SUL FLUMINENSE
Na terça-feira, dia 20, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do primeiro teste para diagnóstico de Monkeypox, mais conhecida com Varíola dos Macacos, e outras patologias com sintomas semelhantes. O produto é o Kit Molecular Multiplex Bio-Manguinhos, fabricado pela Fundação Oswaldo Cruz, que detecta as regiões genômicas dos vírus Orthopox, Monkeypox e Varicella Zoster. Na Região das Agulhas Negras, foram registrados mais de 20 notificações e quatro casos confirmados. As secretarias de Saúde seguem aguardando mais informações sobre o caso.
De acordo com as secretarias de Saúde da Região das Agulhas Negras, formada pelos municípios de Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis, registrou, até o momento, 21 notificações da Varíola dos Macacos. Destas notificações, quatro casos da doença foram confirmados, sendo três em Resende e um em Porto Real. Todas as pessoas passam bem e já retornaram as suas atividades pessoais.
12 NOTIFICAÇÕES DA DOENÇA EM RESENDE
Segundo a Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Resende, na cidade foram registradas na Secretaria de Saúde, 12 notificações da doença. Três casos foram confirmados após exames laboratoriais, seis descartados e três ainda aguardam o resultado. Em Porto Real, também de acordo com a Assessoria de Imprensa, um caso de Monkeypox foi registrado. O paciente já está curado. Ainda, segundo a Assessoria, até o momento não foi registrado nenhum outro caso da doença.
Já em Itatiaia, não foi confirmado nenhum caso da doença. A prefeitura informou que recebeu a notificação de quatro casos da Monkeypox. Após teste analisados no Laboratório Central Noel Nutels (Lacen-RJ) todos os testes foram negativos. A Prefeitura de Quatis, informou que foram registrados, até o momento, quatro casos suspeitos, mas todos descartados.
Em Barra Mansa, só foi confirmado um caso, em 12 de agosto, de um jovem, de 21 anos, e não há nenhum suspeito até o momento.
Já em Volta Redonda, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou no último dia 5 o primeiro caso da doença na cidade. O paciente é um homem, de 45 anos, que procurou atendimento na Unidade Básica de Saúde da Família do bairro 249 no dia 16 de agosto. O homem teria informado na ocasião que estava com sintomas desde o dia 1º de agosto e apresentava lesões em crostas na região torácica. O paciente foi atendido, realizou a coleta para o exame e foi orientado a cumprir isolamento social, que terminou no dia 22 de agosto.
A informação da Vigilância em Saúde de Volta Redonda, em nota, na ocasião, foi de que o paciente evoluiu bem, sem necessidade de hospitalização. Os contatos próximos a este paciente foram monitorados e não apresentaram sintomas da doença.
A partir de agora, de acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS), o teste para diagnóstico da Monkeypox também passa a ser incorporado no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS e permitirá o diagnóstico, isolamento e tratamento precoce, evitando a disseminação da doença. A orientação é que pessoas com sintomas de varíola dos macacos devem procurar imediatamente uma unidade básica de saúde para avaliação.
Vacina da Pfizer para crianças de 6 meses a 4 anos é liberada pela Anvisa; secretarias de Saúde da região aguardam liberação das doses e data para campanha
SUL FLUMINENSE
Na última quarta-feira, dia 14, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina Comirnaty, da fabricante Pfizer, contra a Covid-19, para aplicação em crianças entre 6 meses e 4 anos de idade. A autorização, divulgada na noite da última sexta-feira, 16, surgiu após a conclusão da avaliação que garante a eficácia e segurança da vacina para a faixa etária. A exemplo de todo o País, as secretarias de Saúde da Região Sul Fluminense aguardam a distribuição do imunizante e a data para a campanha de vacinação.
De acordo com a Anvisa, a autorização veio após análise técnica de dados e dos estudos clínicos apresentados pela empresa americana. Agora, cabe ao Ministério da Saúde definir o calendário para iniciar a utilização das doses no país. Sendo assim, a secretarias municipais de Saúde da Região Sul Fluminense se preparam para atender o púbico da faixa etária.
