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O argentino Fabián Bastos é o novo técnico do Santos, aumentando o número de estrangeiros treinando clubes brasileiros. Com Antonio Mohamed (Atlético Mineiro) e Vítor Pereira (Corinthians), são dois argentinos. Também são dois portugueses: Abel Ferreira (Palmeiras) e Paulo Sousa (Flamengo). Os uruguaios completam com Alexander Medina (Internacional) e Paulo Pezzolano (Cruzeiro).
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Por que nossos cartolas estão desprezando celebridades nacionais como Mano Menezes, Vanderlei Luxemburgo, Dunga, Luiz Felipe Scolari e outros que mesmo não tendo passado pela seleção brasileira também possuem e dominam com notável saber as táticas e estratégias do futebol? Será que estão ultrapassados? Será que o êxodo dos nossos craques para o exterior catalisa esse novo comportamento?
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Um século atrás o futebol brasileiro não adotava o técnico especialista e exclusivo. De 1914 a 1922, a Seleção Brasileira era convocada e treinava orientada por uma comissão técnica formada de alguns jogadores dos próprios jogadores em campo. Quem fosse o escolhido como capitão do time então recebia a alcunha de técnico. Em 1921, com Ferreira Viana Netto, houve a tentativa do técnico especialista. A experiência durou 21 dias – de 2 a 23 de outubro – e depois disso tudo voltou a ser como antes.
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Finalmente, em 1923, Chico Netto – que não descobri se era parente do outro Netto – assumiu a seleção. Embora tenha ficado no cargo de técnico apenas 28 dias, ele marcou em definitivo a transição, estabelecendo que jogador de futebol em campo é uma coisa e treinador na beira do gramado é outra.
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Dezenas de técnicos já comandaram a seleção brasileira. Zagallo é quem mais vezes comandou a seleção brasileira: 126 em jogos oficiais e 13 em jogos não oficiais. Ele também é quem mais vezes comandou a equipe nacional em vitorias: 90 em jogos oficiais e 10 em amistosos. Conhecido como cauteloso, Carlos Alberto Parreira faz justiça à fama: em 39 jogos, 37 oficiais, acumula o maior número de empates.
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Embora famoso, Aymoré Moreira não teria chance alguma em voltar a ser treinador da seleção brasileira. Quando ocupou o cargo, em 1953 e depois em 1961, foi um desastre: sob seu comando, a seleção perdeu 15 vezes em jogos oficiais e duas em jogos não oficiais. Treinar a seleção brasileira é missão difícil, exige calma para suportar a enorme pressão vinda de todos os lados.
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Talvez por essa razão, Adenor Leonardo Bachi, mais conhecido como Tite, disse que deixará a seleção brasileira após a Copa do Mundo Catar/2022. Quem irá substituí-lo?
Numa enquete com colegas consagrados, Cuca aparece com indicado, mas a preferência ficou mesmo com os estrangeiros Pepe Guardiola, Abel Ferreira. Até Jorge Jesus foi lembrado.