ONU alerta que “Afeganistão está saindo do controle”

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NOVA IORQUE

O secretário-geral António Guterres destacou que o Afeganistão está saindo de controle, falando na última sexta-feira, dia 13, a jornalistas sobre a situação atual no país onde áreas urbanas são alvos de combates entre o Talebã e as forças de segurança.

Guterres disse que este é o momento para acabar com a ofensiva, para começar negociações a sério e para evitar uma guerra prolongada ou isolamento do Afeganistão.

Ele a ainda apontou que, somente no último mês, mais de mil pessoas foram mortas ou ficaram feridas em ataques indiscriminados contra civis, principalmente nas províncias de Helmand, Kandahar e Herat.

Pelo menos 241 mil deslocados foram gerados pelos combates, que causam danos imensos e aumentam as necessidades humanitárias. Houve um recuo em termos de direitos das mulheres, do acesso de menores às escolas e faltam de artigos básicos para os afegãos.

O dirigente da ONU reiterou que tomar o poder por meio da força militar é uma proposta perdida. Para ele, tal situação só pode levar a uma guerra civil prolongada ou ao isolamento completo do Afeganistão.

O apelo feito ao Talebã é que pare imediatamente com a ofensiva, negocie de boa-fé no interesse do Afeganistão e de seu povo. Ele disse esperar que as discussões em Doha, no Catar, restaurem o caminho para uma solução negociada para o conflito.

Paz 

O processo que envolve o Afeganistão e o Talebã tem o apoio da região e da comunidade internacional. Para o líder da ONU, somente um acordo político negociado liderado pelos afegãos pode garantir a paz.

O chefe da organização realçou que hospitais estão lotados e faltam alimentos e insumos médicos. Guterres destacou ainda a destruição de estradas, pontes, escolas, clínicas e outras infraestruturas críticas.

Antes, a subsecretária-geral para os Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo disse que a situação afegã é profundamente preocupante porque “mais uma vez, os civis estão arcando com o impacto da violência”.

A chefe dos Assuntos Políticos destacou que está clara na história recente do país que a paz e desenvolvimento duráveis não serão alcançados militarmente e a ONU está pronta a para contribuir para um acordo negociado.

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