PAÍS/SUL FLUMINENSE
Atualmente, 39 cidades em três estados brasileiros, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo, se mantêm com surto de sarampo, ou seja, com crescimento do número de casos confirmados da doença. Um dos municípios que registraram os casos é Paraty. Segundo informou o Ministério da Saúde, até o momento não está prevista a realização de campanhas adicionais de vacinação contra a doença em outros locais aonde não há circulação do vírus atualmente. No entanto, ressaltou que a vacinação de rotina está mantida na rede de serviço do SUS. Na região, os postos de saúde de Barra Mansa e Pinheiral, Angra dos Reis e Volta Redonda, confirmaram estoque disponível para a população que deseja se vacinar contra a doença. Quem não tem certeza se recebeu as doses, pode se vacinar.
O município de Angra, que está ao lado de Paraty, vem promovendo uma busca ativa das crianças e adultos que ainda não tomaram a vacina, apesar da Coordenação de Imunização do Estado não ter emitido nota oficial sobre campanha de vacinação contra o sarampo no estado do Rio. Gestantes e imunodeprimidos (pessoas HIV positivo, com doenças autoimunes e pacientes em tratamento contra o câncer) não podem tomar a vacina. E Crianças e adultos já vacinados não precisam ser imunizados novamente.
O A VOZ DA CIDADE conversou com a coordenadora de vigilância epidemiológica de Volta Redonda, Milene Paula de Souza Silva, que explicou que a razão de algumas doenças, como o sarampo, estarem voltando com surto no país, é por causa da cultura da antivacina que muitas pessoas vêm aderindo. “Existe uma corrente de pessoas que não acreditam na imunização, mas é graças às vacinas que houve diminuição no índice de morte de crianças e adolescentes, e é por isso que menos pessoas adoecem”, relatou, completando que quando as pessoas não se vacinam, abrem brechas para que as doenças voltem a se espalhar pelo país. “Se a população estiver imunizada, a doença pode até aparecer, mas não irá se espalhar”, ratificou.
O sarampo é uma doença viral, transmitida de pessoa por pessoas por vias aéreas. Segundo Milene, através da respiração próxima, tosse ou espirros, é possível ser contaminado. “Os sintomas são vermelhidão, a princípio localizada e depois se espalha pelo corpo, e uma febre de 38º”, disse, completando que caso a doença seja mal tradada, a pessoa pode não resistir.
Milene explicou ainda que uma vez imunizado a pessoa não precisa tomar as vacinas novamente. “A primeira dose deve ser aos 12 meses de vida e a segunda dose aos 15 meses. Toda pessoa de até 29 anos, tem que tomar as duas doses. Já de 30 até 49 é apenas uma dose. E, para os profissionais de saúde, serão duas doses, independentemente da idade”, explicou, informando que o estado do Rio de Janeiro não está em campanha da vacina e não está em surto, mas que a vacina faz parte do calendário vacinal. “As pessoas devem buscar saber se têm ou não as duas doses da vacina”, ratificou.
COMBATE AO SURTO
Para interromper a cadeia de circulação do vírus do sarampo, o Ministério da Saúde em parceria com os estados e municípios estão realizando diversas ações, entre elas, o bloqueio vacinal seletivo e ações de rotina de vacinação; e campanhas de vacinação para a população de 15 a 29 anos de idade, que ocorre em alguns municípios. O órgão também está alertando os pais e responsáveis, que vão viajar com os filhos, para locais em situação de surto ativo, que vacinem as crianças de seis meses a menores de um ano de idade. A dose tem que ser dada num período de no mínimo 15 dias antes da data prevista da viagem.