VOLTA REDONDA
Em reunião realizada na manhã desta sexta-feira, no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-VR), no bairro Aterrado, prefeitos da Região Sul Fluminense debateram os impactos nos municípios provocados pela greve dos caminhoneiros pelo país. Foi lembrado que, com mais de 1,2 milhões de habitantes, a região já sofre com a falta de alimentos nos comércios e combustível nos postos. Informaram que vários serviços já estão sendo afetados, como o transporte público que é composto de 1.029 ônibus e que atende 15 cidades da região, com 13 milhões de passagens vendidas por mês.
Participaram os prefeitos Samuca Silva (Podemos); de Barra Mansa, Rodrigo Drable (MDB); de Pinheiral, Ednardo Barbosa (MDB); de Rio Claro, José Osmar (PR) e o vice-prefeito de Piraí, Francisco Perota. Os prefeitos presentes acordaram aguardar até domingo, 27, quando se está prevista uma nova reunião para definir possíveis medidas a serem tomadas pelas cidades, caso a greve dos caminhoneiros não termine. Os prefeitos ressaltaram ainda que, mesmo que a paralisação dos caminhoneiros seja finalizada, os serviços públicos levarão um tempo para se normalizarem.
SERVIÇÕS ESSENCIAIS PREJUDICADOS
Segundo destacou o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva (Podemos), os serviços de saúde da cidade estão mantidos até terça-feira, o combustível foi racionado e o recolhimento de lixo está garantido até este domingo, pela empresa terceirizada. Explicou ainda que, as viagens para fora do Estado estão suspensas, sendo mantidas apenas as da saúde para a capital do Estado. “A coleta de lixo, que produz cerca de 900 toneladas por dia na região, é um dos serviços essências que está sendo prejudicado”, lembrou o prefeito.
Para Samuca, esse encontro de prefeitos foi essencial para que os municípios troquem as informações necessárias. Disse ainda que, foi uma boa oportunidade para a troca de experiência entre as cidades. Ele ainda pediu a população que dê uma atenção especial aos serviços públicos, principalmente à coleta de lixo, que ajude a todos nesse momento de crise. Lembrou também que as aulas da Rede Pública de Volta Redonda estão suspensas até a próxima segunda-feira, 28, afetando assim mais de 45 mil alunos.
SOFRENDO OS IMPACTOS DA GREVE
O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable explicou que a cidade também está sofrendo em diversos setores com os impactos da greve. Segundo ele, foi importante essa reunião para que os prefeitos pudessem fazer uma representação pública sobre como está a situação na região. Garantiu que a coleta de lixo em Barra Mansa vai até, no máximo, a próxima segunda-feira, 28. Diz esperar que a greve acabe e os preços dos combustíveis caiam. “Pelo menos para abastecer os veículos que realizam serviços essenciais”, disse, lembrando que em Barra Mansa, a frota de veículos do transporte coletivo foi reduzida e as escolas municipais também seguem com aulas suspensas até segunda-feira, afetando assim cerca de 20 mil estudantes.
O prefeito de Rio Claro, José Osmar de Almeida, falou sobre a importância das cidades debaterem entre si possíveis soluções para garantir os serviços públicos nesse momento de greve. José Osmar lembrou que, trata-se de um momento de esclarecer à população os dois lados. “A nossa educação parou. Os 11 ônibus da prefeitura não estão circulando, porque não tem combustível. A coleta de lixo também foi interrompida”, destacou. O vice-prefeito de Piraí, Francisco Perota, também esteve presente. Disse que a reunião foi para debater uma solução para os problemas gerados em função da greve. A exemplo dos outros prefeitos, ele admitiu que a coleta de lixo está prejudicada em alguns bairros e que alguns serviços de saúde só funcionarão até segunda-feira. Lembrou também que outros serviços não essenciais já não estão ocorrendo.
O prefeito de Pinheiral, Ednardo Barbosa, relatou que os serviços essenciais do município já se encontram bem comprometidos. Ressaltou que tem preocupação com a greve e sentiu a necessidade de passar para a população quais os reflexos está sentindo. Segundo ele, sua prioridade foi para as ambulâncias e a coleta de lixo que deve parar a partir deste sábado.
Volta Redonda decreta estado de emergência
Depois de participar do encontro com os prefeitos, à tarde, o prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva, decretou Estado de Emergência, por conta da falta de abastecimento geral na cidade diante da greve dos caminhoneiros. Segundo o prefeito, a falta de abastecimento está arrecadando severas dificuldades na prestação dos serviços públicos essenciais e pode gerar dificuldades na prestação dos serviços públicos essenciais, além de um colapso na saúde, educação, mobilidade e segurança pública.
Com o decreto, o município poderá adotar medidas excepcionais para a racionalização de todos os serviços públicos essenciais, que são: atendimento à saúde (transporte de pacientes, distribuição de insumos e medicamentos), educação (transporte e distribuição de alimentos), transporte coletivo urbano, coleta lixo, segurança pública e defesa civil.
Agora, segundo o procurador geral da cidade, Augusto Nogueira, Volta Redonda terá prioridade para compra de combustível.