsáveis de Volta Redonda. Informou ainda que a decisão é resultado de uma Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal e Estadual contra ambas as empresas.
Vale lembrar que o prazo para a adequação, de 120 úteis, especificado na liminar teria expirado no último dia 13, data em que foi realizada uma Audiência Pública para debater o tema, a pedido do próprio parlamentar.
“O objetivo é que as empresas citadas sejam alvo de algum tipo de sanção judicial e que tragam reais soluções para minimizar os impactos ambientais gerados ao município”, informou, lembrado que a audiência contou com a participação de cerca de 200 pessoas, além de diversas autoridades. “A CSN e Harsco não compareceram e justificaram a ausência”, explicou o vereador.
RELATÓRIO
O parlamentar garantiu que que todos os documentos confeccionados, a partir das informações coletadas na audiência, devem ser apresentados através de relatório à justiça nos próximos dias e que providências imediatas serão cobradas. “Não podemos permitir que a CSN ignore uma liminar judicial e continue produzindo de forma indiscriminada, sem nenhuma preocupação com as consequências geradas ao ambiente e à população”, ressaltou. Lembrou também que as empresas envolvidas tinham um prazo a ser cumprido. “Só que até o momento não percebemos nenhuma alteração do cenário lamentável de pilhas de escória que ultrapassam os 20 metros de altura”, completou.
Para Furtado, importantes resultados foram alcançados. Citou como o principal deles a assinatura do Termo de Ajude de Conduta (TAC) pela CSN no valor de R$ 300 milhões como o principal deles. “É um investimento importante, que viabilizará melhorias e planejamentos durante os próximos anos. A aplicabilidade deste recurso será acompanhada criteriosamente. É necessário conhecer a destinação de cada centavo e se está atendendo o objetivo proposto’, frisou.
É importante ressaltar que desde 2018 o vereador atua como presidente da Comissão Parlamentar Especial, criada com o intuito de representar os munícipes na militância ambiental, apurando os riscos do acúmulo irregular de escória, que se arrasta a mais de duas décadas, e da emissão de poluentes nocivos à saúde e que são provenientes da produção siderúrgica.
VOLTA REDONDA
A montanha de escória localizada no bairro Brasilândia produzida pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e que está no pátio da multinacional Harsco, voltará a ser assunto discutido na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O deputado estadual Waldeck Carneiro (PT) esteve na última semana em Volta Redonda para verificar as denúncias de anos da população do entorno e de ambientalistas sobre a preocupação dos resíduos atingirem o Rio Paraíba do Sul.
O deputado informou que nesta quinta-feira, dia 21, vai oficiar o Instituto do Ambiente (Inea) porque deseja saber as providências tomadas para resolver esse problema. “Em seguida, diante das informações, falarei na tribuna da Alerj e pedirei a inspeção no local com presença de deputados. Estamos ali na inércia de um grave dano ambiental. Fiquei impressionado com o que vi. Tinha visto fotos, mas não imaginava. O rio é responsável pelo abastecimento de 12 milhões de pessoas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e do Sul Fluminense (80% da população do Estado). Os resíduos estão a menos de 50 metros de distância do Paraíba do Sul, enquanto a distância mínima regulamentar é de 100 metros. É preciso que providências sejam tomadas”, argumentou o deputado.
No ano passado, em julho, integrantes da Alerj estiveram no pátio da Harsco para vistoriar a montanha de 20 metros de altura. O tamanho informado por eles e por denunciados nunca teve posicionamento oficial da CSN ou do Inea a respeito. O material depositado é de resíduos oriundos do processo de fabricação do aço na CSN.
Em nota, a CSN informou que já foram destinadas cerca de 200 mil toneladas de agregado siderúrgico nos últimos cinco meses e que segue empenhada e comprometida em buscar alternativas factíveis para a questão. “O agregado siderúrgico, coproduto gerado no processo de refino do aço, comercializado pela empresa Harsco Metals, é usualmente destinado para diversas aplicações, em especial a pavimentação e a terraplanagem. Estas aplicações, mundialmente consagradas, representam ganho ambiental vez que tem-se a redução de uso de recursos naturais não-renováveis, como os provenientes de mineração de rochas, areias e outros materiais primários”, diz a nota, completando que o material, segundo laudos, não é perigoso e é classificado como Classe II A.
