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Reciclagem de lixo contribui para um planeta mais saudável

Por Carol Macedo
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BARRA MANSA

Uma pesquisa divulgada em junho de 2018 mostrou que 88% dos brasileiros concordam totalmente que a forma correta do descarte de lixo é através da separação dos materiais que podem ser reciclados, e 95% acham a reciclagem importante para o futuro do planeta. Porém, quase 28% não sabem identificar as cores das lixeiras da coleta seletiva. Além disso, 56% dos entrevistados afirmam existir coleta seletiva em sua cidade, mas 50% dizem não utilizar o serviço. Essa pesquisa nacional ouviu 1,8 mil pessoas por telefone, entre 25 e 30 maio.

Uma das coisas que mais agridem o planeta são os resíduos, mais conhecidos como lixo. Várias coisas que são descartadas podem ser reaproveitadas e voltar a ter alguma utilidade. A reciclagem é um conjunto de técnicas que têm o objetivo de aproveitar os restos e assim, diminuir o lixo existente no meio ambiente. Cada cidadão brasileiro produz em torno de 500 gramas de lixo por dia e todo esse lixo se transforma em milhões de toneladas, e se mal descartados, podem contribuir para a morte de diversos animais, poluir o solo e gerar doenças para o homem.

E para conversar sobre meio ambiente e coleta seletiva, o A VOZ DA CIDADE entrou em contato com o Ambientalista e Coordenador de Resíduos Sólidos do o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Jackson Rabelo, que também faz parte do projeto de coleta seletiva de Barra Mansa. De acordo com ele, o município oferece três serviços importantes para a população e o meio ambiente, são eles: serviço de Limpeza Urbana, com recolhimento de entulho, limpeza de córregos, rios, margens, sistema de drenagem em calhas e bueiros; coleta seletiva, que teve o serviço de reciclagem retomado em 2017; e o novo projeto de Educação Ambiental focado na área de resíduos e reciclagem.

A Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (Coopcat), que realiza a coleta seletiva do município, vem realizando desde o ano passado a coleta de materiais sólidos em diversos bairros da cidade, porém, apenas 35% dos morados participam do projeto de reciclagem. Segundo Jackson, muitas pessoas têm consciência sobre a forma correta de se desfazer do lixo, mas têm o costume de praticar o erro. “Os moradores que participam do programa oferecido são pouquíssimas, e isso nos faz perceber que o nosso maior desafio será acabar com o mal hábito”, afirmou.

DA CONSCIÊNCIA AO HÁBITO

De acordo com o Jackson, o município está na etapa de implantação e educação, porém a partir de abril de 2019, os moradores dos bairros que já contemplam os serviços, receberão notificações e multas, caso não realizem a separação do lixo para a coleta. “Os residentes serão obrigados a reciclarem o material adequado para descartá-lo dentro do programa” contou, informando que o programa coleta vidro, plástico, papel e madeira.

Apesar de existir comunicação e informação sobre consciência ambiental, o hábito de cuidar do meio ainda não foi adquirido. Ainda existe uma grande parte da população que joga o lixo em locais indevidos, e descarta materiais tóxicos da forma errada. Segundo o ambientalista, é necessário tempo, insistência, informação, educação e cobrança para que o hábito seja adquirido. “Quanto todos foram obrigados a usar o cinto de segurança, durante dez anos falaram da necessidade, logo em seguida, da obrigatoriedade e depois a penalidade. E com o meio Ambiente tem que ser a mesma coisa”, disse.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS

A preocupação com o meio ambiente revela que o mundo está vivendo um momento de desequilíbrio e desarmonia, causados pela própria sociedade e a Educação Ambiental é uma ferramenta para a mudança de comportamento, objetivando alcançar desenvolvimento sustentável a partir de ações, concepções e mudanças de costumes, visando uma relação mais harmoniosa com o planeta. Com isso, o Saae, através da Secretaria Municipal de educação, iniciará também em 2019, um projeto de educação ambiental nas empresas, instituições, igrejas e associações em todas as escolas municipais, estaduais e particulares.

