Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o ministro extraordinário do governo de transição, Onyx Lorenzoni, destacou o esforço do governo eleito para enxugar a máquina pública. A intenção é chegar, no máximo, a 20 ministérios. “Difícil reduzir sem perder qualidade. Muita atividade meio e uma restrita atividade fim. Precisa de coragem para prestar serviços melhores”, disse, no discurso de abertura do encontro. Atualmente, o governo conta com 29 pastas. A intenção inicial do presidente eleito Jair Bolsonaro era reduzir o número de ministérios para 17. Por enquanto, 16 titulares da equipe ministerial já estão definidos. Na terça-feira, dia 27, o próprio presidente eleito Jair Bolsonaro já havia apontado o número de 20 pastas. A reunião do Conselho aconteceu no Palácio do Planalto. No discurso de abertura, o ministro Lorenzoni, designado futuro chefe da Casa Civil, disse que participou da reunião para “conhecer a dinâmica do governo”.
O ministro extraordinário ressaltou a necessidade de interlocução permanente com a população e garantia de segurança para que os brasileiros façam investimentos. “Precisamos fazer com que o brasileiro não tema. Empreender com facilidade, empreender sem temer as leis.”
“Quando a gente sai lá fora, os governos estrangeiros nos olham com olhos de desconfiança. Sem previsibilidade é impossível empreender”, acrescentou o ministro.
Lorenzoni disse ainda que é preciso unir o Brasil após o processo eleitoral. “Houve, no período eleitoral, um confronto eleitoral muito forte. Nos cabe governar para todos. Não pode haver vários brasis”, destacou Onyx.
BRASÍLIA
O presidente eleito Jair Bolsonaro disse ontem que os nomes para os ministério do Meio Ambiente e de Relações Exteriores estão “maduros”. Ele não informou quais são os cotados nem os perfis, disse apenas o que espera de cada um. Segundo Bolsonaro, até o final deste mês fecha sua equipe ministerial. Também ressaltou que o ensino superior será mantido no Ministério da Educação.
Questionado sobre alguns nomes postos, como o do advogado Gustavo Bebianno para a Secretaria-Geral da Presidência, ele foi taxativo: “O que não foi anunciado, não foi fechado”.
No caso do Meio Ambiente, o presidente eleito afirmou que há duas alternativas em análise e que devem atuar para destravar “as licenças ambientais têm atrapalhado muito a questão no Brasil”. Para o presidente eleito, não há preferência sobre o sexo do futuro chanceler, mas reconheceu que será um diplomata de carreira.
Bolsonaro elogiou o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), mas não o confirmou para Saúde. “Ele é muito bem quisto grande parte dos médicos do Brasil, deixou um rastro de bons serviços no Mato Grosso do Sul.”
Questionado sobre o Ministério de Minas e Energia, Bolsonaro afirmou que é preciso “agregar valor ao que produzimos” e buscar parcerias. “Fazer parceria com quem quiser fazer conosco, não podemos ser apenas um fornecedor de commodities.”
Segundo ele, o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, terá pela frente o desafio de incentivar e estimular pesquisas. (Com informações da Agência Brasil)
Coligação de Haddad pede que PGE investigue empresa de Barra Mansa responsável pela campanha de Bolsonaro
BARRA MANSA/BRASÍLIA
A empresa de estratégia digital AM4, contratada pela campanha do candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), com sede em Barra Mansa, mas com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Belo Horizonte, Brasília e São Luis, pode ser investigada pela Procuradoria Geral Eleitoral (PGE). Isso é o que pediu a coligação O Povo Feliz de Novo (PT, PCdoB e Pros) que acredita em suposto envolvimento na produção e compartilhamento de fake news contra a campanha de Fernando Haddad (PT). Em nota, a AM4 repudia veementemente as acusações da Coligação O Povo Feliz de Novo, mencionando o crime de calúnia.
Segundo os advogados da coligação, o número de seguidores no Facebook de Bolsonaro, 6,9 milhões e 3,8 milhões no Instagram é bem diferente da média dos outros candidatos. “Dessa forma, tudo leva a crer que a empresa de estratégia digital, bem como a campanha da Coligação ‘Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos’, pode ter envolvimento nessa rede de produção e circulação de informações falsas”, argumentam os advogados.
Em matéria veiculada no jornal O Globo, citada pelos advogados no pedido, foi mencionado que o time digital de Bolsonaro distribui diariamente conteúdo para 1,5 mil grupos de WhatsApp. Seriam 15 pessoas da empresa AM4 distribuindo as mensagens para grupos que são compartilhadas por apoiadores. Os advogados citam ainda no pedido a potencialidade do ato lesivo, devido ao que eles chamam de “dinheiro público não declarado na campanha”. Pedem uma providência porque o uso das ferramentas (redes sociais) para disseminar notícias falsas “configuram práticas capazes de causar influência no resultado das eleições”.