EM QUATIS
Waldeck Carneiro esteve também em Quatis, conversando com o prefeito Bruno de Souza (MDB) a respeito dos resíduos do Cimento Tupi. Ele explicou que a prefeitura tem dificuldade em deflagrar um processo mais intenso de desenvolvimento ao usar o saibro extraído pela cimenteira, que também tem uma barragem considerada de alto dano potencial associado (DPA). Segundo o deputado, há um entendimento de autoridades ambientais de que o saibro é uma coisa reservada para a empresa, mas por outro lado, pode ser muito útil na pavimentação de estradas vicinais. “Fiquei de estabelecer uma agenda entre o Inea e a prefeitura, para ver se conseguem construir uma solução, que possa ser ambientalmente sustentável, para que Quatis explore também esse potencial. Seria o uso do saibro da parte que a Cimento Tupi não utiliza”, explicou.
VOLTA REDONDA
Toda vez que uma tragédia acontece em alguma cidade brasileira, como a de Brumadinho (MG), moradores do município, principalmente os do bairro Brasilândia e adjacentes, ficam mais preocupados. É que, mesmo depois de fiscalizações, audiência pública e outras ações realizadas no ano passado para reduzir o monte de escória, resíduos do processo de fabricação de metais da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que media cerca de 30 metros de altura, o medo que o produto escorra e contamine as águas do Rio Paraíba do Sul, volta à tona. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, o ambientalista Délio Guerra, garantiu que o problema não pode deixar de ser averiguado.
Segundo o ambientalista, desde a vistoria que a Comissão de Saneamento Ambiental da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e vereadores de Volta Redonda fizeram em julho do ano passado na empresa Harsco Metals, prestadora de serviço para a CSN, o problema foi amenizado. Disse ainda que, com isso, foi possível que a população respirasse uma pouco mais aliviada. “Tudo foi verificado na ocasião e o monte de escória, com certeza foi reduzido. Só que, com esse caso em Brumadinho, temos que averiguar se os cuidados continuam”, declarou Délio, ressaltando que, principalmente nessa época de chuva quando os resíduos podem escorrer para o Rio Paraíba que venha transbordar e assim causar danos em vários bairros da cidade.
Délio lembrou que, em relação como estava em junho, o monte reduziu consideravelmente de altura. “Nem por isso, ficamos totalmente aliviados, pois os riscos devem ser averiguados sempre. Sem dúvida, se a chuva arrastar esse material para o rio, além de comprometer as águas, pode causar também uma grande catástrofe. Temos que ter controle e observar. Sabemos que melhorou, mas o caso não pode cair no esquecimento. A fiscalização deve continuar. Vamos acompanhar”, destacou Délio.
MEP
O representante do Movimento Pela Ética na Política (MEP), José Maria da Silva, o Zezinho, se mostra mais preocupado. Declarou que o Movimento sugere estudo geotécnico da montanha de escória em Volta Redonda e que diante do novo fato em Brumadinho, logo vem à tona a ‘montanha’ que, para ele, continua viva e alta diante dos olhares da população, em especial à da Região Leste da cidade.
Zezinho lembrou que, consultados por ele, os especialistas do MEP das áreas de engenharia e geologia falaram que o caso de Volta Redonda ainda merece sim um estudo geotécnico. “Há necessidade de analisar o tipo de solo e fazer algum estudo para ver como ele reage a diferentes níveis de pressão. O volume do material depositado, proximidade com o Rio Paraíba do Sul, e também a percolação do material são fatores a serem analisados”, declarou. “Segundo os nossos técnicos, não é possível afirmar que escorregamento ou deslizamento da escória, como ocorreu em Brumadinho e Mariana, venha acontecer, contudo segundo eles, há necessidade de estudos e que seja urgente”, concluiu Zezinho.
