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Redes sociais: Vida de verdade ou mentira?

Por Franciele Aleixo
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BARRA MANSA

Recentemente o jornalista e apresentador do Jornal Nacional, William Bonner resolveu abandonar o seu perfil no Instagram. Na última publicação, já não mais disponível para visualização, ele comunicou os internautas. “Saindo daqui. Vivendo a vida de verdade. A minha vida. Obrigado”, escreveu William.

Quando vemos nas redes sociais fotos ou comentários dos nossos contatos, podemos pensar que a nossa vida é chata e não tem nada para oferecer, por isso fazemos o impossível para ser como o resto e publicamos milhares de fotos para contar nossas aventuras por aí. Entretanto, são realmente tão maravilhosas as vidas dos outros como refletem as redes sociais? Vale a pena ter uma vida social “ocupada”?

O psicólogo Renan M. Souza, analisou a decisão e pontuou: A pressão é um dos fatores para anular o perfil nas redes sociais. “O Willian Bonner é uma pessoa famosa e com muitos seguidores nas redes sociais. Acredito que ele quis se referir a possíveis pressões, críticas de seguidores mais agressivos ‘haters’ e fofocas que poderiam estar atrapalhando o relacionamento dele com as pessoas mais próximas, como família, amigos e colegas de trabalho. No caso das pessoas que não são celebridade talvez a pressão das opiniões seja menor, mas ainda há. A exposição de aspectos pessoais da vida acaba dando margem para as mais diversas interpretações, comentários entre as pessoas e também intromissões não desejadas”, explica acrescentando que fotos, eventos, opiniões e demais conteúdos postados nas redes sociais abarcam apenas parte da vida total das pessoas e cada um deveria saber escolher quais conteúdos compartilhar.


A mídia social é uma maneira de expor ao público, ainda mais quando se é pessoa pública, pensamentos que se fazem necessário a sua propagação. Pessoas públicas, que possuem fãs devem sim aceitar o fato de que fazem parte do que pode ser bom para propagar o bem na sociedade.  A questão é saber usar a mídia social de maneira que não prejudique a si mesmo.

Viver uma vida online diferente da real pode ser considerado normal? Estar triste e postar fotos motivadoras. Brigar com o namorado e postar declarações melosas, quem nunca se viu numa situações dessas? O psicólogo destaca que o brasileiro tem um bom comportamento nesse quesito.  “Não é comum que as pessoas publiquem informações falsas sobre si ou sobre suas atividades, mas apenas escolhem o que querem compartilhar e assim, com o mais básico bom senso, acabam evitando publicações inadequadas. As redes sociais já possuem filtros bastante ativos que regulam o conteúdo e as pessoas que se expõem de forma inadequada uma ou outra vez tendem a aprender com os erros e não repetir”, cita.

Já o filósofo Fabiano de Abreu, que é especialista em trabalhar a imagem de pessoas na mídia social comentou sobre a atitude do apresentador. “A Rede Social é a vida de verdade, é uma realidade atual, faz parte da evolução. Quando Karl Benz inventou o primeiro carro moderno, as pessoas temiam, pois, poderia colocar em risco as suas vidas já que era controlado de forma diferente da carroça e hoje todos temos um cognitivo para dirigirmos carros. A mídia social é uma realidade na qual devemos nos adaptar. É um sistema responsável pela evolução humana e ao invés de combatê-la devemos nos adaptar e saber lidar com ela para precaver consequências negativas”, apontou.

Para ele, a mídia social é um mecanismo que alterou a maneira de pensarmos e agirmos na sociedade e toda a mudança é introduzida na nossa herança genética. O internauta é dono da publicação e responsável por elas.

 

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