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População deve ter maior atenção às doenças respiratórias

Por Franciele Aleixo
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A frente fria que está sobre a região Sul Fluminense desde a última quinta-feira tem provocado muita demanda nas unidades hospitalares da região. As temperaturas mais baixas são um forte gatilho para desencadear ou até mesmo agravar resfriados, gripe, pneumonia, asma-brônquica, sinusites, e rinite alérgica, entre outras doenças respiratórias.

Para o pneumologista Gilmar Alves Zonzin, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro, principalmente idosos, crianças e portadores de doenças crônicas devem estar mais atentos à saúde durante a estação.

De acordo com o médico, que também é coordenador do Serviço de Pneumologia do Hospital Santa Maria, embora a gripe influenza/H1N1 seja a doença mais preocupante do período, outras patologias também causam apreensão. “Já que são muitos os vírus e as bactérias que circulam na estação e que podem agravar as doenças respiratórias.  É o caso, por exemplo, da pneumonia bacteriana, considerada uma das principais causas de morte no mundo”, destaca.

O pneumologista destaca que viroses de inverno são inevitáveis, pois há uma disseminação exuberante de vírus respiratórios pelo ar, o que se pode fazer é evitar que o problema se agrave. “É preciso lavar bem as mãos e evitar contato com a boca e os olhos. Evitar locais fechados, aglomerações, arejar a casa, ter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos, dormir bem. Reduzir impactos e suas consequências é possível”, destaca Gilmar.

Outro fator da estação é que a transmissão do vírus acaba agravando as doenças crônicas. “O portador de doença crônica deve ter atenção especial para doenças mal tratadas para não serem agravadas. A poluição ambiental alérgica deve ser cuidada. Roupas, cobertores, acessórios, tudo o que pode acumular poeira, mofo ou ácaros, devem ser lavados ou expostos ao sol para evitar resíduos que desencadeiam reações alérgicas”, destaca.

Zonzin destaca que os tratamentos para as doenças típicas de inverno variam, dependendo do diagnóstico (doença viral, alérgica ou bacteriana). “Cada caso exige um tipo de tratamento ou cuidado específico. Mas é importante lembrar que, quando os sintomas são agudos e/ou persistentes, o paciente deve procurar pelo serviço médico imediatamente”, afirma o pneumologista.

Para ele, além da vacina contra o H1N1, outra forma eficaz de prevenir complicações e mortes provocadas pelas doenças de inverno é a vacina antipneumocócica. Ela previne e reduz infecções – especialmente as graves -causadas pela bactéria chamada ‘pneumococo’ (Streptococcus pneumoniae), que provoca tanto a pneumonia quanto a otite média, sinusite bacteriana e meningite (pelo pneumococo).

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Doenças agravadas ou desencadeadas no inverno

Infecções virais


Resfriado – tem duração máxima de duas semanas e os principais sintomas são coriza, febre baixa, obstrução das vias respiratórias, espirros e dor de garganta. Pode provocar complicação de natureza bacteriana (otite, sinusite e pneumonia); no entanto, com menos frequência que a gripe clássica.
Gripe – é a gripe clássica, causada pelo vírus influenza. Tem os mesmos sintomas do resfriado, mas de forma muito mais severa. Apresenta febre alta, dores no corpo e intensa fadiga. A doença é considerada extremamente contagiosa e com risco significativo de morte causada diretamente pelo vírus ou por complicações da doença, em especial a pneumonia bacteriana.

Doenças alérgicas

Alergias – são causadas por reações do organismo a diversos elementos, como pelos de animas, mofo, poeira, perfumes etc. A maior exposição a esses elementos, bem como as infecções virais, são as principais responsáveis pelo aumento das crises. Os principais exemplos de doenças alérgicas são a asma brônquica e a rinite alérgica e os sintomas mais comuns são espirro, coceira nasal, chiado no peito, falta de ar e tosse.

Asma – ocorre com mais frequência em crianças, embora também acometa adultos. Os principais sintomas são falta de ar (cansaço excessivo), chiado no peito e tosse seca e frequente. As manifestações podem ser leves ou desencadeadas apenas após esforços físicos. Em alguns casos, pode passar despercebida, principalmente em crianças, que são naturalmente muito ativas. No extremo oposto, entretanto, a doença pode se apresentar na forma de crises de falta de ar muito graves, até mesmo fatais. No caso de sintomas persistentes, o tratamento é feito de forma preventiva durante o tempo estabelecido pelo médico para cada paciente.

Rinite – é uma das doenças alérgicas mais comuns. Provoca espirros, coceira, coriza e entupimento do nariz e, se não medicada adequadamente, aumenta a chance de evolução para sinusite bacteriana. O tratamento da rinite, em muitos casos, deve ser feito em longo prazo.

Infecções bacterianas 

Sinusite bacteriana – surge principalmente como complicação da rinite alérgica ou após virose respiratória. Apresenta como principais sintomas: nariz entupido, secreção nasal purulenta, dor nos olhos e também pode causar dor de cabeça ou a compressão dos seios paranasais, e pálpebras inchadas, além de febre. Normalmente, é tratada com a utilização de antibiótico. Nos casos mais graves, pode evoluir para pneumonia ou meningite.

Pneumonia bacteriana– infecção aguda dos pulmões, que pode ser provocada por vírus, fungos e outros agentes. Em sua forma clássica, a pneumonia é causada por bactérias, ou seja, quando falamos apenas ‘pneumonia’ estamos nos referindo à doença bacteriana. No inverno, o aumento no número de casos da doença ocorre devido ao fato de que ela pode surgir após resfriado ou gripe, já que ambos reduzem a capacidade de defesa dos pulmões. Ela também pode ser relacionada ao agravamento de doenças alérgicas.

 

 

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