RESENDE
O Hospital de Emergência Henrique Sérgio Grégori, em Resende, voltou a fazer neurocirurgias eletivas desde o mês de abril. Os procedimentos incluem a artrodese de coluna – intervenção de alta complexidade e que até então era realizado somente pelo Hospital Dona Lindu, em Paraíba do Sul, e no INTO (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), no Rio de Janeiro. O Hospital de Emergência já havia retomado com sucesso as cirurgias de artroplastia, o procedimento para colocação de próteses de fêmur.
O procedimento da neurocirurgia é fundamental para a recuperação de pacientes vítimas de traumas, como acidentes e quedas, ou que sofrem com problemas degenerativos, como os casos graves de hérnia de disco, por exemplo, não era realizado pelo hospital há quase 15 anos, quando as neurocirurgias eletivas foram suspensas na unidade. Segundo o governo municipal, a Secretaria de Saúde investiu cerca de R$ 500 mil na compra de materiais como pinos, parafusos, placas e próteses, utilizados no procedimento. Paralelamente ao processo de compra dos insumos, a direção do Hospital de Emergência estruturou a equipe responsável pela intervenção e acompanhamento dos pacientes, formada atualmente por três médicos neurocirurgiões. Apenas no mês de abril, quatro pessoas, com idade entre 15 e 60 anos, já foram beneficiadas com o novo serviço.
De acordo com o prefeito Diogo Balieiro Diniz (Democratas), o retorno das neurocirurgias eletivas no Hospital de Emergência, representa uma grande conquista para a cidade, em especial para os pacientes que aguardavam na fila por meses, e seus familiares, que também sofrem com as internações prolongadas. “Ainda estamos no início deste processo e precisamos agir com cautela porque, como não somos referência para este tipo de cirurgia, não recebemos verbas do Governo Federal para bancar os procedimentos realizados, nem para fazer novos investimentos no setor. Mesmo assim estamos muito felizes com os casos que já conseguimos atender, pois sabemos que estamos devolvendo a essas pessoas o seu bem estar e a alegria de viver sem dor”, disse.
FILA DE ESPERA
A alternativa para o paciente, enquanto a neurocirugia não ocorria no Hospital de Emergência, era fazer cadastrado no sistema de regulação do Ministério da Saúde e entrar na fila de espera aguardando prazo médio de três a quatro meses para marcar a cirurgia.
Segundo o diretor do Hospital de Emergência, o neurocirurgião Frederico Lima, o paciente teria que permanecer internado no hospital, podendo contrair uma infecção hospitalar, em razão da longa internação. O Hospital de Emergência não é referência para este tipo de procedimento e por esse motivo não conta com recurso federal. A unidade tem capacidade para fazer até quatro cirurgias por mês, sendo duas de artrodese de coluna, com prioridade para as vítimas de trauma, e as outras duas de pacientes que aguardam na fila de espera por outros tipos de intervenção também na área da neurocirurgia. “Hoje temos uma fila de espera de até dois anos por procedimentos diversos de neurocirurgia e temos insumos suficientes para realizar duas artrodeses de coluna por mês. Com isso, usamos as outras duas vagas para atender pacientes que estão na fila de espera, aguardando serem chamados pelo INTO, mas sem muitas perspectivas de que isso vá acontecer nos próximos meses”, explica Frederico Lima. Os pacientes operados recebem acompanhamento pela equipe médica formada pelos profissionais Frederico Lima, Valdemar Fernandes e Archimedes Ferraro, na Nova Santa Casa de Resende.