O câmbio internacional das moedas altera a qualidade do futebol? Com certeza que sim. Dependendo do país, altera para melhor ou para pior. Ontem, sexta-feira, 1 dólar estava sendo negociado a R$ 5,34 e 1 Euro a R$ 6,31. Com valor mais alto e sendo a moeda padrão da Europa, o Euro é devastador para o futebol sul-americano, especialmente o brasileiro. Nossos craques são cobiçados pelos times europeus e a diferença cambial permite vantajosas negociações para quem vende e para quem compra.
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Os clubes negam, mas a verdade é que eles são capazes de colocar em risco a conquista de um título se a oferta feita para compra do passe do seu craque ou da promessa de craque da divisão de base for tentadora. Infelizmente o lúdico futebol se transformou em negócio capitalista e jamais voltará a ser o que era antes.
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Se não pode ser evitada, a intensidade dessa realidade pode ser reduzida limitando o numeroso êxodo. No Campeonato brasileiro do ano passado, por exemplo, mais de meia centenas de jogadores que começaram o torneio pelo seus clubes foram negociados antes do certame terminar.
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Em 2020 a quantidade de jogadores vendidos para o exterior pode ser ainda maior. Em apenas um mês, mais precisamente trinta e quatro dias, dez dos vinte clubes da principal série do campeonato brasileiro já negociaram dezesseis jogadores. Rafinha, Everton Cebolinha, Nathan, Alex Santana e, por último, Evanilson, fazem parte da lista.
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Em ordem alfabética e quantidades diferentes, negociaram seus craques o Athletico Paranaense (1), Bahia (3), Botafogo (1), Corinthians (1), Flamengo (4), Fluminense (1), Grêmio (1), Internacional (1), Sport (2) Vasco da Gama (1). Incluídas as negociações dos times das séries B, C e D esses números crescem ainda mais.
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A exibição dos jogos pela televisão também contribui para aprimorar o conceito capitalista do futebol nos dias atuais. Veja só como será a rodada dos cariocas: 16hs/Maracanã, Fluminense (9ºL/9J/9PG/10GP/12GC/SD – 2) x Corinthians (13ºL/9J/8PG/11GP/12GC/SD – 1); 18hs/Arena Castelão, Ceará (12ºL/9J/10PG/8GP/12GC/SD – 4) x Flamengo (2ºL/9J/20PG/13GP/11GC/SD + 2); 18hs/Arena Nilton Santos, Botafogo (16ºL/8J/9PG/7GP/8GC/SD – 1) x Vasco da Gama (6ºL/8J/14PG/12GP/17GC/SD + 5).
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Pelo menos nesse caso, como não se pode contar com a renda das torcidas nos estádios, a possibilidade de ver pelo pay per view os três jogos ao vivo é oferta atraente para uma renda que ajuda.
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