Te convido hoje a visitar a sua infância e pensar como foi.
Quais incentivos você já recebeu ao longo da sua vida?
Você viveu num lar que te encorajou ou você vem de uma estrutura familiar que te gerou medo e insegurança?
Vou te contar hoje sobre a força do encorajamento no nosso desenvolvimento.
Desde os primeiros anos de vida, a forma como uma criança é incentivada a explorar o mundo, enfrentar desafios e acreditar em suas próprias capacidades tem um impacto profundo em seu desenvolvimento. O encorajamento, diferentemente do simples elogio, não apenas reconhece um feito, mas reforça o esforço, a persistência e a capacidade de aprendizado. Quando uma criança se sente encorajada, ela desenvolve autoconfiança, autonomia e resiliência, qualidades fundamentais para lidar com as adversidades da vida.
No ambiente familiar e escolar, pequenas palavras de apoio podem fazer uma grande diferença. Um simples “Você consegue!” ou “Tente de novo, estou aqui com você” ensina a criança que errar faz parte do processo de aprendizagem. Esse suporte emocional fortalece o senso de auto eficácia, ou seja, a crença de que é capaz de realizar algo por meio do esforço e da dedicação. Crianças encorajadas tendem a se tornar adultos mais seguros, criativos e persistentes diante dos desafios.
Por outro lado, a ausência desse estímulo pode ter repercussões significativas na vida adulta. A falta de encorajamento na infância pode gerar adultos inseguros, com medo do fracasso e resistência a desafios. Muitas vezes, a baixa autoestima e a tendência à autossabotagem têm raízes na infância, quando a criança não recebeu suporte suficiente para acreditar no próprio potencial. A crítica constante, a comparação com outras crianças ou a ausência de reforço positivo podem criar barreiras emocionais difíceis de superar.
Se você já passou por isso, se tem marcas profundas, ou se sente inseguro e tem muitos pensamentos sabotadores, procure ajuda profissional, é sempre tempo de revisitar memorias e mudar crenças para se ter qualidade de vida.
Encorajar não significa superproteger ou evitar frustrações, mas sim oferecer apoio para que a criança desenvolva coragem para tentar errar e tentar de novo. A construção de uma mentalidade de crescimento, na qual o aprendizado é visto como um processo contínuo, é um dos maiores presentes que pais, educadores e cuidadores podem oferecer. Afinal, o futuro de uma sociedade mais resiliente e confiante começa no olhar e nas palavras que dirigimos às nossas crianças hoje.
Vamos juntos!
Marcele Campos
Psicóloga Especialista em Neuropsicologia (Avaliação e Reabilitação) e Análise do Comportamento Aplicada ao Autismo, Atrasos de Desenvolvimento Intelectual e Linguagem. Trabalha há mais de 28 anos com crianças e adolescentes. Proprietária da Clínica Neurodesenvolver.