RESENDE
Os deputados estaduais Glaucio Julianelli, o Dr Julianelli (Rede) e Marcelo Freixo (PSOL), estiveram na última sexta-feira na Cadeia Pública Luís Fernandes Bandeira Duarte, no distrito de Bulhões, após pedido da Pastoral Carcerária, movimento da Igreja Católica, originado por queixas dos presos. Julianelli faz parte da Comissão de Saúde da Alerj e Freixo da Comissão de Direitos Humanos. Eles foram acompanhados na visita pelo padre Rafael. Alguns problemas na parte de alimentação e saúde dos presos foram encontrados.
Segundo o deputado de Resende, a pastoral encaminhou alguns problemas e eles foram conferir. Um deles dizia respeito a alimentação do presos. Segundo Julianelli, o local é abastecido com as chamadas “quentinhas”, que muitas vezes chegam já azedas. “A denúncia realmente procede. Ficou claro isso. Muita comida é jogada fora. O estado gasta muito recurso para comprar essa alimentação e a comida estragada não se justifica”, disse.
A respeito desse problema, Julianelli destacou que estão oficiando a Secretaria de Administração Penitenciária informando a situação para que providências sejam tomadas. Para ele, é necessário discutir na Alerj a retomada das cozinhas nos presídios. “Isso representa uma comida feita na hora e também um local para os presos trabalharem, ocupando o tempo, e ainda sendo uma possibilidade para diminuir a pena”, falou.
Outro problema verificado no local diz respeito a reclamação dos presos de que os remédios para quem tem tuberculose estão chegando com atraso. Segundo o deputado, primeiro existe uma discordância a respeito do número de infectados. Os presos dizem 12 e a administração cinco. Porém, o fator agravante seria o atraso na chegada dos medicamentos para o tratamento. “Já fiz contato com Comissão de Saúde para ver se regularizam o fornecimento de medicamentos, pedi ainda à direção que encaminhe os nomes dos que estão em tratamento. A medicação é obrigatória e precisa ser fornecida pelo estado”, explicou, frisando ainda a necessidade de medicamentos de uso contínuo estarem disponibilizados na farmácia da cadeia.
SEMIABERTO
Alguns presos são contemplados com o regime semiaberto, quando podem sair para trabalhar e retornam no final da tarde. Porém, de acordo com Julianelli, muitos não estão conseguindo emprego. “Vamos verificar a possibilidade alguma maneira de estimular isso, sensibilizar as empresas porque uma das finalidades da prisão é a ressocialização”, pontuou.
Um elogio foi feito pelo deputado. Contou que a limpeza da cadeia estava muito satisfatória e que eles foram recebidos muito bem pela direção, que não sabia da visita surpresa. Além disso, no local não existe superlotação. Segundo informações repassadas pelo deputado, no mês de junho tinha 338 internos, divididos em 72 celas. Em cada uma média de seis pessoas.
EM TEMPO
O deputado procurou o A VOZ DA CIDADE para informar sobre sua agenda em Resende no final da tarde de hoje, quando não era mais possível ouvir a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) a respeito das denúncias. O jornal se coloca à disposição para esclarecer os fatos.