CSN ESCLARECE
Em nota a CSN esclarece que já foram destinadas cerca de 200 mil toneladas de agregado siderúrgico nos últimos cinco meses e que segue empenhada e comprometida em buscar alternativas factíveis para a questão. Para isso, a empresa mantém estreito relacionamento com o Estado do Rio de Janeiro e com o município de Volta Redonda. “O agregado siderúrgico, coproduto gerado no processo de refino do aço, comercializado pela empresa Harsco Metals, é usualmente destinado para diversas aplicações, em especial a pavimentação e a terraplanagem. Estas aplicações, mundialmente consagradas, representam ganho ambiental vez que possibilitam a redução de uso de recursos naturais não-renováveis, como os provenientes de mineração de rochas, areias e outros materiais primários”, diz.
Mais uma vez a CSN reafirma que o pátio operado pela Harsco é licenciado e conta com acompanhamento dos órgãos de fiscalização ambientais competentes. “Reiteramos que os laudos analíticos constatam que o material (agregado siderúrgico) não é perigoso, sendo classificado como Classe II A, conforme norma ABNT NBR 10.004,” conclui a not.
Arrecadação para sobreviventes de Brumadinho continua
Apesar da informação do tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Brumadinho, de que, por enquanto, as doações para os sobreviventes da tragédia estão suspensas, em Volta Redonda a campanha continua. A recomendação é apenas para priorizar produtos de higiene pessoal. Já roupas, não precisam.
Ontem, representantes do Movimento Pela Ética na Política (MEP) fizeram entrega das doações oferecidas pelos amigos e colaboradores do Movimento. A entrega foi feita no Colégio Manuel Marinho, no bairro Vila Santa Cecília, ponto principal da campanha em Volta Redonda. Um professor voluntário e a equipe da Cruz Vermelha, parceira da campanha, receberam as doações.
Vereador diz que vai solicitar informações do Inea sobre remoção da escoria oriunda da CSN do Brasilândia
VOLTA REDONDA
O prazo para a remoção do excedente do material de escória oriunda da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e armazenada em um pátio nas imediações do bairro Brasilândia, expirou nesta semana. Com isso, o vereador Rodrigo Furtado, que preside a Comissão Especial Parlamentar que apura, desde meados de junho, as consequências e prejuízos ambientais provenientes do acúmulo irregular do material e da emissão de outros poluentes, disse que nos próximos dias irá enviar ofício ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e solicitar informações sobre o cumprimento da decisão judicial que prevê a remoção do material gerido pela Harsco Metals.
O objetivo do ofício a ser enviado ao Inea, de acordo com o parlamentar, é apurar se as determinações do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) foram cumpridas no prazo determinado. O presidente da Comissão Especial da Câmara coordena também a participação inédita da Câmara de Vereadores como “amicus curiae”, amigo da corte, na Ação Civil Pública movida pelo MP contra as empresas responsáveis pela produção e beneficiamento da escória. “A iniciativa é uma ferramenta colaborativa, uma vez que diversas informações são repassadas aos órgãos, pluralizando o debate e incrementando as apurações e fiscalizações”, destacou o vereador Rodrigo Furtado.
AMPARAR A FISCALIZAÇÃO
Rodrigo Furtado informou que sua função é amparar a fiscalização e colaborar para que as determinações do MP sejam devidamente cumpridas. “Precisamos saber se realmente houve redução e para isso é necessário buscar as informações. Esse trabalho não vai cessar até que seja percebida uma real e considerável redução das pilhas de escória. Permanecemos preocupados com a questão ambiental e com as consequências negativas geradas à população”, destacou, ressaltando que vai continuar trabalhando para que em breve a Comissão possa contabilizar ainda mais resultados positivos. “Precisamos incentivar a cultura do desenvolvimento sustentável. É uma necessidade urgente, que será determinante para a preservação do meio ambiente durante os próximos anos”, completou.
Furtado relembrou que a liminar obtida no mês de agosto pelo Ministério Público (MPF) e pelo MP determinava que empresas responsáveis deveriam remover, em 120 dias, a escória excedente por via férrea, e o prazo teria expirado na segunda-feira.
Em nota, a CSN informou que conseguiu dar destinação a 170 mil toneladas do subproduto do aço nos últimos quatro meses.
