Sob o comando do prefeito Rodrigo Drable, as equipes da Defesa Civil, Superintendência de Obras e Serviços Públicos (Susesp), Saae, Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e a Subprefeitura da Região Leste de Barra Mansa, iniciaram rapidamente ações nos bairros mais atingidos pela forte chuva que ocorreu durante a tarde de domingo, dia 23. Na Rua Alphen de Oliveira Ferreira, do bairro Nove de Abril, o Córrego Secades transbordou devido ao grande volume de água. A água invadiu as casas mais baixas da rua, chegando até um metro de altura, veículos foram arrastados pela força da água.
De acordo com os moradores, em 2009 foi realizada uma obra de canalização do córrego que ocasionou o afunilamento da passagem de água e que provocou a redução do volume da vazão. Já na Rua Xavier Itaboraí, no bairro Boa Vista II, o muro de um conjunto de três casas que abrigavam oito pessoas no total cedeu e a Defesa Civil teve que interditar o imóvel por conta do risco de desmoronamento.
A ação teve início no começo da noite e, segundo a prefeitura, se estenderá até que todas as vias atingidas sejam desobstruídas e a finalização da limpeza esteja completa. Ainda, segundo informações da prefeitura de Barra Mansa, o motivo do transbordamento do Córrego Secades está sendo apurado.
Além de Barra Mansa, a forte chuva também ocasionou estragos em alguns bairros de Volta Redonda. No final da tarde de hoje, até o início da noite de domingo, a forte chuva provocou vários alagamentos na Cidade do Aço e assustou a muitos que se encontravam nas ruas. Na Rua 209, no sentido Rodovia Presidente Dutra, o Córrego Secades transbordou e nem os veículos grandes, como ônibus e caminhões estavam conseguindo passar pelo. Alguns veículos até tentaram, mas não foi possível passar nem pelas ruas que ligam aos bairros Conforto e São Lucas.
Até a publicação matéria, Defesa Civil volta-redondense não havia se manifestado sobre a chuva e sobre seus estragos.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil de Barra Mansa, Sérgio Mendes, os dois casos são isolados, porém o motivo é o mesmo, o forte calor e a pressão fora do normal da chuva que atingiu toda a Região Leste. “Em Barra Mansa registramos esses dois casos. O que teve maior proporção foi o transbordamento do córrego, os carros que foram arrastados e que bloquearam a passagem da água, foi o principal motivo do córrego ter transbordado. Cinco casas no mesmo quintal foram totalmente tomadas pela água. Nossa função aqui averiguar se há risco de um novo transbordamento e auxiliar as famílias que vivem em áreas de riscos”, pontuou o coordenador da Defesa Civil barra-mansense.
O subprefeito da Região Leste, Marco Chiesse, também esteve acompanhando as equipes e afirmou que no bairro Nove de Abril, além do alto índice pluviométrico para a região, ainda houve a contribuição dos veículos que obstruíram o curso do córrego. “O fato dos carros terem bloqueado a passagem da água contribuiu diretamente para que a situação se tornasse mais grave. Vamos nos reunir com os moradores para fazermos um levantamento e poder tomar as medidas necessárias”, explicou Marco, acrescentando que o prefeito está a todo tempo em contato com as equipes presentes solicitando todo apoio possível para as famílias atingidas.
Prestando apoio e sensibilizada pelo ocorrido, a gerente de proteção social básica da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, Catia Batista, também esteve nos dois pontos da Região Leste e explicou que a função da secretaria nesses casos é de abrigar as famílias que não tem opção de onde ir, cedendo pontos de abrigos disponibilizados pela Defesa Civil. “A gente dá colchão e vale alimentação, além de montar toda uma estrutura para atender as famílias em colégios. Sabemos que esse é um momento muito difícil, mas a função da secretaria é de tentar minimizar um pouco esse sofrimento”, contou a gerente, lembrando que, em novembro desse em Barra Mansa, foi sancionada a lei de ‘Auxílio Recomeço’, que beneficia famílias que perderam seus bens em situações como essa que ocorreu no fim da tarde de domingo, com direito de até três salários mínimos, durante três meses. “As cinco famílias que perderam seus moveis no Nove de Abril terão direto a esse auxílio. Essa é uma forma de dar a chance para que essas famílias possam ter um recomeço”, completou.
A dona de casa Regina das Graças Moraes, foi uma das atingidas pelo transbordamento do córrego. Ela mora em um quintal que contém mais cinco residências, todas foram invadidas pela água. “Essa é uma situação muito triste, principalmente por ser véspera de Natal. Vamos agilizar a limpeza para tentar fazer a comemoração aqui. Apesar da triste realidade o empenho das equipes da prefeitura está de parabéns, agiram com rapidez na limpeza da rua”, frisou a dona de casa.
A aposentada Zelí Garcia, de 68 anos, é moradora de uma das três casas que foram interditadas por conta do risco de desmoronamento. Segundo ela, tudo aconteceu muito rápido logo no início da chuva. “Aqui moram oito pessoas e, felizmente, ninguém se feriu. Foi um grande susto. Em relação ao profissionalismo da Defesa Civil não tenho o que questionar, ficamos tristes de ter que sair da nossa casa, mas se for para evitar algo pior eu sou a primeira a concordar”, concluiu Zelí, que está abrigada na casa de um filho.