Procuradas pelo A VOZ DA CIDADE, as secretarias de Saúde de Barra Mansa, Itatiaia, Porto Real e Volta Redonda informaram que ainda não foram comunicadas de quando irão receber as novas doses e muito mesmo quando a campanha será iniciada.
Em Barra Mansa, segundo a SMS, ainda não há previsão de liberação das doses e que o imunobiológico da Pfizer liberado para crianças de 6 meses a 4 anos pela Anvisa possui diferença do utilizado em crianças de 5 a 11 anos. Sendo assim, o município aguarda orientações do Estado contendo previsões de chegada dos mesmos e demais orientações.
MESMA RESPOSTA
A mesma resposta foi dada pelo Setor de Imunização da Secretaria de Saúde de Itatiaia. Informou também que a dosagem e composição da vacina que deverá ser aplicada nesse grupo de pessoas serão diferentes das usadas para as outras faixas etárias já aprovadas. “A Anvisa recomenda que a formulação da vacina deve ser aplicada em três doses de 0,2 ml, o que equivale a 3 microgramas. Após a aprovação, cabe ao Ministério da Saúde estabelecer um calendário de vacinação e colocar em prática a distribuição da vacina para essas crianças”, informou o Setor de Imunização da SMS de Itatiaia.
A SMS de Porto Real, frisou que também está aguardando. “Com a autorização da Anvisa, estamos na expectativa da Nota Técnica do Estado autorizando a vacinação e, consequentemente a liberação da vacina para a ação. Só aguardando para iniciar, contudo ainda sem previsão”, destacou a Prefeitura de Porto Real. A Secretaria de Saúde de Volta Redonda é outra que aguarda a distribuição das doses pelo Ministério da Saúde para iniciar a imunização do público da nova faixa etária.
A Secretária de Saúde de Resende, informou que até o momento não recebeu nenhuma orientação da Secretaria de Estado de Saúde sobre a vacinação para a vacinação desta faixa etária. A Prefeitura de Quatis, também disse, por meio da Assessoria de Imprensa, que o município ainda não tem previsão do início da vacinação para crianças de seis meses a quatro anos. “O município está aguardando o envio de uma Nota Técnica da Secretaria do Estado de Saúde com as orientações e programação da vacinação”, complementou.
NACIONAL
A autorização da aplicação da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos foi aprovada, ontem, dia 13, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por unanimidade, os diretores da agência deram voto favorável à autorização da aplicação.
A CoronaVac está liberada para crianças a partir de 3 anos e poderá ser aplicada em imunossuprimidos, que são pessoas com baixa imunidade. A imunização será em duas doses aplicadas em intervalo de 28 dias e a vacina é a mesma usada em adultos, sem adaptação de versão pediátrica. A Anvisa só não determinou quando começa a vacinação, como distribuição de doses, cronograma e alteração de planos dependem dos estados e do Ministério da Saúde.
VACINAÇÃO NO RIO DE JANEIRO
Um dia depois da aprovação da Anvisa, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta quinta-feira, dia 14, que partir de amanhã, 15, vai iniciar a campanha de vacinação para crianças de 3 e 4 anos contra a Covid. O prefeito Eduardo Paes, que usou suas redes sociais para anunciar a vacinação na cidade, não esperou o aval do Ministério da Saúde, baseando sua decisão na liberação pela Anvisa. A imunização terá início com o público alvo de 4 anos.
CALENDÁRIO DA VACINAÇÃO NO RIO
Sexta, 15: 4 anos
Sábado, 16: 4 anos
Segunda, 18: 4 anos
Terça, 19: 4 anos
Quarta, 20: 3 anos
Quinta, 21: 3 anos
Sexta, 22: 3 anos
Sábado, 23: 3 anos
BRASÍLIA
A Advocacia-Geral da União (AGU), por meio da Procuradoria Regional Federal da 1ª Região (PRF1) e da Procuradoria Federal junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (PF/Anvisa), obteve junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) decisão que suspende os efeitos de decisões liminares que impediam a agência de exercer as suas competências fiscalizatórias em áreas restritas dos aeroportos situados nos estados da Bahia e do Maranhão.
