NOVA IORQUE
Governo sul-sudanês autoriza forças de segurança a cometer abusos em massa, incluindo violência sexual e assassinatos. Em cinco meses, foram registrados mais 1,3 mil estupros em apenas um dos dez estados do país.
Um relatório da ONU revelou na última sexta-feira que, militares das forças de segurança do Sudão do Sul foram autorizados a estuprar mulheres como forma de ‘pagamento’.
O documento da ONU denunciou ainda diversos crimes brutais cometidos contra crianças e deficientes que, em muitas vezes são queimados vivos pelos militares. “Trata-se de uma situação de direitos humanos entre as mais horríveis no mundo, com uma utilização em massa de violações como instrumento de terror e como arma de guerra”, afirmou o alto comissário das Nações Unidas para Direitos Humanos, Zeid Ra’ad al-Hussein.
Os investigadores descobriram que algumas milícias armadas filiadas ao governo foram autorizadas a estuprar e raptar mulheres e meninas, além de saquear propriedades, como forma de pagamento. Entre abril e setembro do ano passado, somente em Unidade, um dos dez estados do Sudão do Sul, foram registrados mais 1,3 mil estupros.
O relatório denuncia, ainda, casos em que, alguns pais que foram obrigados a presenciar o abuso sexual cometido contra seus filhos. Uma mulher teria contado aos investigadores que foi estuprada por cinco soldados na frente de seus filhos. Em outro incidente, soldados discutiram se deveriam estuprar uma menina de seis anos e resolveram, então, matá-la.
Desde o início do conflito em 2013, a ONU recebeu 702 relatos de abuso sexual cometido contra crianças, incluindo estupros coletivos de vítimas com menos de nove anos de idade.