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Bolsonaro, Paulo Guedes e comitiva retornaram ontem ao Brasil, depois da viagem aos países árabes. O campeonato estadual do Rio da primeira divisão começará daqui a um mês ou, no máximo, dia 26 de janeiro. O que há de comum entre o campeonato estadual do Rio 2022 e a visita do presidente ao Oriente Médio?
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A resposta está na definitiva introdução no país do modelo capitalista do futebol e sua breve internacionalização. Trocando em miúdos, o Angra dos Reis ficou em penúltimo lugar no campeonato da segunda divisão que dá acesso à primeira divisão do Rio. Em 11 jogos só obteve uma vitória, 4 empates e 6 derrotas. Fez 7 gols e sofreu 14. O melancólico desempenho superou apenas ao do Duque de Caxias, lanterna do torneio.
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Mas como o futebol da modernidade visa lucro e dividendos, o Angra dos Reis está fora, mas, Angra dos Reis, não! O Audax Rio mudou-se para a simpática cidade e será Angra dos Reis. Como? Simples, afinal o Audax Rio de Janeiro Esporte Clube, ou simplesmente Audax Rio, é uma agremiação esportiva fundada a 8 de maio de 2005, tendo se denominado Sendas Esporte Clube até o início de 2011.
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O antigo nome vinha da antiga rede de supermercados, que foi assumida pelo grupo Pão de Açúcar. Sua sede era na cidade de São João de Meriti até 2019, mudando para a cidade de Miguel Pereira em setembro de 2020. 8 anos antes, em 2013, o clube foi comprado pelo banco Bradesco, juntamente com o Grêmio Osasco Audax. Rebatizado, o Angra Audax, em casa, estreia contra o Nova Iguaçu e no início de fevereiro receberá o Flamengo.
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No outro miúdo, falando sobre a visita da comitiva presidencial do Brasil a países do Oriente Médio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou: “Os investidores árabes estão vindo e vão investir em estradas, em poços de petróleo, até em clubes de futebol. Eles comprarão dois times como fizeram na Europa.
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De fato, investidores árabes compraram o Manchester United e além do clube inglês, também compraram o Cristiano Ronaldo. No ano passado, o russo Ivan Savidis andou especulando o Fortaleza com a mesma finalidade. Nenhum deles está interessado em clube de futebol para casar, apadrinhados pelos torcedores. Estão, sim, de olho nos milionários ganhos que os passes e salários dos jogadores podem oferecer.
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Nada disso aconteceria se os clubes surfassem bem em suas gestões econômicas, adotando corretamente os protocolos de clube-empresa. Mas essa é uma proposta difícil em um cenário onde na maioria dos clubes diretoria e conselhos deliberativos formam bolsões de fazer inveja às capitanias hereditárias do Brasil império.