Com a suspensão das liminares, a Anvisa volta a poder desempenhar a sua atribuição institucional no interior das aeronaves, nas áreas de embarque e desembarque, e demais localidades de acesso restrito. As autoridades sanitárias estaduais, por sua vez, poderão atuar de forma complementar, em colaboração com a Anvisa, nas áreas comuns dos terminais aeroportuários.
A atuação conjunta já vem sendo fomentada pela Anvisa por meio de ofícios e notas técnicas nas quais a agência indica que “os órgãos municipais e estaduais que queiram fazer triagens entrem em acordo com os responsáveis pelo aeroporto para que seja definida uma área específica para que esse serviço possa ser feito fora da área restrita do aeroporto”.
BRASÍLIA/SUL FLUMINENSE
No Brasil, os homens homo ou bissexuais, só podem fazer doação sanguínea se passarem um ano sem transar com outro homem. Portarias do Ministério da Saúde e Anvisa, impedem a doação de sangue por homens que, até 12 meses antes, “tiveram relações sexuais com outros homens e/ou parceiras sexuais destes” (Chamados também de HSH). A justificativa para esta norma é este grupo está enquadrado no chamado de ‘comportamento de risco’, que são práticas adotadas que aumentam a probabilidade de contrair uma doença sexualmente transmissível (DST).
No entanto, existem questionamentos a respeito desta norma, onde pessoas consideram as portarias da Anvisa e o Ministério da Saúde, inconstitucionais. Algumas das questões levantadas são que, mesmo com um parceiro fixo, onde ambos têm os exames em dia, a possibilidade de este grupo doar é nula. Outro questionamento levantado é que o real comportamento de risco é o sexo sem camisinha e com rotatividade de parceiros, comportamento qual, tanto homens homossexuais, quanto heterossexuais, estão sujeitos. Além de qualquer um poder mentir sobre não ter relações sexuais com homens, tornando assim, a triagem ineficaz.
A POLÊMICA CHEGA AO STF
Até 2004, os HSHs eram totalmente proibidos de doar sangue, e foi em 2017 que, o caso da restrição atual chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que iniciou um julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), que questionou essa restrição, alegando que ela é discriminatória.
De um lado, estiveram entidades que defendem o direito dos homossexuais, para as quais a medida é discriminatória. De outro, o Ministério da Saúde e Anvisa, para os quais a medida segue recomendações internacionais e o “princípio de precaução”. No entanto, o julgamento foi suspenso, e até então não houve outros desdobramentos.
“Eu doei sangue pela primeira vez no ano passado e desde então me tornei um doador mais frequente. Quando fui realizar a triagem, eu disse que era homossexual e eles apenas me perguntaram se eu usei preservativo nos últimos 12 meses. Eu disse que sim. Então permitiram que eu doasse sem nenhum problema”, contou o estudante de Nutrição, de 18 anos, João Vitor Rodrigues da Silva, morador de Volta Redonda.
“Nunca fui doar sangue, pois, tenho medo de passar por algum tipo de preconceito. Me sinto tratado de uma forma diferente dos outros que podem doar normalmente. Eu sempre me previno quando tenho relações sexuais, principalmente quando é com algum desconhecido. O problema é o sexo sem proteção, e isso qualquer um pode faze, até mesmo os heterossexuais”, relatou um morador de Barra Mansa e estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas, de 24 anos, que não quis se identificar.
“Desde quando comecei a entender sobre a importância da doação, tive vontade de doar, mas sempre vi em sites e jornais que homossexuais não poderiam doar. Então eu nunca tentei, por medo de passar por algum tipo de constrangimento. Por mais que a pessoa fale com toda delicadeza e educação do mundo, ou mesmo que ela invente algum outro motivo para eu não poder doar, sei que irei me sentir constrangido e magoado”, afirmou o estudante de Jornalismo, de 22 anos, Matheus Gonçalves, morador de Barra Mansa.
