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Mulheres são mais vulneráveis à perda dentária do que os homens

Por Franciele Aleixo
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SUL FLUMINENSE

As mudanças de humor, no corpo e na aparência das mulheres provocada pelas oscilações hormonais é uma das principais características do sexo feminino. Mas o que muitos não sabem é que elas têm influência direta na saúde bucal.

Por conta de condição hormonal, que varia muito ao longo da vida, as mulheres, são muito mais suscetíveis do que os homens a apresentarem problemas dentários e, em especial, a perda dos dentes.

O período da gravidez, por exemplo, é especialmente delicado para a saúde bucal, segundo a cirurgiã-dentista Bruna Ghiraldini, especialista em periodontia. De acordo com ela, nessa fase, o organismo recebe uma carga intensa de hormônios estrogênio e progesterona, substâncias que promovem modificações vasculares, facilitando o ataque de bactérias nas gengivas. “Pessoas mais suscetíveis podem desenvolver gengivite que, caso não seja tratada adequadamente, leva à perda dentária”, alerta.

Também na idade madura, conforme Ghiraldini, com a modificação hormonal que reflete em todo o organismo, a incidência de danos à saúde bucal aumenta. Desde a proximidade do final do ciclo menstrual – o chamado climatério, que acontece a partir dos 45 anos – a cavidade oral se ressente sob muitos aspectos. “A gengiva, por exemplo, diminui de volume e se retrai, situação que se intensifica com a chegada da menopausa, o que pode afetar a sustentação dos dentes e aumentar as chances de perda”, explica.

Outros fatores de risco são osteoporose, tabagismo, diabetes, mordida inadequada, hábito de ranger os dentes, estresse e até mesmo a anatomia da boca. “Isso porque os homens, em geral, apresentam maior diâmetro dos dentes, comparado com os das mulheres. Isso os torna, também, mais blindados contra os problemas dentários”, explica a especialista.

Para enfrentar essa perda óssea nos dentes, que muitas vezes ocorre a partir de uma aparentemente inocente inflamação da gengiva existem algumas formas de cuidado que auxiliam na prevenção. Mas, se a inflamação não for tratada corretamente, já no início, pode levar à perda dos dentes, pois o que ocorre é que irá faltar osso para apoiá-los.

Sobre perda óssea dos dentes em mulheres

Causas

Flutuações hormonais; Osteoporose; Tabagismo; Diabetes; Mordida inadequada; Inflamações na cavidade bucal; Hábito de ranger os dentes;


Estresse e Anatomia da boca.

Gravidez

Outro momento de muitas mudanças é a gestação. É comum que as grávidas fiquem enjoadas e, quando vomitam, o suco gástrico do estômago volta para a boca e pode afetar o esmalte dos dentes. O indicado nessas ocasiões é fazer um bochecho com substâncias que alcalinizem o pH bucal (como o bicarbonato de sódio) para depois de algum tempo realizar a escovação. Durante a gravidez, a possibilidade do desenvolvimento de gengivite também é grande.

Menopausa 

Já durante a menopausa, as mulheres sofrem intensas alterações hormonais que podem desencadear até em depressão. Fatores como nervosismo e dores no corpo muitas vezes fazem com que a higiene bucal seja deixada em segundo plano. Esses aspectos, associados a elementos como o biofilme, também podem gerar doenças.É por isso que os especialistas recomendam manter uma rotina de visitas periódicas ao dentista. Desta forma, é possível prevenir problemas orais causados por alterações hormonais em cada estágio da vida.

Como evitar

Fazer uma boa higiene bucal, com escovação e uso de fio dental; Visitar o dentista com frequência, especialmente durante o período de gestação e quando se aproxima a menopausa; Ter uma alimentação saudável e evitar os fatores de risco; Manter sob controle o estresse e doenças metabólicas;

Caso o problema apareça, é possível restaurar a auto-estima e a saúde bucal com um implante dentário, que substituí satisfatoriamente a raiz dos dentes e tem excelente durabilidade.

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Vulnerabilidade social também é fator de perda de dentes

A professora do curso de odontologia do UniFoa e mestre em saúde coletiva, Lívia Mafra, destaca que o último levantamento epidemiológico nacional, de 2010, aponta que a perda dentária é associada a desigualdade social e regional, causando a dificuldade ao acesso ao profissional.

O levantamento, de acordo com ela, avalia várias condições e afirma que durante a adolescência, entre os 15 e os 19 anos, a perda de dentes na classe feminina é de 20% e na masculina, 13%.  Já na fase adulta, entre os 35 e os 44 anos, a estatística aponta que 21,4% das mulheres perdem a sua dentição funcional que é formada de dentes naturais. E, após os 65 anos, a porcentagem sobe para os 56,16%, contra 49,64%, da faixa etária masculina. “Baixa renda, baixo nível de escolaridade acarretam maior risco de vulnerabilidade social. O que prejudica a autoestima, o cuidado pessoal, a higiene oral, e é, claro, a procura do profissional odontológico. A perda de dentes é causada por doenças multifatoriais, mas o fator mais relevantes é o social”, conclui.

 

 

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