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Sassaricando – Oscar Nora – 21 de novembro de 2020

Por Andre

Foto: mundobotafogo.blogspot.com

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Se estivesse vivo, ontem, dia 20 de novembro, Paulo Ângelo Valentim estaria comemorando 88 anos, recebendo muitos cumprimentos dos seus amigos e admiradores. Infelizmente Paulo faleceu em 1984. Quem é esse tal de Paulo Ângelo Valentim, perguntarão os leitores mais novos?
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Foto: Divulgação

Paulo Ângelo Valetim, ou apenas Paulo Valetim ou Paulinho Valentim, foi um centroavante vigoroso, de raça, especialista em fazer gols. Natural da cidade, começou a jogar futebol no Central de Barra do Piraí. O êxodo de barrenses para Volta Redonda, na construção da CSN, levou sua família para a cidade do aço onde começou a jogar no Guarani.
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O êxodo também levou para a capital siderúrgica do Brasil muitos mineiros, os famosos “arigós”. Um deles encantou-se com o garoto ágil e aos 22 anos Paulo Valentim foi contratado pelo Atlético Mineiro onde se tornou artilheiro e bi-campeão estadual nos dois anos em que ficou por lá.
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A fama repentina foi modesta, comparada ao que viria a seguir. João Saldanha, então treinador do Botafogo, que não conquistava um título desde 1948, levou Paulo Valentim para general Severiano. Como um milagre, o jejum alvinegro acabou. Com participação fundamental de Paulo Valentim – ele fez 5 gols, um deles de bicicleta, na vitória de 6 a 2 do Botafogo sobre o Fluminense na decisão do Campeonato Carioca de 1957.
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Atuando pela seleção brasileira, ele e o barramansense-quatiense Coronel sairam no tapa com os uruguaios evitando um surra em Didi, Bellini e Pelé. Paulo Valentim chegou a nocautear um parrudo zagueiro celeste que perseguia o apavorado e baixinho ponta esquerda Chinezinho.
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Este jogo foi em Buenos Aires, no Campeonato Sul-Americano de 1959 e os argentinos se encantaram com Paulinho Valentim. No ano seguinte o raçudo centro-avante foi contratado pelo Boca Juniors onde o destino e o talento lhe reservaram mais um grande momento.
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Paulinho Valentim tornou-se o maior artilheiro do Boca Juniors em jogos contra o River Plate, o mais famoso clássico argentino. A torcida delirava com o impetuoso artilheiro e até criou um grito de guerra especial para ele: “Tim, tim, tim! Es gol de Valentim!”. Enquanto isso, com honras de uma Evita Perón, sua esposa Hilda era tratada como “primeira-dama” do clube, assistindo as partidas num lugar especial da Tribuna de Honra da Bombonera.
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Certa vez, em Buenos Aires com Edinho Silva, fui conhecer o famoso estádio do Boca Juniors, mas não nos deixaram entrar porque o local estava sendo preparado para um grande show. Então veio a inspiração e disse ao porteiro: – mas eu sou da terra natal e conheço Paulinho Valentim. Foi o argumento perfeito. Imediatamente fomos levados a conhecer o Bombonera com direito até a um guia turístico.
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A fatalidade se abateu sobre Paulinho Valentim e seu temperamento boêmio o levou a experiências mais perigosas. Até a morte. Esse caminho tortuoso também fragilizou seu casamento com Hilda, moça da sociedade mineira que não levava desaforo para casa. Foi um casamento tão tórrido que até virou minisérie da Rede Glbo: Hilda Furacão!



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