VALENÇA
O deputado federal Luiz Antônio Corrêa (PL), que é membro da Comissão para o Novo Código Brasileiro de Energia Elétrica, foi um dos presentes no Seminário “Investimentos dos Parques Fotovoltaicos para região de Valença”, promovido pela Associação Comercial e Industrial de Valença (Aciva) na última sexta-feira, 6. Vereadores de Valença e Rio das Flores, investidores e empresários também participaram.
Em sua fala no evento, o deputado criticou a ação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que abriu uma consulta pública para rever taxas e mudar as regras da Resolução 482/2012 que trata da geração distribuída de energia elétrica, em que o consumidor produz a energia solar em sua residência por meio de painéis solares. A mudança pode reduzir em até 60% a economia de quem investe na geração própria de energia. “A substituição de energias poluentes, como carvão, petróleo ou gás, por fontes renováveis é um processo irreversível e global. Até 2050 energias renováveis como a solar, a eólica, a geotérmica, a marítima e outras poderão abastecer 80% da demanda mundial, ou seja, o Brasil não pode andar na contramão mundial”, afirmou o parlamentar.
Luiz Antônio também destacou que mesmo com o país em crise e o setor de energia solar fotovoltaica tem gerado uma média de 92 empregos por dia no país. “Como parlamentar, eu quero ver esse setor florescer e já apresentei um Projeto de Lei para apoiar a Geração Distribuída de energia no país”, completou.
Já o CEO da Solarian Energy (fundo de investimento em energia solar), Edgard Franco, falou por conferência sobre os sucessos obtidos na região. “Esse ano fizemos uma usina de 1 MW em Rio das Flores para a Raia/Drogasil. O projeto foi um sucesso e está sendo ampliado”, contou. Franco também aproveitou para ressaltar a importância de ter um parlamentar que entenda a importância das energias renováveis.
O diretor da Goverde, Roberto Cavalieri, empresa de Geração Distribuída, explicou o motivo de Valença ser uma das cidades mais visadas pelo setor solar. “O município tem uma das melhores insolações do país, além disso, o preço megawatt da Light é um dos maiores do Brasil, então as companhias buscam a energia solar para economizar”, afirmou Cavalieri.
Os diretores da Alphatec, Carlos Eduardo Faria e Richard Guedes, abordaram os investimentos no Sul Fluminense e as empresas que já adotaram com sucesso a energia solar fotovoltaica. Faria revelou que além de Valença e Rio das Flores, Barra do Piraí, Vassouras e Paraíba do Sul já estão com usinas em funcionamento. Ele também destacou que os investidores procuram mais pelo interior para a instalação de fazendas solares, porque próximo dos grandes centros urbanos e rodovias sempre há o risco de roubo de equipamentos.
Já Guedes citou diversas empresas que apostaram nessa modalidade de geração energética. “A primeira empresa totalmente solar do Rio de Janeiro é a Maia Ambiental de Valença; o novo prédio da Unimed Barra do Piraí terá no seu telhado placas solares; a Renner abastece suas lojas da capital por meio de uma usina em Vassouras; e ainda destaco a Cervejaria Mascates que toca toda a sua produção com a energia do sol”, disse o engenheiro.
Durante o evento também foram feitas comparações entre o Brasil e outros países. O diretor da Newsun, Walter Corcione, foi taxativo. “Hoje, todos nós, CPF e CNPJ podemos gerar nossa energia. Essa é uma fonte eterna, porque o sol nunca vai acabar. Na Alemanha a energia solar já chegou a 60% da Matriz e o governo só mexeu nas regras a partir de 40%. Aqui a Aneel quer fazer com 1%”, concluiu.