A empresa AM4 manifesta repúdio e indignação a respeito da notícia do pedido de investigação a PGE. “O pedido não aponta – por inexistir – qualquer fato concreto, baseando-se apenas no expressivo número de seguidores do candidato à Presidência Jair Bolsonaro no Instagram e Facebook, como se supostamente tivessem origem em informações falsas. O sucesso de Jair Bolsonaro nas redes não é de agora – é resultado de um trabalho de muitos anos, tanto dele, quanto de seus filhos”, afirma a empresa.
Segundo a nota, o desempenho neste ano do candidato nas redes sociais é diretamente proporcional à sua performance eleitoral e à recepção do eleitorado brasileiro à sua candidatura “nas redes, nas ruas e nas urnas”. A empresa afirma que trabalha há 19 anos no setor digital com total respeito e ética, transparência e legalidade. “A investigação requerida pela Coligação O Povo Feliz de Novo evidencia tão somente o despreparo da candidatura adversária em compreender o cenário atual das eleições e do próprio eleitorado, mais dinâmico e digital. O sucesso da campanha digital de um candidato com apenas oito segundos de televisão é fruto de trabalho árduo e que não foi construído às vésperas”, mencionou a empresa, completando que tomará as medidas em sua defesa, especialmente pelo ato calunioso feito pela coligação.
REPORTAGEM
Na reportagem de O Globo, que fala sobre o trabalho da empresa de estratégia digital, é mencionado que foi organizada uma rede virtual de grupos onde a empresa AM4 abastece diariamente com conteúdos de campanha de Bolsonaro e materiais que ajudam a desconstruir os adversários.
Até o momento, segundo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a empresa já recebeu R$ 115 mil da campanha de Bolsonaro.
Por determinação do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Horbach, o Facebook e o YouTube deverão retirar do ar seis vídeos em que se afirma que o livro “Aparelho Sexual e Cia” foi adotado em programas governamentais enquanto o candidato Fernando Haddad (PT) ocupou o cargo de ministro da Educação (2005-2012). Conforme a decisão, a notícia é sabidamente inverídica, uma vez que o livro não jamais chegou a ser adotado pelo Ministério da Educação (MEC).
Tanto o MEC quanto a editora responsável pelo livro negam que a obra tenha sido utilizada em programa escolar. Segundo ambos, o livro sequer foi indicado nas listas oficiais de material didático. A representação, com pedido liminar e de direito de resposta, foi formalizada pela Coligação O Povo Feliz de Novo e por Fernando Haddad contra a Coligação Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos, e seu candidato ao cargo de presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, entre outros.
Horbach destacou também que é fato notório que o projeto “Escola sem Homofobia” não tenha sido executado pelo Ministério da Educação, do que se conclui que não ensejou a distribuição do material didático a ele relacionado. Além da referência a esse projeto, os conteúdos impugnados citavam que a obra constou do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático) e do PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola).
Segundo o relator, a difusão da informação equivocada acerca da distribuição do livro gera desinformação no período eleitoral com prejuízo ao debate político, o que recomenda a remoção dos conteúdos com tal teor. Por essas razões, além da retirada dos vídeos, o ministro também determinou a identificação do número de IP da conexão utilizada no cadastro inicial dos perfis responsáveis pelas postagens acima listadas; dos dados cadastrais dos responsáveis, nos termos do art. 10, § 1º, da Lei nº 12.965/14; bem como registros de acesso à aplicação de internet eventualmente disponíveis (art. 34 da Resolução TSE nº 23.551/2017).
A liminar, contudo, foi deferida apenas em parte, uma vez que os vídeos a serem retirados estão publicados em seis diferentes URLs, em vez dos 36 endereços que constam da petição inicial. Para o relator, os demais vídeos não devem ser investigados porque não citam diretamente o candidato ou seu partido e nem mesmo o Ministério da Educação.
SUSPENSA PROPAGANDA QUE ACUSA BOLSONARO
Em decisão publicada na noite de segunda-feira, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Sérgio Banhos determinou que seja retirada do ar propaganda do candidato Fernando Haddad que acusa seu adversário, Jair Bolsonaro, de votar contra a Lei Brasileira de Inclusão (LBI).
Na decisão, Banhos destacou que a campanha divulgou fato sabidamente inverídico em relação ao adversário, com potencial de desequilibrar a disputa eleitoral em desacordo com o que prevê a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997). O magistrado destacou que agências de checagem (fact-checking) dedicadas a desmentir boatos já esclareceram a informação. Segundo apurado, o candidato Jair Bolsonaro só teria votado contra um único destaque, relativo “à especificidade, à identidade de gênero e à orientação sexual da pessoa com deficiência”. Esse ponto, inclusive, foi aprovado pela maioria dos parlamentares, ao final das discussões sobre o projeto.
Segundo Banhos, a equipe do candidato Haddad já teria tomado a iniciativa de retirar a postagem do ar, antes mesmo da decisão, por considerar “impreciso” o conteúdo da publicação.
Além das postagens na internet, a propaganda irregular foi veiculada por meio de inserções transmitidas em rede nacional de televisão no dia 13 de outubro.
