BARRA MANSA
Cuidar do rosto, para muitas, é praxe. Filtro solar ou hidratante (os dois juntos, melhor ainda) estão na rotina de quem busca uma pele saudável. Mas e o pescoço? Mesmo as mais dedicadas pouco se lembram de reservar uns minutinhos aos cuidados com essa parte do corpo, que sofre com a perda de colágeno e os efeitos da exposição solar tal qual o rosto.
De acordo com a dermatologista Juliana Neiva, a pele do pescoço é mais fina e delicada do que a do resto do corpo e acaba ficando superexposta ao sol. “Ali há um músculo, cuja fixação é feita pela mandíbula. Ele fica naturalmente frouxo com o tempo e com a perda óssea, o que traz flacidez à região, também propícia ao acúmulo de gordura, a famosa papada”, cita.
De acordo com a médica, a pele do pescoço se diferencia do rosto por possuir quantidade menor de glândulas sebáceas. Por conta disso, seu poder de hidratação também é menor. “Apesar do mesmo grau de exposição, é uma pele que tende a ser mais sensível, ressecada, além de apresentar mais manchinhas”, apontou.
Uma dica dada pela profissional é caprichar na hidratação do local. “Apesar de muitos itens para rosto poderem ser usados também no pescoço, é preciso de ajuda do dermatologista para saber se eles são, de fato, compatíveis com a delicadeza da área. Devemos evitar tudo que tenha alta concentração de ativos que promovam descamação, esfoliantes e peelings, nem pensar, se não a epiderme pode afinar ainda mais. Não perder de vista a sensibilidade da área é imprescindível também na hora de passar perfume. Pode não parecer, mas os efeitos cumulativos desse hábito deixam vasos e manchas mais aparentes”, acrescentando que as fórmulas alcoólicas de certas fragrâncias podem irritar a epiderme e, com isso, hiperpigmentar e ativar os vasinhos.
Para a dermatologista, a região precisa de cuidados, inclusive anti-idade. “A partir do momento que os tratamentos dermatológicos começam, essa área também deve ser olhada com atenção especial. Afinal, ela envelhece de forma mais precoce, já que a pele é mais delicada. Não há uma idade específica, mas o ideal é que seja a partir dos 20 anos”, indicou.
Para os cuidados efetivos na região, são feitas, geralmente, adaptações do que já se usa no rosto. “Se a pele possui quadros de melasma ou é acneica, por exemplo, ela deve ser avaliada com cuidado. Por ser uma região mais fininha, não aguentaria produtos muito fortes”, explicou, afirmando que o ritual de cuidados com o pescoço, assim como com o rosto, deve ser feito duas vezes ao dia. “Pela manhã, filtro solar, e, à noite, uma hidratação mais potente, podendo incluir também ácidos. Mas tudo vai depender do caso, da faixa etária e do tipo de pele de cada um”, concluiu.