O programa visa à participação dos alunos (de toda faixa etária) no programa de coleta seletiva.  Através de palestras, será passado o conceito de limpeza urbana, fiscalização e educação ambiental. Além disso, serão implantados nas escolas um Ponto de Entrega Voluntária (PEV) onde os alunos, os professores e o corpo docente, poderão depositar material reciclável e óleo de cozinha.

SOBRE A COOPCAT

O serviço de coleta seletiva surgiu no município em 2002, e dois anos depois já se denominada Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (Coopcat), com o passar do tempo o programa progrediu, chegando à marca de 164 toneladas de lixos sólidos e cinco mil litros de óleo de cozinha recolhidos. Porem, em 2012 o investimento no serviço diminuiu, gerando a paralisação do programa. Apenas em 2017, a cooperativa, em parceria com o Saae, foi retomada, e hoje atende a 41 bairros com três caminhões. A expectativa é que até dezembro de 2019 a coleta seletiva atinja 100% do município.

O programa realiza o recolhimento de três mil toneladas de resíduos urbanos por mês, o que resulta numa economia de R$ 150 mil para o município.  Segundo Jackson Rabelo, a Coopcat além de contribuir com o meio ambiente, gera trabalho e renda para acidade.

A EXPLORAÇÃO DO MEIO AMBIENTE

Desde o início da humanidade o homem precisou do ambiente para sobreviver, no início, eram abrigos e alguns alimentos que eram explorados, com o passar dos séculos as explorações aos recursos naturais ficaram cada vez mais preocupantes, principalmente no final do século XX. No período da Revolução Industrial, com a evolução do capitalismo e o consumismo, não havia preocupação ambiental. Os recursos naturais eram enormes, e a população não se atentava com os malefícios que seus atos poderiam causar para o meio ambiente. O homem desenvolveu uma noção equivocada de que ele podia controlar o meio.

Mas com o tempo, percebeu-se que o planeta terra é um sistema fechado e finito e que existiriam fortes consequências caso a humanidade continuasse a explorar e degradar seus recursos naturais de forma inconsciente. Diante disso, uma mudança de atitude se torna necessária. A Educação Ambiental surge com o propósito de despertar a consciência da população global sobre os problemas ambientais consequentes das atividades humanas.


CONFERÊNCIAS MUNDIAIS DE CONSCIENTIZAÇÃO

A primeira vez que a humanidade se juntou para debater consciência ambiental foi em 1972 na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida como Conferência de Estocolmo, na capital da Suécia, Estocolmo. A Conferência ficou conhecida por inaugurar a busca por equilíbrio entre desenvolvimento econômico e redução da degradação ambiental, sendo a primeira grande reunião de chefes de estado organizada pelas Nações Unidas (ONU).

Três anos depois, em 1975, foi realizado uma reunião com representantes de 65 países, para debater Educação Ambiental (EA). No Encontro de Belgrado foram formulados princípios e orientações para um programa de EA, em que estava estabelecido que a prática deveria ser contínua, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e orientada para os interesses nacionais. Esse documento é considerado um bem histórico que marcou a evolução dos movimentos em torno do tema meio ambiente.

Porém, foi em 1992 que a comunidade política internacional admitiu claramente que era preciso conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a utilização dos recursos da natureza. Exatamente vinte anos após a realização da primeira conferência sobre o meio ambiente, representantes de 168 países do mundo reuniram-se no Rio de Janeiro para decidir que medidas tomar para conseguir diminuir a degradação ambiental e garantir a existência de outras gerações. O congresso ficou conhecido como Rio-92 e Eco-92.

MATERIAL       TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO

Jornais       duas a seis semanas

Embalagens de papel   três a seis meses

Fósforos e pontas de cigarros         dois anos

Chiclete      cinco anos

Nylon         30 anos

Tampas de garrafas    150 anos

Latas de alumínio        200 a 500 anos

Isopor        400 anos

Plásticos     450 anos

Fralda descartável comum    450 anos

Vidro         um milhão de anos

 

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