O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, pediu ontem para que seus apoiadores e simpatizantes não pratiquem atos de violência e agressão. Em sua conta do Twitter, a partir de uma entrevista concedida pelo candidato, ele reiterou que não tem controle sobre as pessoas e disse que é “a prova viva” da intolerância. “Esta pergunta não deveria ser invertida? Quem levou a facada foi eu. Um cara lá, que tem uma camisa minha, comete um excesso, o que eu tenho a ver com isso? Eu lamento. Peço ao pessoal que não pratique isso, mas eu não tenho controle sobre milhões de pessoas que me apoiam. Agora, a violência vem do outro lado, e eu sou uma prova viva disso”, disse o candidato.
Bolsonaro negou que há um clima bélico na campanha, acirrando ânimos e provocando episódios de violência. “Não está tão bélico assim, está um clima acirrado, de disputa, mas são casos isolados, que a gente lamenta e espera que não ocorram”, afirmou.
Uma jovem de 19 anos, em Porto Alegre, que usava uma camiseta crítica ao candidato do PSL teve as costas marcadas a canivete por um homem que a agrediu e desenhou a suástica (símbolo nazista). Há dois dias, foi assassinado o mestre de capoeira Moa do Katendê, em Salvador, também por divergências políticas.
Debates
Pela manhã, Bolsonaro foi examinado por uma junta médica que recomendou que ele fique em repouso por mais uns dias. O que significa que o candidato não vai participar do debate nesta sexta-feira, dia 12, na Rede Bandeirantes. De acordo com os médicos, no dia 18, haverá um novo exame para verificar para quais atividades ele estará liberado.
Em casa, o candidato recebe parentes, amigos e correligionários. Também mantém de forma intensa a participação nas redes sociais. Ele defendeu, mais vez, as escolas coordenadas por militares como “sucesso de modelo” de eficiência e qualidade.
Segundo Bolsonaro, a intenção é que, uma vez eleito, cada estado do país tenha pelo menos uma escola coordenada por militares. “Alcançando índices de educação e assim servindo como referência. O respeito ao professor e ensino de qualidade, esquecidos nos últimos governos, serão a nossa base”, concluiu. (Com informações da Agência Brasil).
Foi divulgado ontem o resultado da primeira pesquisa do Instituto Datafolha sobre o segundo turno da eleição presidencial. O levantamento foi realizado na quarta e tem a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou dois para menos. Segundo pesquisa, pelos votos válidos o resultado foi o seguinte: Jair Bolsonaro (PSL) com 58% e Fernando Haddad (PT) com 42%. Foram entrevistados 3.235 eleitores em 227 municípios.
Nessa amostra dos votos válidos, para cálculo, são excluídos os votos brancos, nulos e os eleitores que se declararam indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição. Para vencer no primeiro turno, um candidato precisa de 50% dos votos válidos mais um voto.
Analisando os votos totais Bolsonaro aparece com 49% e Haddad com 36%. Branco, nulo ou nenhum somam 8% e pessoas que não sabem somam 6%.
ALIANÇAS
Foi ainda levantada a opinião dos entrevistados sobre apoio dos presidenciáveis que disputaram o primeiro turno. A pergunta seria se o apoio de um candidato que perdeu no primeiro turno seria suficiente para a pessoa votar nos que estão no segundo turno. A respeito de Marina Silva 11% declararam que o apoio dela não levaria a escolher esse candidato; 11% votariam na pessoa que ela escolhesse; 72% dos entrevistados disseram que não faria diferente e 6% não sabem. Para 43% Maria deveria apoiar Haddad, enquanto para 38%.
As mesmas perguntas foram feitas aos entrevistados a respeito do apoio de Ciro Gomes. Para 21% significaria escolher o candidato apontado por Ciro. Já para 11% o apoio de Ciro faria não votar no escolhido, enquanto 63% se mostraram indiferentes e 4% não sabem. Para os entrevistados 46% apontaram que Ciro deveria apoiar Haddad e 40% Bolsonaro.
Quatorze por cento dos entrevistados responderam que o apoio
de Geraldo Alckmin a um candidato a presidente no segundo turno da eleição poderia levar a escolher o candidato. Já 13% não votariam no candidato. Para 69% o apoio é indiferente e 4% não sabem. O Datafolha também perguntou: “Na sua opinião qual dos dois candidatos Geraldo Alckmin deveria apoiar no segundo turno:”? Quarenta e sete por cento disseram Bolsonaro e 36% Haddad.
O Datafolha também perguntou aos entrevistados quando eles decidiram o voto para presidente da República. Sessenta e três por cento um mês antes; 10% 15 dias antes; 8% uma semana antes; 6% na véspera; 12% no dia da eleição.
Para governador 49% decidiram um mês antes; 12% 15 dias antes; 12% uma semana antes; 9% na véspera; 17% no dia da eleição. Também questionaram sobre a decisão do voto para senador : Pelo menos um mês antes: 42%; 15 dias antes: 13%; Uma semana antes: 13%; Na véspera: 10%; No dia da eleição: 22%.
Para deputado federal 54% decidiram um mês antes; 11% 15 dias antes; 13% uma semana antes; 10% na véspera; e 20% no dia da eleição. Para deputado estadual 47% decidiram um mês antes; 11% 15 dias antes; 13% uma semana antes; 10% na véspera; 20% no dia da eleição.