“Fui junto com o Exército para doar sangue no ano passado, era a minha primeira vez. Eles me perguntaram se eu era gay e eu disse que sim, mas não houve nenhuma objeção, então doei normalmente. Alguns dias depois, recebi uma carta do hemonúcleo, e, quando fui ao local pegar o resultado, descobri que eu tinha HIV. Está contaminado com o vírus não é nada exclusivo de um homossexual, se fui contaminado, é porque não me preveni. Deve sim existir uma triagem rígida, mas para ambos e não para apenas um público”, disse um estudante de Licenciatura em Computação, de 19 anos, morador de Volta Redonda, que não quis se identificar.
COORDENADOR DO HEMONÚCLEO DE BARRA MANSA AFIRMA QUE PROCEDIMENTO É PRECAUÇÃO
O coordenador do Hemonúcleo de Barra Mansa, Sérgio Murilo Conti, trabalha a cerca de dez anos com doação de sangue. Ele disse em entrevista ao A VOZ DA CIDADE que essa proibição vigora desde 1993. “A portaria mais recente é a 158, onde o artigo 64 fala sobre essa questão”, informou, explicando o motivo da lei. “Não há uma descriminalização da opção sexual, mas é uma forma de prevenção, já que de acordo com estudos epidemiológicos, a prevalência de vírus de pessoas que realizam relação sexual anal, como o HSH, está 19% a mais que homens que fazem sexo com mulher”, relatou.
‘ALGUNS PROTESTAM E DIZEM QUE IRÃO PROCESSAR’
“Nós somos sérios. Mostramos o que a portaria exige. Alguns protestam, dizem que irão processar, mas somos respaldados pela legislação, estamos seguindo o que nos é passado”, expôs o coordenador, afirmando que essa também é a realidade de outros países.
Sérgio Murilo ainda conta que a frequência de pessoas que vão doar e se declaram HSH é baixa. “Não sei dizer se é porque eles já têm conhecimento da lei e então não procuram doar, mas não é frequente o público vir ao hemonúcleo, pelo menos não no de Barra Mansa. Também não podemos afirmar se realmente todos os que não se declaram HSH, dizem a verdade”, afirmou.
O coordenador ainda explicou que por dia o hemonúcleo precisa de 30 doações diárias para se manter abastecido. Em média, o hemonúcleo de Barra Mansa recebe de 15 a 20 doações, podendo ter um número bem menor em alguns períodos do ano. “Não posso afirmar se as doações aumentariam caso fosse liberado para o HSH doar. Não sei dizer qual é a proporção desse público e em se todos estão realmente interessados em doar”, ressaltou.
No momento da triagem o doador responde a 40 perguntas sobre seu estado de saúde, alimentação, uso de medicação, hábitos de vida, entre outros temas. E neste questionário é feita a seguinte pergunta apenas para doadores do sexo masculino: ‘Teve relação sexual com outro homem nos últimos 12 meses?’. Após ser aprovado na triagem, o sangue doado, juntamente com as amostras colhidas para exame são encaminhados aos laboratórios. A bolsa de sangue colhida será fracionada nos hemocomponentes e ficará em quarentena aguardando os exames que serão realizados para as seguintes doenças: HIV; Hepatite B e C; HTLV I,II; Chagas; e Sífilis.
Segundo Sérgio, a sinceridade do doador é fundamental. “Se você mente na triagem, há a possibilidade de você estar contaminado, desenvolvendo a doença, que ainda não aparece no seu sangue, então os exames não irão identificar”, afirmou.
