SUL FLUMINENSE
A entrega de correspondências pode ficar comprometida a partir da próxima semana em todo o estado. Na terça-feira, 7, a direção do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ) realizou assembleia e deliberou pelo estado de greve em todas as agências fluminenses – ou seja, os trabalhadores podem entrar em greve a qualquer instante. Os funcionários ecetistas do Rio de Janeiro negaram a primeira proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) perante as negociações da pauta de reivindicações aprovada em maio, referente à campanha salarial 2018/2019. Existe a pretensão de a categoria deflagrar greve unificada nacional, o que foi descartado provisoriamente com o estado de greve estipulado até a próxima semana.
De acordo com a direção regional do Sintect, no dia 14, nova assembleia será realizada, às 18h30min, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, no Rio. “Não entramos em greve, mantivemos o estado de greve. Teremos outra assembleia no próximo dia 14. A ideia é negociar mais”, afirma o diretor do Sintect no Sul Fluminense, Esmeralci Silva. Segundo o TST, a proposta rejeitada incluía reposição salarial pela inflação no período, já contabilizada as perdas de 3,68%, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, sem reajuste real. De acordo com o Sintect, os funcionários dos Correios, por sua vez, reivindicam aumento salarial de 5% para a categoria e pedem a permanência de vários benefícios, como assistência médica, vale-cultura e programa de participação nos lucros ou resultados (PLR) e ainda que o empregado não perca a função quando permanecer por até 365 dias afastado pelo INSS, em caso de Acidente de Trabalho, entre outras reivindicações.
O presidente da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), José Aparecido Gimenes Gandara, disse que a categoria não vai aceitar valores injustos. “Rejeitamos a proposta apresentada pela empresa, pois não considera a necessidade mínima de reajuste dos trabalhadores e ataca direitos de conquistas históricas. As negociações continuam, mas não aceitaremos menos do que o justo”, frisa.
LENTIDÃO EM RESENDE
As informações sobre nova greve tiveram reflexo em Resende, município que registrou 28 dias de greve dos carteiros do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD), entre os meses de junho e julho. Isso porque deste a retomada das atividades, a agência Resende já mantém o estado de greve e o serviço dos carteiros é realizado de forma a reduzir a elevada demanda de correspondências e encomendas no CDD Resende. “Tenho um sedex a receber e pelo código de rastreio o sistema informa que está em Resende, mas a agência não sabe dizer sobre a mercadoria. São funcionários arrogantes e sem paciência. Solicitei nova remessa da mercadoria e espero que me entreguem”, Cristiane Farias, moradora da Vila Santa Isabel, que encomendou acessórios de aparelho eletrônicos.
DEMANDA
Ainda é grande o volume de cartas e encomendas a serem entregues em Resende. Segundo dados dos Correios, desde o encerramento da greve no início de julho, teve início a operação de escoamento da carga que ficou acumulada na unidade. “Os Correios disponibilizaram três veículos extras diários para auxiliar a distribuição na unidade e condutores de veículos para reforçar o quadro de efetivo do CDD Resende. Foram contratados nove terceirizados que já estão atuando no CDD Resende. Também estão sendo realizadas horas extras e mutirões aos finais de semana”, informa a direção dos Correios. Quanto aos Sedex, frisou ao A VOZ DA CIDADE que “as cargas são entregues em dia, sem atraso” e que “os demais segmentos estão sendo distribuídos conforme gestão da unidade” e que 2.800 objetos aguardavam entrega. “A previsão é de que haja a normalização na primeira quinzena de agosto”, frisa.