CURITIBA/VOLTA REDONDA
A família do pequeno Rafael Morais Dias, de um ano, tem motivos de sobra para comemorar. É que o transplante pelo qual ele foi submetido em Curitiba teve um bom resultado e agora a expectativa é que o morador de Volta Redonda esteja curado da síndrome de Wiskott-Aldrich, uma doença rara que provoca sangramentos e uma maior sensibilidade a infecções bacterianas e virais.
O menino está em Curitiba, onde passou pelo transplante de medula óssea. O doador é o pai dele, Lucas Dias, que tinha apenas 50% de compatibilidade. O procedimento nesses casos é chamado de haploidêntico e apresenta mais riscos que os transplantes com 100% de compatibilidade, mas segundo a mãe de Rafael, Larissa Morais, o hospital tem obtido bons resultados nos transplantes deste tipo, assim como foi o apresentado em exames feitos ao longo desses últimos dias. Nesta quarta-feira, a junta médica confirmou que a medula transplantada está funcionando.
“Tem que estabelecer alguns critérios médicos, mínimos, e foi confirmado que o dia oficial da ‘pega’ foi na última segunda-feira. O Rafael continua internado, ainda sob cuidados, e a previsão de alta é semana que vem. Mas ele vai continuar aqui em Curitiba, porque vai precisar de um acompanhamento de, no mínimo, duas vezes por semana no hospital. É uma nova fase do transplante que requer muitos cuidados para não ter nenhuma doença tardia, que às vezes o procedimento causa, mas eu tenho fé que não vai haver nada disso. Mas por isso ele tem que ser acompanhado muito de perto”, disse Larissa.
A mãe do menino ainda lembrou que ele continua tomando medicação, principalmente para evitar infecções. “O Rafael continua tomando muita medicação, mesmo de casa, para evitar infecção, porque o sistema imunológico dele ainda está fraco, mas está respondendo super bem. Semana que vem ele vai ser submetido a um exame chamado quimerismo, ele é muito importante porque: a medula pegou, só que antes ele tinha uma medula doente. Então a gente espera que essa que está dando sinais nos exames seja a medula do pai, sem nenhum vestígio da medula do Rafael, que é a que possui a doença. Então esse exame vai dizer se essa medula é 100% do pai ou se ainda há algum traço da medula do Rafael”, disse Larissa, comemorando: “Agora entramos em uma nova fase do tratamento, mas uma grande batalha foi vencida”.
A DOENÇA
Rafael trava desde o nascimento uma luta contra a síndrome de Wiskott-Aldrich, doença rara de imunodeficiência e de origem genética. A única chance de cura é a realização de um transplante de medula óssea, mas a probabilidade de encontrar um doador 100% é de uma a cada 100 mil pessoas.
Para aumentar as chances de achar um doador 100% compatível, a família realizou campanhas para mobilizar voluntários, porém não encontrou nenhum doador, por isso os médicos optaram pelo pai, 50% compatível apenas.