COORDENADOR DE ONG LGBT DE VOLTA REDONDA AFIRMA QUE A RESTRIÇÃO É DISCRIMINAÇÃO
“Essa norma viola a forma de sermos e existirmos, e, principalmente a diversidade e dignidade humana como uma afronta a autonomia de uma pessoa que deseja doar”, é o que afirma o fundador da ONG Volta Redonda Sem Homofobia, Natã Teixeira Amorim, que no ano de 2018 foi escolhido como um dos 20 embaixadores LGBT no Brasil, sendo o único na região Sudeste, do Estado do Rio de Janeiro. Segundo ele, o sexo anal, que é um dos comportamentos de risco, não é exclusivo da população homossexual.
Ainda de acordo com Natã, a ONG recebe diversas mensagens de homens homossexuais que relatam o constrangimento para doarem de sangue. Ele explicou também que, houve uma conferência Nacional dos Direitos Humanos LGBT, em 2016, que apontou que o Brasil desperdiça milhões de litros de sangue por ano, por causa da restrição.
Uma matéria publicada em 2016 pela Super Interessante apontou que “de acordo com o IBGE, 101 milhões de homens vivem no país e, do total, 10,5 milhões é homo ou bissexual. Considerando que cada homem pode doar até quatro vezes em um ano, com a restrição dessa parcela da população, são desperdiçados 18,9 milhões de litros de sangue por ano”. Natã afirmou que esses dados comprovam a desvantagem dessa restrição para banco de sangue dos hemonúcleos.
‘A TRIAGEM É FALHA E POUCO EFICIENTE’
Segundo Natã Amorim, a triagem não garante a segurança do sangue, principalmente porque qualquer um pode mentir. O embaixador LGBT ainda afirma que deveria existir uma mudança na forma de se realizar a triagem e que ela fosse rígida para todos os públicos. “Os questionamentos deveriam se basear se a pessoa teve muitos parceiros os últimos 12 meses, se ela tem parceiro fixo e se realizou exames de DST no último ano”, disse, concluindo que o comportamento de risco está presente no dia a dia do ser humano, independente de orientação sexual.
Ministério efetua compra de medicamento para menina com doença rara e mãe se diz aliviada
BARRA MANSA
Uma notícia que traz consigo esperança e ansiedade à família da pequena Antônia Vidal, de quatro anos. É que após mais de três meses de espera, o Ministério da Saúde efetuou a compra do Spiranza, remédio de alto custo e que pode melhorar a qualidade de vida da menina que sofre de atrofia muscular espinhal (AME), doença degenerativa que afeta os movimentos corporais e pode levar à morte.
Segundo a mãe de Antônia, a engenheira de produção Bruna Vidal, o Spiranza vem dos Estados Unidos e a expectativa é que ele leve até quatro semanas para chegar. “Depois de 94 dias de espera, eles (Ministério da Saúde) enfim efetuaram a compra. A vinda deve acontecer em no máximo quatro semanas. É mais uma batalha ganha”, destacou, relembrando: “Essa é mais uma conquista. A primeira foi quando o juiz nos deu a liminar; agora a compra, mas a felicidade completa mesmo vai ser quando segurarmos esse remédio tão valioso e tão esperado nas nossas mãos”.
Apesar da grande ansiedade, Bruna disse que a família age com cautela, mas se mostrou esperançosa. “Nesse tempo de espera, quanto avanço ela poderia ter tido, mas Deus sabe de todas as coisas. Enquanto isso, vamos cuidando da Antônia, fazendo o possível pra ela em relação às terapias, cuidados para que ela esteja bem para receber a medicação. Já vamos iniciar as sequências de exames pré Spinraza”, informou.
MEDICAMENTO
Bruna comentou ainda que apesar da espera de mais de três meses, a filha deve receber o medicamento que muitos outros casos, onde a demora pode chegar a até um ano. “Em vista de outros casos até foi rápido. O problema é que se tratando da gravidade da doença, cada dia conta. Antônia é uma menina meiga, linda e inteligente, mas por trás dela há uma doença silenciosa e não podíamos esperar. As outras famílias também não podem esperar. Infelizmente há uma burocracia muito grande do governo”, lamentou.