Em razão do fim do período para a adequação imediata, o vereador justificou a solicitação das informações junto ao Inea e afirmou que a intenção é verificar se as empresas responsáveis vêm cumprindo devidamente as principais determinações do Ministério Público, compreendidas em reduzir as pilhas de escória a quatro metros, limitar a quantidade de escória recebida mensalmente a 50% do volume removido do pátio no mês anterior e promover a umectação periódica do material.
MPF e MPRJ obtêm decisão liminar para redução de escória acumulada ao lado do Rio Paraíba do Sul
Liminar determina que CSN e Harsco reduzam escória acumulada em pátio
VOLTA REDONDA
Limitar a quantidade de escória recebida mensalmente a 100% do volume removido no mês anterior. Essa é decisão de uma liminar conseguida através de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Harsco Metals. A Justiça Federal determinou a redução da escória acumulada ao lado do Rio Paraíba do Sul, na altura do bairro Brasilândia. O acúmulo do produto chegou a atingir mais de 20 metros de altura.
A liminar prevê ainda que as empresas deverão, de imediato, limitar a altura das pilhas a quatro metros, assim como remover em até 120 dias a escória excedente por via férrea, para prevenção da poluição atmosférica pela movimentação desnecessária de caminhões pesados. As empresas ainda poderão doar e entregar a escória acumulada, comprovada sua qualidade, para destinação de interesse público. “As empresas deverão, ainda, apresentar laudo de lixiviação, solubilização, teste de toxicidade e da caracterização, classificação e composição de todo o material armazenado. Já o Inea deverá fiscalizar o cumprimento das determinações judiciais”, diz nota do MP.
Os órgãos afirmam que há incerteza sobre o que estaria armazenado no pátio, principalmente nas pilhas mais antigas que estão se formando desde a década de 70, quando a CSN começou a usar a área como bota-fora. Na ação civil pública é colocada ainda a questão da poluição visual e atmosférica.
Outro ponto da ação seria a localização do depósito que é também alvo de questionamento, pois não deveria estar a 200 metros do Rio Paraíba do Sul e a 500 metros da população. Os órgãos afirmam que o terreno está em solo de topografia desfavorável, junto ao leito do rio e ao tráfego intenso da BR-393, em meio a conglomerado urbano e dentro da zona de amortecimento de uma unidade de conservação de proteção integral.
CSN E HARSCO
A investigação do MPF e MPRJ aponta que a CSN é a proprietária do imóvel usado como depósito de resíduos siderúrgicos e a Harsco é a prestadora de serviços, operando o beneficiamento da escória, mantendo-a na maior parte em depósito, e também destinando atualmente cerca de 38% do volume recebido no mês a adquirentes interessados na fabricação de cimento, pavimentação de ruas e apoio de vias férreas. “Ao destinar a escória para o Pátio da Harsco, onde se acumula progressivamente, a CSN deixa de arcar com os custos de conferir aos detritos fim ambientalmente adequado”, diz a nota enviada.
RESPOSTAS
As assessorias de imprensa das duas empresas foram procuradas. A Harsco Metals, que opera em Volta Redonda há 40 anos, disse que está analisando a decisão. “Juntamente com nosso cliente, estamos prestando todos os esclarecimentos que nos foram solicitados pelas autoridades municipais, estaduais e federais, às quais franqueamos nossas instalações e colocamos nossos técnicos à disposição para responder com transparência aos questionamentos sobre nossa operação, movimentação, armazenamento, controles e perspectivas de escoamento do estoque de agregados siderúrgicos para o mercado”, diz a nota da empresa, afirmando ainda que atendem a todos os sistemas de controle ambiental exigidos em licença de operação pelos órgãos reguladores, assim como cumprindo todas as condicionantes e medidas de controle ambientais estabelecidas.
A CSN, através de sua assessoria, informou que tomou conhecimento da decisão liminar ontem e prestará os devidos esclarecimentos à Justiça. “Trata-se de uma área com mais de 20 anos de existência, funcionando com as devidas licenças de operação, não havendo razões para urgência ou preocupação da comunidade. A companhia segue empenhada e comprometida em buscar alternativas para o assunto”, ressalta a nota enviada.