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A quantidade de assistência humanitária que chegou a Gaza diminuiu pela metade em fevereiro

Por Andre
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NOVA IORQUE

Os crescentes ataques aéreos sem aviso prévio em Rafah, ao sul de Gaza, incluindo em áreas residenciais, estão gerando preocupações adicionais quanto à possível complicação das operações humanitárias já sobrecarregadas na região. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, UNRWA, alertou sobre isso nesta segunda-feira, dia 26. Rafah atualmente abriga quase 1,5 milhão de pessoas, mais de seis vezes a população prévia a 7 de outubro.

Dificuldades nas fronteiras

Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira, a UNRWA declarou que fevereiro foi um mês de escassa chegada de ajuda humanitária a Gaza, com uma média de quase 98 caminhões entrando por dia, o que representa uma redução de 50% nos suprimentos em comparação com janeiro de 2024. O número de comboios que acessam o enclave permanece consideravelmente abaixo da meta de 500 entregas por dia, enfrentando desafios significativos para transportar suprimentos através das passagens de Kerem Shalom e Rafah. Os caminhões da UNRWA têm enfrentado enormes obstáculos para entrar na Faixa de Gaza devido a restrições de segurança e fechamentos temporários em ambos os pontos de cruzamento. A agência ressalta que a segurança para gerenciar a travessia foi severamente prejudicada devido à morte de vários policiais palestinos em ataques aéreos israelenses recentes nas proximidades das passagens fronteiriças.

Riscos para a operação humanitária


No discurso de abertura da 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, nesta segunda-feira, o Secretário-Geral da ONU reiterou seu apelo por um cessar-fogo humanitário e pela libertação imediata de todos os reféns. António Guterres enfatizou que a assistência humanitária continua sendo “completamente insuficiente”. Ele destacou Rafah como o epicentro das operações de ajuda, e a UNRWA como “a espinha dorsal desse esforço”. Guterres alertou que uma ofensiva israelense sobre a cidade não apenas aterrorizaria mais de um milhão de civis palestinos ali abrigados, mas também “colocaria o último prego no caixão dos programas de ajuda da ONU”.
O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, comentou sobre a redução de 50% na ajuda humanitária que chega a Gaza, destacando os principais obstáculos, incluindo falta de vontade política, interrupção dos pontos de passagem, falta de segurança devido a operações militares e colapso da ordem civil.

Novos deslocamentos

Os intensos confrontos em Khan Younis, no sudoeste de Gaza, ao longo das últimas cinco semanas, resultaram em mortes e danos à infraestrutura civil, incluindo o maior abrigo da UNRWA na região sul, o Centro de Treinamento Khan Younis.
Segundo a agência, isso está forçando milhares de palestinos a buscar refúgio mais ao sul, em direção a Rafah, que está enfrentando uma superlotação extrema. Ao mesmo tempo, há relatos de movimentos populacionais de saída de Rafah em direção aos campos de refugiados de Deir Al Balah e Nuseirat, na Área Média. No entanto, essas áreas também estão enfrentando novos confrontos e ataques aéreos.

* Luciano R. Pançardes – Editor-chefe

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