O remédio Spinraza foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado e não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
No primeiro ano de tratamento, Antônia deve tomar seis doses e a partir do segundo ano, três. O tratamento chega a R$ 2,5 milhões no primeiro ano, e em torno de R$ 1,2 milhão nos seguintes.
Justiça determina tratamento alternativo à menina que sofre com doença degenerativa rara
VOLTA REDONDA/BARRA MANSA
A Justiça Federal negou o pedido de urgência no fornecimento de medicamento requerido pela família de Antônia Vidal, de quatro anos, que sofre de atrofia muscular espinhal (AME). A AME é uma grave doença degenerativa rara que afeta os movimentos corporais e até mesmo da respiração, podendo levar à morte. Na decisão, o juiz Bruno Otero Nery, da 3ª Vara Federal, diz que entende que a vida é sempre prioritária aos gastos públicos, mas aponta que baseado em laudos médicos, não há urgência no caso e existem tratamentos alternativos.
O magistrado destacou ainda que a menina “leva uma vida dentro de uma razoável normalidade” e por isso não há urgência como o alegado pela família em ação movida contra a União.
Segundo a família de Barra Mansa, o remédio Spinraza, aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado e não disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), melhoraria a qualidade de vida da criança. A mãe de Antônia, a engenheira de produção Bruna Vidal, disse que recebeu a decisão com um misto de revolta e sentimento de impotência.
“A gente fica muito triste, porque não há outro tratamento. Nós estamos há mais de um ano na luta e a cada dia que passa é menos um para a minha filha. A revolta é muito grande, assim como sentimento de impotência, porque você percebe que a sua filha tem o direito à vida negado”, desabafou.
Bruna contou ainda que a decisão de entrar na Justiça solicitando o medicamento ocorreu devido ao alto custo do remédio. O tratamento chega a R$ 2,5 milhões no primeiro ano, e em torno de R$ 1,2 milhão nos seguintes. “O número de doses é maior no primeiro ano, por isso o custo maior. Depois o custo cai pela metade com a redução das doses, mas é um medicamento que ela vai precisar para a vida toda”, afirmou.
Bruna disse que pretende recorrer da decisão judicial e destacou os benefícios do uso do Spinraza.
“Nós temos 15 dias para recorrer e iremos fazer. Estamos nessa luta há mais de um ano e queremos que a história da Antônia chegue até o juiz, talvez ele não a conheça. Quando ela nasceu a médica me chamou e disse que era para eu não me apegar pois ela só viveria até os dois anos de idade, que não falaria, que seria um vegetal. E só sabe quem passa por uma situação dessas. A Antônia já fala, estuda, canta. Mas o avanço da doença é real. Nos Estados Unidos há casos de crianças que fizeram o uso desse medicamento e tiveram resultados promissores. Hoje ela não fica sentada sozinha, tem problemas na deglutição e respira com a ajuda de aparelhos porque o pulmão dela não tem força suficiente. Então se ela pudesse ter o mínimo de independência já seria ótimo e com esse remédio é possível”, garantiu Bruna.
A mãe de Antônia lembrou os desafios que a família enfrenta diariamente para que a menina possa se desenvolver. “A Antônia estuda, passeia, mas existem algumas dificuldades. A gente faz de tudo para proporcionar uma maior qualidade de vida à ela. Eu vou para aula com ela, dou banho, temos um serviço de home care com enfermeiras disponíveis para tratamento em casa. Então a gente só quer que a nossa filha fique viva, e em uma decisão dessas a gente fica sem chão”, finalizou.
CAMPANHA NAS REDES SOCIAIS
No ano passado, os pais de Antônia promoveram uma campanha nas redes sociais para despertar a solidariedade de pessoas para que pudessem ajudá-los a adquirir o medicamento. A ação ficou conhecida como “Todos pela Antônia” e ganhou apoio. O dinheiro arrecadado custeou os gastos com o tratamento da menina, no entanto, a mãe enfatizou que hoje a ação se limita a conseguir mobilizar o judiciário sobre a gravidade da doença e a necessidade da menina em fazer uso do medicamento.