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Olhar com ternura, agir com Justiça

Por Carol Macedo
marcele campos
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Há pessoas cuja existência é como uma vela acesa: silenciosa, constante e que ilumina suavemente tudo ao redor.

Nesta semana, abro um pequeno parêntese na minha abordagem habitual como neuropsicóloga para escrever algo diferente. Este texto nasce do lugar da homenagem, do afeto e da admiração por seres humanos cuja trajetória também ilumina aspectos profundos do cuidado com o outro — tema tão presente na minha atuação profissional. Porque, antes da ciência, existe a escuta; antes da técnica, existe o encontro humano.

Este mês de abril foi marcado pela perda de duas figuras que, na minha opinião, representam a simplicidade, a fraternidade e o serviço à comunidade.

O Papa Francisco foi — e continua sendo — uma das vozes mais contundentes em defesa da inclusão, da escuta atenta e do respeito à dignidade de cada ser humano. Em diversas ocasiões, ele nos lembra que a verdadeira grandeza de uma sociedade está em como ela cuida dos mais frágeis — e que ninguém deve ser deixado para trás. Seu olhar compassivo, que ultrapassava as barreiras da religião, propõe um mundo mais humano, onde cada pessoa possa encontrar seu lugar, ser compreendida e acolhida em sua singularidade.

Assim foi Monsenhor Nobuo Sano para Volta Redonda e para tantas comunidades da Diocese de Barra do Piraí-Volta Redonda. Sua partida, aos 89 anos, no dia 28, não apagou essa luz — ela se multiplicou nas memórias e nos corações daqueles que foram tocados por sua presença.


Monsenhor Sano foi mais do que um líder religioso. Foi um ser humano raro, guiado por valores essenciais que fazem falta no mundo moderno: escuta, simplicidade, compromisso, respeito e serviço. Em uma época de pressa, ele era pausa. Em um tempo de ruído, era silêncio acolhedor.

Que possamos, inspirados por valores universais, seguir exemplos como esses — de olhar o outro com compaixão, promover o diálogo e a justiça social. Findamos o mês de abril, mas a luta por um mundo mais humano, justo e inclusivo continua.

Talvez a maior lição seja essa: olhar com ternura e agir com justiça.

A inclusão, nesse contexto, não é apenas uma meta institucional ou educacional — é um compromisso diário com a escuta, com o cuidado e com a valorização da diversidade humana em toda a sua complexidade.

Marcele Campos
Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver.

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