BARRA MANSA
Mães de jovens especiais e cadeirantes, que são atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), estão procurando o jornal A VOZ DA CIDADE para relatarem a suspensão das vans adaptadas que atendiam o grupo. Segundo os relatos, eram três vans, sendo uma da Triecon e duas da Colitur. Algumas mães foram informadas que as empresas que cediam os veículos cortaram o benefício.
A Apaae entrou em contato e relatou que também chegou a procurar as secretarias de Educação e Saúde. Contudo ambas também não poderão atender as demandas, a primeira por falta de veículo e a segunda porque faz o transporte apenas para consultas médicas. Ainda de acordo com a Associação, o benefício era oferecido pela Secretaria e a Apae se compadece com a situação e tenta ajudar a sanar o problema, em contato com os responsáveis, mas também sem um retorno favorável.
As aulas presenciais na Apaae retornaram no último dia 16 de agosto. Não foram todos os alunos que optaram pelo presencial, com um total de apenas cinco que precisam do veículo adaptado. Desses, apenas dois estão conseguindo ir às aulas, pois possuem transporte próprio.
Cássia Aparecida Januário foi uma das mães que relatou o problema. De acordo com ela, seu filho tem 26 anos e precisa da van para conseguir voltar às aulas. Ela destacou que grande parte desses alunos que tem necessidade dos veículos são adultos e a locomoção não é fácil. Ela afirmou ainda que o grupo vem buscando apoio político, da população e de qualquer entidade que deseja contribuir com a causa, para que os jovens possam voltar às aulas. “Ficamos sabendo que as vans que os atendiam, estão estacionadas na garagem. Enquanto isso tem gente precisando desse transporte, algo precisa ser feito”, ratificou.
Já outra mãe, Silvana Gonçalves, que tem um filho de 24 anos, relatou que cada pessoa vem recebendo uma informação diferente e ninguém sabe dizer com clareza o motivo do benefício ter acabado. De acordo com ela, a van adaptada funciona há aproximadamente 15 anos e seu filho era cadastrado para o transporte há 13. “Antes da pandemia o serviço estava funcionando normalmente e com qualidade. Sem nenhum aviso prévio eles nos dizem que não tem mais transporte e nós estamos de mãos atadas sem saber o que fazer. Por isso pedimos que, quem puder nos ajudar a solucionar isso, nos ajude!”, afirmou, finalizando que isso é um direito dos alunos.
O A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a Prefeitura de Barra Mansa e, através da Secretaria de Ordem Pública, destacou que está em contato com as empresas Triecon e Colitur para uma solução o mais rápido possível.
Procurado, o responsável pelo consórcio de empresas de ônibus, Paulo Afonso de Paiva Arantes, disse que a solução é simples. Com a suspensão de aulas presenciais os veículos não tinham mais funcionalidade, mas agora, com a retomada, o consórcio aguarda uma comunicação oficial da escola para a prefeitura a respeito de itinerário para que os veículos sejam novamente oferecidos aos cadeirantes. “Essa parceria não vai acabar, o que aconteceu foi apenas que é necessário uma orientação e uma comunicação para a retomada”, esclareceu.