RIO DE JANEIRO
Em encontro com empresários na sede da Firjan, na segunda-feira, 17, no Rio, Paulo Guedes, futuro ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, apresentou os quatro pilares centrais de sua atuação, a partir de 1º de janeiro: reforma da Previdência; abertura da economia e aceleração das privatizações; reforma do Estado e novo Pacto Federativo; e, por fim, simplificação e redução dos impostos. “O problema do Brasil sempre foi fiscal, mas só agora nós despertamos para isso. O foco não pode ser no Copom e sim na execução do orçamento público”, declarou.
Também estiveram presentes os futuros presidentes da Petrobras, Roberto Castello Branco; do Banco do Brasil, Rubem Novaes; e da Caixa, Pedro Guimarães; além do governador eleito, Wilson Witzel, e do atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella. Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, reforçou a ideia de que o país só poderá retomar o caminho do crescimento e do pleno emprego com a adoção de medidas inadiáveis, como as citadas por Guedes. Segundo ele, o futuro ministro identifica com lucidez os obstáculos à produção e assumirá como prioridade o resgate da competitividade.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Sobre a Previdência, Guedes voltou a defender a transição para um sistema de capitalização. Com relação à reforma do Estado, ele sugeriu uma descentralização das verbas orçamentárias da União para estados e municípios, dando fim às idas de “governador a Brasília pedir recursos. Acabou o toma lá, dá cá”, pontuou.
O futuro ministro criticou ainda a indexação generalizada da economia e a elevada carga tributária do país, associada a um Estado gordo, que precisa ser reduzido. “Nos últimos 30 anos, os gastos públicos subiram ininterruptamente”, afirmou, preocupado. Ele destacou que um grande problema do país é o gasto público sem controle. Defendeu também um futuro com menos encargos trabalhistas.
SISTEMA S
O futuro ministro também afirmou que haverá redução de recursos para o Sistema S. Em nota, a Firjan ponderou: “Os comentários do ministro sobre o Sistema S precisam ser encarados como parte deste desafio, em especial de uma discussão mais ampla sobre o papel das entidades de representação empresarial num cenário de necessidade de redução de custos e resgate da competitividade do país. O mais importante no encontro de hoje foi expor a abertura de um canal de interlocução que certamente abrigará não apenas a Firjan, mas a todas as entidades de representação da indústria e do comércio.
É chegada a hora de uma discussão franca e transparente com o Governo e está clara a disposição do ministro em dialogar. É evidente que, como parte desta interlocução, será possível expor o papel fundamental desempenhado pelas entidades que compõem o Sistema S na formação da mão de obra e na parceria em áreas críticas e habitualmente desassistidas como saúde e educação.
É importante que as lideranças empresariais se mostrem sensíveis e prontas a oferecer sua contribuição para o esforço maior de ajuste das contas do Estado, mas também será importante constatar que o Governo esteja aberto a ouvi-las para compreender, em toda a sua dimensão, o papel social inestimável das instituições que integram o Sistema S em todo o Brasil”.
MENOS TRIBUTOS
Witzel também disse que trabalhará pela redução da carga tributária do estado do Rio. Anunciou que fará corte linear de 30% dos gastos em todas as pastas do governo. Ele Ele disse que está montando uma “força-tarefa para os próximos seis meses”, para trabalhar no planejamento tributário do Rio, de modo a reduzir impostos como o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP). O futuro governador contou ainda estar em conversas com os futuros governos do Sudeste, a fim de viabilizar as Estradas de Ferro Rio-Vitória (EF-118) e Rio-São Paulo.
Já Crivella sondou Guedes sobre uma possível transferência do Porto do Rio para o município. Guedes deixou a questão em aberto.