NOVA IORQUE
A Organização Mundial da Saúde, OMS, lidera parcerias com vários setores e países buscando o desenvolvimento, financiamento e acesso a testes, suprimentos, medicamentos e futuras vacinas da Covid-19.
De acordo com a diretora da agência para o Acesso a Medicamentos, Vacinas e Produtos Farmacêuticos, a brasileira Mariângela Simão, as diretrizes sobre o destino inicial de uma possível vacina ainda estão sendo analisadas.
Prioridade
Falando à ONU News, a vice-diretora-geral disse que essas regras serão anunciadas até a primeira semana de julho. Ela destacou alguns avanços nas áreas de pesquisa, fundos e medicamentos. “A Organização Mundial de Saúde, junto com outros parceiros, está trabalhando, no momento, em critérios de alocação que possam orientar os países na medida em que vão recebendo as doses e quais são as populações prioritárias para serem vacinadas primeiro. Por exemplo, há muito consenso em torno de que profissional de saúde é uma população prioritária. Porque são as pessoas que estão na linha de frente que garantem a infraestrutura do sistema de saúde no caso de uma segunda onda ou do ressurgimento ou como nós estamos ainda em progressão, na primeira onda em muitos países. Um segundo critério poderia ser, dependendo da situação epidemiológica no país, por exemplo as pessoas maiores de 65 anos”, disse a vice-diretora-geral.
Mariângela Simão mencionou ainda a importância da recente descoberta da dexametasona por pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido. O medicamento pode salvar vidas quando combinado a outros tratamentos para melhorar a sobrevivência dos doentes de Covid-19. “Esse medicamento associado a outros medicamentos nas unidades de terapia intensiva ajudou a reduzir a mortalidade de pacientes que estavam em respirador com oxigênio em até 30%. O que é um dado muito importante nesse momento. Mostra que enquanto se busca um medicamento que ataca o vírus diretamente, outras medidas complementares nos cuidados intensivos podem ser associadas para que haja diminuição no caso de mortes”, comentou ela destacando que a dexametasona é considerada a primeira evidência de uma droga de baixo custo e amplamente disponível para ser aplicada no combate à doença.
Testes, tratamentos e vacinas
Na sexta-feira, dia 26, a OMS informou que US$ 31,3 bilhões serão necessários para ações para travar a pandemia nos próximos 12 meses. O valor seria investido para desenvolver e implementar testes, tratamentos e vacinas.
Desse total, somente US$ 3,4 bilhões foram conseguidos até o momento, deixando um déficit de US$ 27,9 bilhões. O montante “urgentemente necessário” é de aproximadamente US$ 13,7 bilhões.
A agência pretende entregar dois bilhões de doses de vacinas até o final de 2021. Metade será alocada a países de baixa e média rendas.
* Silas Avila Jr – Editor Internacional